Contexto
A etiologia da úcera péptica vem apresentando mudanças devido à redução da infecção pelo H. pylori.
Objetivos
Estimar a prevalência da úlcera péptica em dois períodos com intervalo de 10 anos e comparar a associação com a infecção pelo H. pylori com o uso de anti-inflamatórios não esteroides.
Métodos
Revisão de prontuários em dois períodos: A (1997-2000) e B (2007-2010), com busca por úlcera péptica, H. pylori e uso de anti-inflamatórios não esteroides (AINE).
Resultados
Úcera péptica apresentou frequência de 30,35% em A e 20,19% em B. Infecção por H. pylori ocorreu em 73,3% em A e em 46,4% em B. Uso de anti-inflamatórios não esteroides ocorreu em 3,5% em A e em 13,3% em B. Nenhuma dessas condições esteve associada em 10,4% e 20,5% das úlceras em A e B, respectivamente. Comparando os dois períodos, houve redução da úlcera péptica associada à H. pylori (P=0,000), aumento das úlceras associadas ao uso de anti-inflamatórios não esteroides (P=0,000) e aumento de úlceras idiopáticas (P=0,002). A associação concomitante de H. pylori e anti-inflamatórios não esteroides foi também mais alta em B (P=0,002). Úlceras gástricas aumentaram e úlceras duodenais diminuíram em B.
Conclusões
No intervalo de 10 anos, a prevalência de úlcera péptica diminuiu assim como as úlceras relacionadas com H. pylori e houve um aumento das úlceras associadas ao uso de anti-inflamatórios não esteroides. Houve inversão na frequência das lesões gástricas e duodenais e aumento da prevalência da úlcera idiopática.
Úlcera péptica. ; Helicobacter pylori; Anti-inflamatórios não esteroides; Úlcera gástrica; Úlcera duodenal