CONTEXTO: Inúmeros casos paradoxais de lesões psoriásicas induzidas ou exacerbadas por infliximabe têm sido descritos nos últimos anos, existindo discordância quanto à necessidade de interromper o infliximabe, para se conseguir a resolução destas reações adversas cutâneas especificamente em pacientes com doença inflamatória intestinal (DII). OBJETIVO: Revisar sistematicamente a literatura para coletar informações sobre pacientes com DII, que apresentaram essa reação adversa cutânea, focando principalmente na abordagem terapêutica. MÉTODOS: Uma revisão sistemática da literatura foi realizada utilizando as bases de dados Medline, Embase, SciELO e Lilacs. Os estudos publicados foram identificados, analisados †e os dados extraídos. RESULTADOS: Trinta e quatro estudos (69 pacientes com DII) preencheram os critérios de inclusão para a revisão, existindo inconsistência no relato de alguns aspectos clínicos e terapêuticos. A maioria dos pacientes incluídos tinha doença de Crohn (89,86%), era do sexo feminino (47,83%), tinha idade média de 27,11 anos, e sem antecedentes de psoríase (84,05%). Os pacientes desenvolveram principalmente a psoríase tipo placa (40,58%). Houve remissão completa das lesões psoriásicas em 86,96% dos pacientes com DII, existindo diferenças nas abordagens terapêuticas; interrupção do infliximabe determinou a resolução em 47,83% dos casos e 43,48% dos pacientes continuaram recebendo o tratamento com infliximabe. CONCLUSÃO: Uma vez que cresce o número de pacientes com DII com psoríase induzida ou agravada por infliximabe, os médicos devem estar cientes de suas manifestações clínicas, para que o diagnóstico e tratamento adequados sejam devidamente estabelecidos. A decisão sobre continuar ou interromper o infliximabe deve ser individualizada.
Doença inflamatória intestinal; Infliximabe; Psoríase; Terapia biológica
