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Caracterização de Escherichia coli enteroagregativa entre crianças com diarreia na Amazônia ocidental brasileira

RESUMO

CONTEXTO:

A Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) é um dos principais agentes causadores de diarreia aguda e crônica em crianças e adultos, principalmente em países em desenvolvimento.

OBJETIVO:

Caracterizar cepas de EAEC isoladas de amostras fecais e identificar genes que potencialmente contribuem para a virulência, produção de biofilme e resistência antimicrobiana em crianças internadas em um hospital pediátrico em Porto Velho, Rondônia.

MÉTODOS:

Um total de 1.625 cepas de E. coli foram isolados de 591 crianças com gastroenterite aguda na faixa etária de 6 anos que foram internadas no Hospital Infantil Cosme e Damião na cidade de Porto Velho, entre fevereiro de 2010 e fevereiro de 2012. Colônias sugestivas de E. coli foram submetidas a reação em cadeia da polimerase para identificação de fatores de virulência. O ensaio de adesão in vitro foi desenvolvido com célula HEp-2. A detecção de biofilme foi realizada através do teste de espectrofotometria e os testes de susceptibilidade aos antimicrobiana foram realizados através do método de difusão em disco.

RESULTADOS:

A E. coli diarreiogênica foi encontrada em 27,4% (162/591) das crianças e a EAEC foi a E. coli diarreiogênica mais frequentemente associada à diarreia com 52,4% (85/162), seguida pela E. coli enteropatogênica 43,8% (71/162), E. coli enterotoxigênica 2,4% (4/162) e E. coli enterohemorrágica 1,2% (2/162). O gene aggR foi detectado em 63,5% (54/85) dos isolados de EAEC com correlação estatisticamente significante entre esse gene com os genes aatA (P<0,0001), irp2 (P=0,0357) e shf (P=0,0328). Neste estudo 69% (59/85) das cepas de EAEC eram produtoras de biofilme, destas 73% (43/59) possuíam o gene aggR, ao passo que entre as não produtoras 42,3% (11/26) possuíam o gene (P=0,0135). Essa associação também foi observada com o gene aatA, presente em 61% (36/59) das cepas produtoras e em 19,2% (5/26) das não produtoras (P<0,0004). O teste de sensibilidade aos antibimicrobianos evidenciou que a maioria das EAEC eram resistentes a ampicilina 70,6% (60/85), ao sulfametoxazol 60% (51/85), a tetraciclina 44,7% (38/85) e a cefotaxima 22,4% (19/85).

CONCLUSÃO:

Este é o primeiro estudo no Norte do Brasil sobre a investigação dos fatores de virulência de EAEC mostrando a susceptibilidade antimicrobiana de cepas de EAEC isoladas de crianças com diarreia.

DESCRITORES:
Escherichia coli, classificação; Diarreia infantil; Criança; Virulência, genética

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