Contexto
O tratamento da infecção do vírus da hepatite C pós-transplante é um desafio devido à baixa tolerância dos pacientes e às baixas taxas de resposta.
Objetivo
Determinar a taxa de resposta ao interferon peguilado e ribavirina no tratamento da recorrência da hepatite C após transplante de fígado.
Métodos
Entre 18 de maio de 2002 e 18 de dezembro de 2011, 601 pacientes realizaram transplante hepático no Hospital Universitário Walter Cantídio, 176 (29,2%) desses eram infectados pelo vírus da hepatite C. Quarenta pacientes receberam terapia antiviral e foram incluídos nesse estudo. Vinte e sete (70%) completaram o protocolo de tratamento, que consistia de interferon peguilado e ribavirina por 48 semanas.
Resultados
A taxa de resposta virológica sustentada foi de 55% de acordo com a análise por intenção de tratar. A idade dos receptores e a exposição prévia ao transplante de antivirais foram fatores associados com a resposta virológica sustentada na análise multivariada. Pacientes foram acompanhados por 57 meses em média. A sobrevida em 1 e 5 anos foi de 100% em respondedores, enquanto que em não respondedores foi de 100% e 78% respectivamente.
Conclusão
A resposta virológica sustentada foi satisfatória na série de pacientes transplantados e diminuiu com o aumento da idade. A não exposição prévia ao transplante a drogas antivirais teve impacto positivo na chance de resposta virológica sustentada. A sobrevida global foi similar em respondedores e não respondedores.
DESCRITORES
Hepatite C crônica; Antivirais; Transplante de fígado; Resposta virológica sustentada