Contexto
Diversos estudos internacionais têm observado uma correlação entre a melhora dos indicadores sociodemográficos e as taxas de incidência e mortalidade por câncer de cólon e reto.
Objetivo
O objetivo do presente estudo é estimar a correlação entre renda média per capita e a taxa de mortalidade por câncer colorretal no Brasil entre 2001 e 2009.
Métodos
Obteve-se os dados de desigualdade de renda (índice de Gini), população que vive com baixa renda (inferir a ½ salário mínimo/mês), renda média familiar, PIB per capita e taxa de mortalidade por câncer de cólon e reto entre 2001 e 2009 através do DATASUS. A análise de tendência foi realizada através do método de regressão linear, e a correlação entre as variáveis através do coeficiente de correlação de Pearson.
Resultados
Observou-se tendência ao declínio da pobreza e da desigualdade de renda, e incremento no PIB per capita e na renda média familiar e na taxa de mortalidade padronizada de câncer de cólon e reto no Brasil. Observou-se, ainda, correlação fortemente positiva entre a mortalidade por este sítio de câncer e desigualdade (homens r = -0,30, P = 0,06; mulheres r = -0,33, P = 0,05) de renda baixa renda(homens r = -0,80, P<0,001; mulheres r = -0,76, P<0,001), renda média familiar (homens r = 0,79, p = 0,06; mulheres r = 0,76, P<0,001) e PIB per capita (homens r = 0,73, P<0,001; mulheres r = 0,68, P<0,001) em todo o período estudado.
Conclusão
O incremento da renda e a redução da desigualdade podem parcialmente explicar o aumento da ocorrência do câncer de cólon e reto e isso possivelmente se deve ao acesso diferenciado a alimentos reconhecidos como fator de risco, como carne vermelha e os ricos em gordura. É importante, portanto, avaliar como prioridade dos programas de saúde pública a abordagem nutricional em países de economia intermediária, como é o caso do Brasil.
Neoplasias colorretais, mortalidade; Pobreza