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TRACE ELEMENTS IN PLASMA AND NUTRITIONAL ASSESSMENT IN PATIENTS WITH COMPENSATED CIRRHOSIS ON A LIVER TRANSPLANT LIST

RESUMO

Contexto -

Na doença hepática crônica os níveis plasmáticos de oligoelementos normalmente apresentam-se baixos, mas a causa específica e implicações funcionais desta anormalidade ainda não estão bem esclarecidas. Estes elementos podem estar diminuídos em consequência da função hepática alterada em pacientes com cirrose e/ou desnutrição.

Objetivo -

Avaliar o estado nutricional e o perfil de oligoelementos plasmáticos dos pacientes com cirrose hepática em lista para transplante e correlacionar com a gravidade da doença.

Métodos

- Trata-se de um estudo transversal, no qual foram avaliados 31 pacientes do sexo masculino com diagnóstico de cirrose hepática compensada em lista de espera para transplante de fígado. O estado nutricional foi avaliado objetivamente por medidas antropométricas através do escore de Mendenhall e classificado segundo Blackburn, subjetivamente por um questionário sistematizado por Detsky e a gravidade da doença pelo escore MELD e CTP. Os oligoelementos plasmáticos (Zn, Se, Cu, Ca, Fe, Mg e Mn) foram analisados pelo método de espectrometria de massas com fonte de plasma indutivamente acoplado (ICP-MS). Para análise estatística foi utilizado o Teste de Mann-Whitney.

Resultados

- De acordo com a avaliação nutricional 19 (61,3%) estavam com desnutrição e 12 (38,7%) com sobrepeso. Em relação à gravidade da doença 12 (39%) foram classificados como Child A, 17 (55%), Child B e 2 (6%) Child C, sendo 46,9% dos pacientes com o escore MELD >17. Na análise dos oligoelementos 31 (100%) apresentaram níveis de Mn acima dos valores de referência, 23 (74,2%) níveis baixos de Cu, 29 (93,5%) com deficiência de Se, e 31 (100%) níveis baixos de Ca e Mg. Em relação à gravidade da doença não houve diferença estatística entre os oligoelementos estudados, já em relação ao estado nutricional o grupo desnutrido apresentou níveis maiores de Mn (P=0,01) e Fe (P=0,01) e níveis diminuídos de Zn (P=0,03) quando comparado ao grupo sobrepeso.

Conclusão

- Os resultados mostraram que os oligoelementos estão alterados na doença hepática crônica, sem associação significativa com a gravidade da doença, mas sim com o estado nutricional. A desnutrição está presente nos pacientes estudados, porém um novo cenário com aumento na prevalência de sobrepeso foi verificado independente do grau de descompensação hepática.

DESCRITORES -
Estado nutricional; Oligoelementos; Cirrose hepática; Transplante hepático.

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