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Uso da pleurodese química em hidrotórax de origem hepática

Racional — A ascite aparece no decorrer da doença hepática causando dispnéia, tosse, desconforto, dor e, quando associada ao derrame pleural, acentua a diminuição da cinética respiratória. O aparecimento de hidrotórax é descrito na literatura em até 20% dos doentes e seu tratamento é ainda discutível. Pode ocorrer devido a defeitos diafragmáticos, lesões diafragmáticas ou comunicações peritônio-pleurais sem defeito anatômico, que podem ser diagnosticados através de cintilografia toracoabdominal. Objetivos — Abordar a fisiopatologia e a discussão sobre o tratamento e resolução do hidrotórax em um paciente com cirrose hepática. Métodos — Tratava-se de um paciente com cirrose hepática de origem alcoólica, com ascite e derrame pleural volumosos. O hidrotórax de origem abdominal foi confirmado pela cintilografia toracoabdominal. O doente foi submetido a várias paracenteses abdominais e torácicas, sempre apresentando recidiva de derrame pleural maciço. Após avaliação da cirurgia torácica, optou-se pela realização da decorticação pulmonar e pleurodese química. Resultados — A cirurgia foi realizada com sucesso e não houve recidiva de derrames pleural. A ascite foi controlada parcialmente com diuréticos e orientação alimentar e o paciente não quis ser submetido ao transplante de fígado. Conclusão — A pleurodese química pode ser útil nos doentes que, como o do caso descrito, não aceitam o transplante de fígado como terapêutica definitiva e são portadores de derrames pleural causados por ascite volumosa..

Pleurodese; Hidrotórax; Ascite; Hepatopatias


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