RESUMO
Contexto
Os sintomas esofágicos do refluxo gastroesofágico são os mesmos na pirose funcional, doença do refluxo não erosiva e doença erosiva. A intensidade percebida pelo paciente pode estar relacionada à intensidade do refluxo gastroesofágico.
Objetivo
Avaliar se os sintomas em pacientes com doença do refluxo gastroesofágico estão relacionados à intensidade do refluxo.
Métodos:
Sessenta e oito pacientes com pirose (18 com pirose funcional, 28 com doença do refluxo não erosiva e 22 com doença erosiva) tiveram seus sintomas avaliados pelo escore de Velanovich (que avalia principalmente pirose) e o Instrumento de Autoavaliação da Alimentação (EAT-10) (que avalia disfagia). Os pacientes foram submetidos à endoscopia esofágica e, em outro dia, responderam aos questionários Velanovich e EAT-10 e realizaram manometria e pHmetria de 24 horas (medida 5 cm proximal à borda superior do esfíncter esofágico inferior).
Resultados
O escore de Velanovich foi maior em pacientes com doença não erosiva e doença erosiva do que naqueles com pirose funcional. A pontuação média da EAT-10 não diferiu entre pirose funcional, doença do refluxo gastroesofágico erosiva e não erosiva. Considerando o limiar ≥5 para definir disfagia, 4 (22%) pacientes com pirose funcional, 12 (43%) com doença não erosiva e 9 (41%) com doença erosiva apresentavam disfagia (P=0,18). Houve: a) correlação moderada entre os escores de Velanovich e DeMeester e entre os escores de Velanovich e o percentual de tempo de exposição ao ácido (AET); b) uma correlação fraca entre o EAT-10 e o escore DeMeester e entre o EAT-10 e o tempo de exposição ao ácido.
Conclusão
Existe uma correlação positiva moderada entre a pirose e a medida do refluxo gastroesofágico. Disfagia tem correlação fraca com a medição do refluxo.
Palavras-chave:
Esôfago; refluxo gastroesofágico; pirose; esofagite;transtornos de deglutição