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Fatores de risco associados à fratura de coluna lombossacra e seu comprometimento na qualidade de vida em cirróticos

RESUMO

Contexto

A doença hepática crônica associa-se com osteoporose, osteopenia ou osteomalácia. A osteoporose e as fraturas por fragilidade óssea têm altas prevalências e são mais frequentes em pacientes com cirrose hepática do que na população geral. A busca por osteopenia e osteoporose nesta população pode permitir a intervenção precoce e modificar os desfechos desfavoráveis.

Objetivo

Conhecer a prevalência de osteopenia ou osteoporose e de fraturas por fragilidade óssea em portadores de cirrose hepática, fatores de risco associados e seu comprometimento na qualidade de vida.

Métodos

Estudo observacional e transversal realizado com 71 pacientes portadores de cirrose hepática do Serviço de Hepatologia do Hospital de Base do Distrito Federal, Brasília, DF, Brasil, no período de julho de 2017 a dezembro de 2018. Os pacientes foram submetidos à densitometria óssea de coluna lombar e colo de fêmur, raio-x de coluna lombo sacra e ao questionário Chronic Liver Disease Questionnaire (CLDQ, na sigla em inglês) para avaliação de qualidade de vida. Foi calculado o escore de Fracture Risk Assessment Tool “FRAX Maior” nos pacientes >50 anos. As análises foram realizadas para a avaliação dos fatores de risco associados à fratura de coluna lombo sacra.

Resultados

Dos 71 pacientes avaliados, a maioria (62%) foi diagnosticada com osteoporose ou osteopenia à densitometria. Dos 44 portadores de osteopenia ou osteoporose, 52,3% eram do sexo feminino, com idade média de 62,6±9,51 anos, sendo a maioria (72,7%) Child A, cirróticos de etiologia alcoólica (36,4%) e com qualidade de vida intermediária ao CLDQ (3,3). Dos pacientes com fratura de coluna lombo sacra, a média de idade foi de 61,6±11,1 anos, 60% eram do sexo feminino, a maioria Child A (66,7%), de etiologia alcoólica (46,7%), e apresentaram qualidade de vida intermediária ao CLDQ (3,5). A presença de osteopenia e/ou osteoporose esteve associada à fratura lombo sacra (P<0,001), sem correlação com as demais variáveis analisadas: idade, índice de massa corporal (IMC), gênero, presença e ausência de ascite, classificação de Child-Pugh, concentrações séricas de vitamina D, cálcio e fósforo, etiologia da cirrose e “FRAX maior”.

Conclusão

A prevalência de osteodistrofia hepática foi elevada, e a ocorrência de fratura de coluna lombo sacra esteve mais associada à osteoporose e/ou osteopenia entre cirróticos estudados. A qualidade de vida se mostrou intermediária e sem diferença entre cirróticos com e sem fratura.

Palavras-chave:
Osteoporose; cirrose hepática; fraturas ósseas; qualidade de vida

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