RESUMO
CONTEXTO:
A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal caracterizada por uma inflamação crônica e recorrente do trato gastrointestinal causada por uma interação de fatores genéticos e ambientais.
OBJETIVO:
Comparar a qualidade e aceitação de dois volumes diferentes de contraste oral para enterografia por tomografia computadorizada em pacientes com doença de Crohn.
MÉTODOS:
Um estudo transversal foi conduzido em 58 pacientes com doença de Crohn que receberam aleatoriamente um agente de contraste oral composto por 78,75 g de polietilenoglicol diluído em 1.000 mL ou 2.000 mL de água. Um exame foi realizado para avaliar a presença de inflamação ou complicações no intestino delgado. As variáveis incluíram a qualidade do preenchimento do segmento intestinal e distensão luminal e aceitação e tolerância do contraste oral nos pacientes. A análise estatística incluiu estatística descritiva e testes de associação.
RESULTADOS:
Foram avaliados 58 pacientes, dos quais 58,6% eram mulheres, 34,5% apresentavam doença clinicamente ativa e 63,8% estavam recebendo terapia biológica. Quanto à análise comparativa entre os dois diferentes volumes de contraste oral, não foi encontrada diferença estatisticamente significativa em relação ao enchimento da alça intestinal (P=0,58) e distensão luminal adequada (P=0,45). Pacientes que receberam um volume maior (2.000 mL) exibiram efeitos colaterais com mais frequência (51,7% vs 31,0%; P=0,06) e tiveram maior dificuldade para ingerir o agente (65,5% vs 37,9%; P=0,07) em comparação com um volume de 1.000 mL.
CONCLUSÃO:
A qualidade da entero-tomografia computadorizada não foi influenciada pelo volume de contraste. No entanto, aceitação e tolerância foram melhores no grupo de 1.000 mL.
Palavras-chave:
Agente de contraste; doença de Crohn’s; polietilenoglicol; tomografia