Acessibilidade / Reportar erro

Insuficiência venosa e doença tromboembólica em pacientes submetidos a cirurgia bariátrica

Contexto

A obesidade mórbida está associada a várias comorbidades, dentre elas a estase venosa crônica. A cirurgia bariátrica é a única modalidade efetiva de tratamento, porém com riscos e possibilidade de complicações, inclusive o tromboembolismo venoso.

Objetivos

Determinar a prevalência de sinais clínicos e ultrassonográficos de insuficiência venosa crônica no paciente obeso mórbido candidato a cirurgia bariátrica e a incidência de trombose venosa profunda.

Métodos

Foram selecionados para este estudo os pacientes candidatos a cirurgia bariátrica das equipes Centro Terapêutico Especializado em Fígado (CETEFI) e Pró-Gastro do Hospital Real e Benemérita Sociedade Portuguesa de Beneficência de São Paulo no período de março de 2007 a dezembro de 2009. Os dados analisados foram os achados clínicos (classificação CEAP - clínica, etiologia, anatomia e patofisiologia - classificação da estase venosa crônica) e sinais ultrassonográficos, o tipo de cirurgia (aberta ou laparoscópica), a circunferência abdominal, o índice de massa corpórea (IMC), o tempo de internação hospitalar e presença de comorbidades. A avaliação foi realizada para encontrar fatores independentes relacionados com a estase venosa.

Resultados

Entre março de 2007 e dezembro de 2009, 95 pacientes candidatos a cirurgia bariátrica foram avaliados clinicamente e por ultrassonografia duplex scan de sistema venoso de membros inferiores. Dos 95 pacientes, 53 acabaram sendo submetidos à cirurgia. Houve predominância de mulheres (77,9%), a idade média foi de 38,5 anos, a média de peso pré-operatório 124,6 kg e IMC médio de 45,5 kg/m2. Quanto à obesidade, 16,8% eram obesos graves, 78,9% obesos mórbidos e 4,2% mega-obesos. Em relação à avaliação venosa clínica, 86,3% dos pacientes se enquadravam na classificação CEAP menor que 3 e 13,7% maior ou igual a 3. Dentre as complicações pós-operatórias, houveram quatro casos de infecção de ferida. Não houve nenhum caso de trombose venosa e embolia pulmonar no pós-operatório.

Conclusão

Não foi encontrada correlação entre IMC, classificação CEAP e achados ultrassonográficos. Apesar de ter sido feita profilaxia para trombose venosa distal pós-operatória em todos os pacientes, a incidência foi consideravelmente elevada.

Insuficiência venosa; Tromboembolia venosa; Cirurgia bariátrica; Obesidade mórbida


Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades - IBEPEGE. Rua Dr. Seng, 320, 01331-020 São Paulo - SP Brasil, Tel./Fax: +55 11 3147-6227 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: secretariaarqgastr@hospitaligesp.com.br