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Experiência inicial com o tratamento da doença hemorroidária pela técnica de grampeamento circular

RACIONAL: A introdução por Longo em 1998, da hemorroidopexia pela técnica de grampeamento circular representou uma mudança radical no tratamento cirúrgico da doença hemorroidária, ao passo que propõe o reposicionamento da mucosa anorretal prolapsada, sem excisão do mamilo hemorroidário, cursando assim com menor dor e menor tempo de recuperação pós-operatórios. OBJETIVO: Apresentar e analisar os resultados intra e pós-operatórios obtidos durante a experiência inicial com a técnica de grampeamento circular. PACIENTES E MÉTODO: Foram incluídos 155 pacientes (67 homens) com média de idade de 39,5 anos (21-67 anos) e doença hemorroidária sintomática grau III (n = 74) e IV (n = 81), operados consecutivamente pelo método do grampeamento circular entre junho de 2000 e dezembro de 2003. Resultados e complicações pós-operatórias foram aferidos num tempo de seguimento médio de 20 meses (14-60 meses). RESULTADOS: Os principais sintomas pré-operatórios foram prolapso (96,7%) e sangramento (96,1%). O tempo operatório médio foi de 23 minutos (16-48 minutos). Houve um caso de falha do equipamento e um de impossibilidade de introdução do mesmo (paciente com cirurgia anal prévia). Hemostasia adicional com sutura foi necessária em 103 pacientes (66,5%) e a ressecção de plicomas foi realizada concomitantemente ao procedimento em 45 pacientes (29%). A analgesia pós-operatória via oral com dipirona e celecoxib foi eficiente no controle da dor em 131 pacientes (84,5%), 24 (15,5%) necessitaram de analgesia complementar, sendo que 5 pacientes receberam opióides devido a dor intensa. A maioria dos pacientes (140 - 90,3%) teve alta no primeiro dia de pós-operatório e 118 (76,1%) referiram a primeira evacuação sem dor. As complicações pós-operatórias observadas foram: sangramento (10,3%), tenesmo (3,9%), retenção urinária (3,9%), febre sem sinais infecciosos (1,9%), incontinência transitória para flatos (1,9%) e trombose hemorroidária (1,3%). Ocorreram duas recurrências sintomáticas, tratadas com sucesso por hemorroidectomia convencional. Na presente casuística não foram observados casos de estenose, dor crônica, incontinência permanente ou óbito. CONCLUSÕES: O grampeamento circular para o tratamento da doença hemorroidária é técnica segura e factível, representando uma alternativa à hemorroidectomia convencional, para casos selecionados.

Complicações pós-operatórias; Cirurgia anorretal; Hemorróidas; Técnicas de sutura; Grampeamento cirúrgico


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