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Caracterização morfológica da abertura de glândulas colônicas usando imagens de microscopia de autofluorescência

RESUMO

CONTEXTO:

O câncer colorretal é uma das patologias mais prevalentes. Seu prognóstico é ligado à detenção e ao tratamento precoces. Atualmente o diagnóstico é realizado por análise histológica de biópsias de pólipo, seguida de classificação morfológica. A classificação de padrões de Kudo é frequentemente utilizada para a diferenciação de lesões colorretais neoplásicas usando amostras coradas por hematoxilina-eosina. Poucos artigos relatam esta classificação com utilização de processamento por software de imagem, utilizando marcadores exógenos sobre as amostras. O processamento de imagens de autofluorescência é uma alternativa que pode permitir a caracterização do padrão das criptas de Lieberkühn, contornando técnicas de coloração.

OBJETIVO:

Analisar, quantificar e caracterizar a morfologia do padrão das criptas medindo os parâmetros morfológicos e descritores de forma, através do processamento e análise de imagens de microscopia de autofluorescência de campo de Widefield obtidas em amostras de tecido de cólon fresco a partir de um modelo murino de câncer colorretal.

MÉTODOS:

Camundongos machos adultos BALB/cCmedc (n=27), variando de 20 a 30 g, foram distribuídos aleatoriamente em quatro e cinco grupos de animais tratados e de controle. As amostras de cólon foram coletadas no dia zero e na 4ª, 8ª, 16ª e 20ª semanas após o tratamento com azoxometano. Segmentação bidimensional (2D), quantificação e caracterização morfológica do padrão das criptas por processamento de imagem aplicados utilizando programação macro de FIJI.

RESULTADOS:

O tipo I é a morfologia da cripta prevalente entre 53% e 81% semanas do grupo controle. Os tipos III-L e III-S foram detectados em porcentagens reduzidas. A morfologia do tipo I entre os 33% e 56% foi constatada como a predominante para as 4ª, 8ª e 20ª semanas de grupos tratados, seguidos pelo tipo III-L. Para a 16ª semana, os 39% dos padrões das criptas foram caracterizados como tipo III-L, seguidos pelo tipo I. Além disso, os tipos de padrão como IV, III-S e II também foram encontrados principalmente nessa ordem para quase todas as semanas tratadas.

CONCLUSÃO:

Estes resultados preliminares podem ser considerados um avanço na caracterização bidimensional da cripta como um processamento integral da imagem, comparando-se ao procedimento convencional; demora-se alguns segundos a mais para quantificar e caracterizar pontos não-patológicos, bem como para estimar estágios patológicos precoces do câncer colorretal.

DESCRITORES:
Neoplasias colorretais; Pólipos do colo, diagnóstico; Focos de criptas aberrantes; Microscopia de fluorescência; Camundongos endogâmicos BALB C

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