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Prevalência da expressão imunoistoquímica da proteína p21 em adenocarcinoma do esôfago

RACIONAL: No mundo ocidental, a prevalência de adenocarcinoma da junção esôfago-gástrica vem crescendo nas últimas décadas. Atualmente, é aceito que o adenocarcinoma do esôfago se desenvolve de uma lesão pré-maligna: esôfago de Barrett. Este carcinoma é de difícil diagnóstico nos seus estágios iniciais, o que resulta em mortalidade significativa. O estudo da biologia molecular tem demonstrado que grande parte dos tumores malignos tem origem na interação entre o componente hereditário e influências externas, que em indivíduos predispostos podem ocasionar alterações genéticas que influenciem o controle da diferenciação e crescimento celular. O p21(WAF1/CIP1) tem papel fundamental na regulação do ciclo celular e sua expressão imunoistoquímica tem sido estudada em diversos tumores, mostrando influência no prognóstico de várias neoplasias. OBJETIVO: Verificar a prevalência da expressão da proteína p21 em pacientes com adenocarcinoma de esôfago diagnosticados nos últimos 5 anos no Grupo de Cirurgia de Esôfago e Estômago do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, RS (GCEE/HCPA). PACIENTES E MÉTODOS: A população em estudo foi constituída de 42 pacientes com adenocarcinoma de esôfago diagnosticados no GCEE/HCPA entre janeiro de 1998 e dezembro de 2002. A expressão da proteína p21 foi avaliada por meio de imunoistoquímica, com anticorpo primário, p21, clone SX118, código M7202 da DAKO, e quantificada de acordo com o sistema de escore de imunorreatividade ("Immunoreactive scoring system" - IRS). RESULTADOS: Foram estudados 42 pacientes, 83,3% eram do sexo masculino, com idade superior a 40 anos. Destes, 56,2% foram submetidos a procedimentos cirúrgicos com intenção curativa: gastrectomia total e esofagogastrectomia transhiatal. Os demais foram submetidos a cirurgia paliativa ou não sofreram tratamento cirúrgico. Apenas cinco pacientes receberam tratamento adjuvante com quimioterapia e radioterapia, isoladas ou combinadas. Quanto ao estádio, 78,6% dos pacientes apresentavam doença avançada, estádios III e IV. Apenas nove apresentaram positividade para o p21, quando considerado o IRS. CONCLUSÃO: A proteína p21 esteve expressa em 9 dos 42 pacientes (21,4%) com adenocarcinoma de esôfago diagnosticados nos últimos 5 anos no GCEE/HCPA. Nessa casuística, o acúmulo de p21 não se mostrou essencial no processo de carcinogênese do adenocarcinoma esofágico.

Neoplasia esofágicas; Adenocarcinoma; Inibidor de quinase depedendente de ciclina p21


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