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Medição do parâmetro de atenuação controlada: um marcador substituto da esteatose hepática em pacientes com doença hepática gordurosa não alcoólica na modificação do estilo de vida - acompanhamento de um estudo prospectivo

RESUMO

CONTEXTO:

A biópsia hepática é o método padrão-ouro para avaliação de esteatose hepática. No entanto, é um procedimento invasivo e doloroso que pode causar complicações graves e, portanto, não pode ser usado com frequência em caso de acompanhamento dos pacientes. A avaliação não invasiva de esteatose e fibrose é de crescente relevância na doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Para avaliar a esteatose hepática, a elastografia transitória com parâmetro de atenuação controlada (PAC) é uma opção atual.

OBJETIVO:

O objetivo deste estudo foi de avaliar o papel da medição do PAC, um marcador substituto da esteatose hepática em pacientes da doença hepática gordurosa não alcoólica, com modificação do estilo de vida.

MÉTODOS:

Foram incluídos inicialmente neste estudo 37 participantes acompanhados por 6 meses com elastografia transitória, testes bioquímicos no sangue, e medidas antropométricas. Os resultados foram analisados por análise de regressão linear multivariada e emparelhado em amostras-teste t (teste t-dependente) com intervalo de confiança de 95%. A correlação foi calculada pelos coeficientes de correlação de Pearson.

RESULTADOS:

O valor do PAC para avaliar esteatose hepática durante a primeira consulta (278,57±49,13 dB/m) foi significativamente melhorado (P=0,03) após 6 meses de modificação do estilo de vida (252,91±62,02 dB/m). Somente a glicemia de jejum (P=0,008), o peso (valor de P=0,000), o índice de massa corporal (IMC) (P=0,000) mostraram correlação positiva significativa com PAC. Apenas o IMC (P=0,034) e o peso (P=0,035) foram o preditores independentes de valor de PAC em pacientes com DHGNA.

CONCLUSÃO:

A modificação do estilo de vida melhora a esteatose hepática, e o PAC pode ser usado para detectar a melhoria da esteatose hepática durante o seguimento em pacientes com DHGNA. Não existe relação entre o PAC e o escore do Fibroscan em pacientes com DHGNA. Só o IMC e o peso podem prever o valor do PAC independentemente.

DESCRITORES:
Fígado gorduroso; Biópsia, efeitos adversos; Técnicas de imagem por elasticidade, utilização; Estilo de vida

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