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Arquivos de Gastroenterologia, Volume: 39, Número: 4, Publicado: 2002
  • Colecistectomia em cirróticos: convencional ou laparoscópica? Editorial

    Savassi-Rocha, Paulo Roberto; Sanches, Marcelo Dias
  • Colecistectomia laparoscópica em cirróticos Artigos Originais

    Fontes, Paulo Roberto Ott; Mattos, Ângelo Alves de; Eilers, Rene Jacobsen; Nectoux, Mauro; Pinheiro, Jorge Olavo Pitta

    Resumo em Português:

    RACIONAL: Inicialmente considerada contra-indicação à laparoscopia cirúrgica, a cirrose hepática tem sido achado ocasional observado durante este procedimento. Pequenas séries de colecistectomia em pacientes com cirrose sugerem que a maioria dos cirurgiões ainda considera esta como contra-indicação à colecistectomia videolaparoscópica. OBJETIVO: Avaliar a experiência do Serviço de Gastroenterologia Clínica e Cirúrgica do Complexo Hospitalar da Santa Casa de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, no tratamento da colelitíase por videolaparoscopia em pacientes cirróticos. PACIENTES E MÉTODOS: Seiscentos e quatro pacientes com colelitíase sintomática foram operados no Serviço no período de maio de 1993 a maio de 2000. Destes, 10 (1,6%) apresentavam cirrose hepática. A idade dos pacientes variou entre 22 a 69 anos (média de 50,4 ± 18,1). Oito pacientes (80%) eram do sexo feminino. O álcool foi o fator etiológico da hepatopatia em quatro, o vírus da hepatite C, o vírus da hepatite B, a cirrose biliar primária e a deficiência de a-1 antitripsina em um paciente cada. Em dois pacientes o agente causal não foi identificado. RESULTADOS: A colecistectomia foi realizada em todos os pacientes e em sete também biopsia hepática diagnóstica. Em dois (20%) a cirurgia foi convertida. O resultado da colangiografia transoperatória foi normal em todos os casos. Em sete pacientes o pós-operatório foi sem intercorrências. Em dois (20%) observou-se o desenvolvimento de ascite, controlada clinicamente. Ambos eram Child A no momento da cirurgia. O outro paciente, Child C, apresentou piora da função hepática e faleceu. CONCLUSÕES: Mesmo que experiência maior ainda deva ser adquirida, parece que a via laparoscópica é abordagem segura naqueles pacientes cirróticos compensados com colelitíase sintomática em que a colecistectomia esteja indicada. Nos indivíduos descompensados acredita-se que todos os esforços devam ser dirigidos à melhora da função hepática ou a procedimentos menos invasivos, tais como colecistostomia.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Initially considered a contraindication to the surgical laparoscopy, cirrhosis have been an occasional discovery during this procedure. Until now many series reported in the literature suggest that the majority of the surgeons still consider cirrhosis as contraindication to the laparoscopic cholecystectomy. AIM: To evaluate our experience in laparoscopic treatment of the cholelithiasis in cirrhotic patient. PACIENTS AND METHODS: Six hundred and four patients with symptomatic cholelithiasis were operated on Clinical and Surgical Gastroenterology Unit, "Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre", Porto Alegre, RS, Brazil, during the period from May 1993 to May 2000. Of these, 10 (1,6%) presented hepatic cirrhosis. The patients' age was between 22 and 69 years (average of 50,4 ± 18,1). Eight patients (80%) were female. The alcohol was the etiological factor in four, chronic hepatitis B and C, primary biliary cirrhosis and of alfa-1 antitripsin deficiency in one patient each. In two patient the causal agent was not identified. RESULTS: Cholecystectomy was accomplished in all patients and in seven also diagnostic hepatic biopsy. In two (20%) the surgery was converted. The result of the intraoperative cholangiography was normal in all cases. In seven patients the postoperative was uneventfull. Clinically controlled ascite was observed in two (20%). Both were Child A at the moment of the surgery. The last patient, Child C, died. He presented irreversible hepatic failure. CONCLUSIONS: Despite larger experience still should be acquired, it seems that laparoscopic is a safe approach in well compensated cirrhotic patients with symptomatic cholelithiasis. In Child C patients we believed that all of the efforts should be driven to the improvement of the hepatic function or a less invasive method such as cholecystostomy.
  • Alterações morfológicas e hemodinâmica tardias no território esplênico de pacientes com esquitomosse mansônica hepatoesplênica pós-anastomose esplenorrenal distal . (Estudo com ultra-som Doppler) Artigos Originais

    Widman, Azzo; Oliveira, Ilka Regina Souza de; Speranzini, Manlio Basílio; Cerri, Giovanni Guido; Saad, William Abrão; Gama-Rodrigues, Joaquim

    Resumo em Português:

    RACIONAL: A anastomose esplenorrenal distal (operação de Warren) tem sido indicada para tratamento do sangramento digestivo provocado pelas varizes esofágicas pois, idealmente, reduziria a pressão venosa no território cardiotuberositário sem alterar o fluxo mesentérico-portal. Entretanto, as mudanças que esta operação provoca no território esplênico não foram totalmente esclarecidas. OBJETIVO: Avaliar alterações morfológicas e hemodinâmicas tardias no território esplênico decorrentes da anastomose esplenorrenal distal, em pacientes com hipertensão portal por esquistossomose mansônica hepatoesplênica complicada com hemorragia pelas varizes esofágicas. MÉTODO: Estudo, mediante ultra-som-Doppler, da região esplênica de 52 pacientes com hipertensão portal por esquistossomose hepatoesplênica divididos em dois grupos: 40 não-operados e 12 com anastomose esplenorrenal distal. Neles foram comparados: a) parâmetros morfométricos (diâmetro da artéria e veia esplênicas, diâmetros esplênicos: longitudinal, transversal e ântero-posterior); b) parâmetros velocimétricos do fluxo nos vasos esplênicos (velocidade de pico sistólico na artéria esplênica e velocidade média de fluxo na veia esplênica); c) índice biométrico do baço (longitudinal x transversal); d) índice volumétrico do baço (longitudinal x transversal x ântero-posterior x 0,523); e) índices hemodinâmicos de impedância na artéria esplênica (pulsatilidade e resistividade). RESULTADOS: Nos pacientes com anastomose esplenorrenal distal observaram-se: a) redução - índice volumétrico (não-operados 903,83 ± 452,77 cm³/anastomose esplenorrenal distal 482,32 ± 208,02 cm³ (46,64%)) e biométrico esplênico (não-operados 138,14 ± 51,89 cm²/anastomose esplenorrenal distal 94,83 ± 39,83 cm² (33,35%)); b) ausência de variação - artéria esplênica: diâmetro (não-operados 0,57 ± 0,16 cm/anastomose esplenorrenal distal 0,57 ± 0,23 cm)), velocidade de pico sistólico na artéria esplênica (não-operados 107 ± 42,02 cm/seg/ anastomose esplenorrenal distal 89,81 ± 41,20 cm/seg)), índice de resistividade (não-operados 0,58 ± 0,008/anastomose esplenorrenal distal 0,56 ± 0,06)) e índice de pulsatilidade (não-operados 0,91 ± 0,19/anastomose esplenorrenal distal 0,86 ± 0,15); - veia esplênica (não-operados 1,10 ± 0,30 cm/anastomose esplenorrenal distal 1,19 ± 0,29 cm)); c) aumento - da velocidade média de fluxo na veia esplênica (não-operados 20,54 ± 8,45 cm/seg/anastomose esplenorrenal distal 27,83 ± 9,29 cm/seg)). CONCLUSÕES: A comparação dos exames ultra-som-Doppler entre os dois grupos (não-operados e anastomose esplenorrenal distal) mostrou que nos pacientes com esquistossomose mansônica hepatoesplênica e operados de anastomose esplenorrenal distal há redução dos índices biométrico e volumétrico do baço; não há modificação dos parâmetros morfológicos e hemodinâmicos nem dos índices velocimétricos da artéria esplênica; há aumento da velocidade média de fluxo na veia esplênica.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: The distal splenorenal anastomosis (Warren's operation) has been indicated for the treatment of high digestive bleeding caused by esophagic varices because it would ideally reduce the venous pressure in the cardiotuberositary territory without changing the mesenteric-portal venous flow. However, the changes it produce in the splenic territory have not been fully understood. AIM: To appraise the late morphologic and hemodynamic changes in the splenic territory produced by the distal splenorenal anastomosis in patients with portal hypertension due to mansoni's hepatosplenic schistosomiasis complicated by esophagic bleeding. METHOD: Ultrasonography-Doppler study of the splenic region of 52 patients with portal hypertension due to mansoni's schistosomiasis and previous bleeding by esophagic varices. They were divided in two groups: 40 non operated upon and 12 with a distal splenorerenal anastomosis. The following parameters and indices were compared between the two groups: a) morphometric parameters (splenic artery and vein's diameter, splenic diameters (longitudinal, transversal and antero-posterior); b) velocimetric parameters of the splenic vessels (systolic peak velocity in the splenic artery, mean flow velocity in the splenic vein; c) biometric index of the spleen (longitudinal x transversal); volumetric index of the spleen (longitudinal x transversal x antero-posterior x 0,523); hemodynamic indices of the splenic artery's impedance: pulsatility and resistivity. RESULTS: The patients with distal splenorenal anastomosis showed: a) reduction in splenic indices: volumetric (non operated 903,83 ± 452, 77 cm³ / distal splenorenal anastomosis 482,32 ± 208,02 cm³ (46,64%)) and biometric (non operated 138,14 ± 51,89 cm²/distal splenorenal anastomosis 94,83 ± 39,83 cm² (33,35%)); b) no change: splenic artery's diameter (non operated 0,57 ± 0,16 cm/distal splenorenal anastomosis 0,57 ± 0,23 cm); velocity in the splenic artery non operated 107 ± 42,02 cm/seg/distal splenorenal anastomosis 89,81 ± 41,20 cm/seg), resistivity (non operated 0,58 ± 0,008/distal splenorenal anastomosis 0,56 ± 0,06) and pulsatility (non operated 0,91 ± 0,19/distal splenorenal anastomosis 0,86 ± 0,15, splenic vein (non operated 1,10 ± 0,30 cm/distal splenorenal anastomosis 1,19 ± 0,29 cm); c) increase: mean flow velocity in the splenic vein (non operated 20,54 ± 8,45 cm/seg/distal splenorenal anastomosis 27,83 ± 9,29 cm/seg). CONCLUSIONS: The comparison of the ultrasonography Doppler results of the two groups of patient (non operated and distal splenorenal anastomosis) showed that in patients with distal splenorenal anastomosis there was a decrease of the volume of spleen; increase in the mean flow velocity in the splenic vein; no changes in the morphologic and hemodinamyc parameters of the splenic artery neither in its velocimetric indices.
  • Expressão dos antígenos ABH e Lewis na gastrite crônica e alterações pré- neoplásica da mucosa gástrica Artigos Originais

    Aguiar, Délia Cristina Figueira; Corvelo, Tereza Cristina Oliveira; Araújo, Marialva; Cruz, Ermelinda Moutinho da; Daibes, Samiry; Assumpção, Mônica Baraúna de

    Resumo em Português:

    RACIONAL: A aderência do Helicobacter pylori à mucosa gástrica humana é pré-requisito para sua colonização e o desenvolvimento da gastrite crônica. Os antígenos de grupos sangüíneos, presentes no muco gástrico, são descritos como prováveis receptores da bactéria neste epitélio. A expressão alterada destes antígenos está associada ao desenvolvimento do câncer gástrico. OBJETIVOS: Verificar a ocorrência do Helicobacter pylori e a distribuição da expressão dos antígenos ABH e Lewis correlacionada com as alterações histopatológicas de pacientes com gastrite crônica. PACIENTES E MÉTODOS: Analisaram-se 63 amostras de sangue, saliva e biopsias gástricas de pacientes com gastrite crônica através das técnicas dot-blot-ELISA, imunoperoxidase indireta e colorações do Gram modificado e hematoxilina-eosina. RESULTADOS: Não foram encontradas associações significativas entre a presença da bactéria e os fenótipos de grupos sangüíneos ABH, Lewis e Secretor. Na maioria dos pacientes, a expressão dos antígenos ABH e Lewis, estava restrita principalmente ao epitélio foveolar da mucosa gástrica, concordando com a expressão ao nível salivar. A expressão inapropriada desses antígenos ocorria sempre na infecção pelo Helicobacter pylori e/ou alterações pré-neoplásicas da mucosa gástrica. Em áreas com metaplasia intestinal foi observada a redução da reatividade para os antígenos H e Le b, e principalmente o aumento de Leª. CONCLUSÃO: Alterações no padrão de glicosilação destes antígenos refletem diferentes estágios de diferenciação celular e são marcadores potenciais na avaliação diagnóstica e prognóstica das patologias gástricas.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND:The major cause for chronic gastritis in human is the infection by the Helicobacter pylori. The blood group antigens present at the gastric mucous are described as possible receptor for this bacteria in the epithelium. The alterations in the expression of blood group patterns are associated with the development of gastric cancer. OBJECTIVES: Verify the H. pylori prevalence and examine the immunohistochemical distribution of the ABH and Lewis antigens expression to correlate with histopathological alterations. PATIENTS AND METHODS: From 63 chronic gastritis patients were investigated gastric biopsies, blood and saliva samples by dot-blot-ELISA, indirect immunoperoxidase and hematoxylin-eosin and Gram. RESULTS: No significant association between the presence of the bacteria and the ABH, Lewis and Secretor phenotype was found. For the majority of the patients the antigen expression of the ABH and Lewis blood group was restricted mainly to the foveola epithelium of the gastric mucosa, similar to the saliva. The inappropriate expression of these antigens occurred always in the presence of H. pylori and/or preneoplastic alterations of the gastric mucosa. In areas with intestinal metaplasias we also observed reduced reactivity for the H and Le b antigens and mainly the induced expression of Leª. CONCLUSION: Alterations in the pattern of the glycosylation of this antigens are interesting, because they reflect different stages in the cellular differentiation and become potential markers in the diagnostic evaluation and prognosis of gastric pathologies.
  • Quantificação da função esfincteriana pela medida da capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária do canal anal Artigos Originais

    Saad, Luiz Henrique Cury; Coy, Cláudio Saddy Rodrigues; Fagundes, João José; Ariyzono, Maria de Lourdes; Shoji, Nanako; Góes, Juvenal Ricardo Navarro

    Resumo em Português:

    RACIONAL: Tem sido demonstrado que a pressão máxima de contração voluntária e a pressão média de repouso não refletem a real situação clínica do paciente portador de incontinência fecal, não traduzem a realidade funcional do canal anal, além de poder estar comprometendo a conduta a ser tomada devido ao não-encaminhamento à terapêutica específica. OBJETIVO: Com a hipótese de que contrair e manter a contração é mais importante que simplesmente contrair, mesmo com pico momentaneamente elevado de pressão, analisou-se a capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária do canal anal com o intuito de quantificar a função esfincteriana relativa à continência fecal. MATERIAL E MÉTODOS: Submeteram-se a exame manométrico anorretal 72 pacientes (56 mulheres) portadores de incontinência fecal de vários graus e 15 (9 mulheres) indivíduos continentes (normais), avaliando-se a pressão média de repouso, a pressão máxima de contração voluntária e a capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária. RESULTADOS: Os indivíduos continentes apresentaram valores normais de pressão média de repouso e de pressão máxima de contração voluntária, além de adequada capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária. Os pacientes incontinentes apresentaram pressão média de repouso e pressão máxima de contração voluntária com valores pressóricos normais ou abaixo do normal e perfil semelhante de capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária, ou seja, moderada na fase inicial e ruim nas fases intermediária e final, com queda da mesma superior a 35% em 78% dos pacientes. A pressão máxima de contração voluntária apresenta excelente especificidade (100%) porém, sensibilidade baixa (46%) para incontinência fecal. Comparativamente, a capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária apresenta elevadas especificidade (93%) e sensibilidade (78%) para incontinência fecal. Embora a pressão máxima de contração voluntária não indique falso-positivos, apresenta 72% de falso-negativos. A probabilidade deste fato acontecer com a medida de capacidade de sustentação da pressão de contração voluntária é, praticamente, 20% menor, valor estatisticamente significativo. CONCLUSÃO: O indicativo de função esfincteriana é melhor analisado pela capacidade de sustentação. A capacidade de sustentação traduz com mais exatidão, a capacidade funcional do canal anal em relação à continência voluntária, sendo isoladamente, melhor que a pressão máxima de contração voluntária.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: It has been demonstrated that the maximum squeeze pressure and the mean resting pressure do not reflect the true clinical situation of patients having fecal incontinence, as well as the functional status of the anal canal. Furthermore, a wrong diagnosis could be obtained and therefore misleading to a not effective treatment. AIM: Under the hypothesis that squeezing and sustaining the anal canal contraction is more important than the maximum squeeze pressure, the capacity to sustain the squeeze pressure of the anal canal was analyzed aiming to quantify the sphincteric function. METHODS: Seventy-two patients having fecal incontinence in different degrees (56 female) and 15 normal individuals (9 female) were submitted to anorectal manometry to measure the mean resting pressure, the maximum voluntary squeeze pressure and the capacity to sustain the squeeze pressure. RESULTS: Normal individuals had normal values of mean resting pressure and maximum squeeze pressure, and adequate capacity to sustain the squeeze pressure of the canal anal. Incontinent patients had mean resting pressure and maximum squeeze pressure with normal or below normal pressoric values and similar profile of capacity to sustain which was moderate in the initial phase and worse in the intermediate and final phases, with decreasing of the capacity to sustain more than 35% in 78% of the patients. The maximum squeeze pressure presented excellent specificity (100%), but low sensitivity (46%) for fecal incontinence. Comparatively, the squeeze pressure presented high specificity (93%) and high sensitivity (78%) for fecal incontinence. Although the maximum squeeze pressure did not indicate false positive, it presented a 72% false negative. The probability of this event to happen with the capacity to sustain measure is 20% lower, and it was statistically significant. CONCLUSION: Sphincteric function can be better analyzed by using the capacity to sustain the squeeze pressure. capacity to sustain indicates more precisely the functional capacity of the anal canal in relation to voluntary continence, and it is better than maximum squeeze pressure as an isolated index.
  • Comparação entre ressecção com anastomose primária e ressecção em estágios nos tumores obstrutivos do cólon esquerdo Artigos Originais

    Aguilar-Nascimento, José Eduardo de; Caporossi, Cervantes; Nascimento, Mariana

    Resumo em Português:

    RACIONAL: A melhor opção no tratamento cirúrgico do câncer obstrutivo do cólon esquerdo ainda é controversa. OBJETIVO: Relatar a experiência de três hospitais de Cuiabá, MT, no tratamento da obstrução neoplásica do cólon esquerdo, enfocando os resultados imediatos com a ressecção e anastomose primária e com a ressecção em estágios. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Estudaram-se retrospectivamente 23 pacientes (idade mediana = 52 [39-84] anos) com adenocarcinomas ressecáveis obstrutivos do cólon esquerdo, sendo 10 (43,5%) do gênero masculino e 13 (56,5%) do feminino. Em 14 (60,9%), o tratamento foi realizado em um tempo, com ressecção e anastomose primária, e em 9 (39,1%) realizou-se ressecção em estágios. Nos 14 pacientes submetidos a ressecção e anastomose primária, realizou-se ressecção segmentar com preparo intra-operatório do cólon (n = 10) ou colectomia subtotal (n = 4). Nos doentes submetidos a ressecção em estágios, quatro casos foram submetidos a operação de Hartmann (ressecção em dois tempos) e cinco casos a colostomia em alça no ângulo hepático (ressecção em três tempos). RESULTADOS: Dois pacientes (8,7%) que pertenciam ao grupo da ressecção em estágios, faleceram no pós-operatório. Quatro (44,4%) dos pacientes com ressecção em estágios não completaram o tratamento com o fechamento da colostomia. A incidência de complicações foi de 28,6% nos casos submetidos a ressecção e anastomose primária (4/14) e de 66,7% nos operados com a ressecção em estágios (6/9). Ocorreram três casos de fístula, sendo um caso (7,1%) com a ressecção e a anastomose primária e dois (22,2%) com a ressecção em estágios. CONCLUSÃO: O conjunto dos resultados sugere que o tratamento em um tempo na obstrução do cólon esquerdo é seguro e pode ser indicado na maioria dos casos.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: The surgical option to deal with obstruction of the left side of the large bowel is still controversial. OBJECTIVE: To report the experience of our group in the treatment of malignant left-sided colonic obstruction focusing on the immediate results using either one-stage resection and primary anastomoses or staged resection. PATIENTS/METHODS: Twenty-three patients (median age = 52 (39-84) years; 10 males and 13 females) with potentially resectable obstructed adenocarcinomas of the left colon entered the study. The patients were submitted to different surgical procedure: 14 (60,9%) underwent one stage colonic resection (intra-operative lavage of colon (n = 10) or subtotal colectomy (n = 4); resection and primary anastomoses group) and 9 patients (39,1%) underwent staged resection (Hartmann's operation (n = 4) or loop colostomy (n = 5); staged resection group). RESULTS: Two patients (8,7%) died. All were from the staged resection group. Four patients (44,4%) of staged resection group did not complete the treatment with the closing of the colostomy. The incidence of complications was 28,6% in resection and primary anastomoses group (4/14) and 66,7% in staged resection group (6/9). Hospital stay was 15 (9-45) in staged resection patients and 8 (6-20) in resection and primary anastomoses group. There was one case (7,1%) of anastomotic dehiscence in resection and primary anastomoses group and two cases (22,2%) in staged resection group. CONCLUSIONS: The treatment of obstruction of left colon in one stage is safe and may be indicated for the management of the majority of cases.
  • Gravidez gemelar com sucesso após transplante hepático Case Reports

    Coelho, Júlio Cezar Uili; Parolin, Mônica Beatriz; Matias, Jorge E. Fouto

    Resumo em Português:

    OBJETIVO: Descrição de um caso de gravidez gemelar com sucesso após transplante hepático. PACIENTE E MÉTODO: Paciente nulípara de 42 anos de idade com síndrome de Budd-Chiari foi submetida a transplante hepático. Dezesseis meses após o transplante, uma ultra-sonografia revelou gravidez gemelar. As avaliações pré-natais foram normais, exceto por apresentar hipertensão arterial leve. Os imunossupressores utilizados durante a gravidez foram ciclosporina e prednisona. RESULTADO: Cesariana foi realizada na 37ª semana de gravidez, com nascimento de duas meninas sadias. A evolução pós-cesárea foi normal, com os exames de avaliação hepática e renal normais. CONCLUSÃO: Após o transplante hepático com sucesso, as mulheres podem engravidar e ter filhos normais, inclusive gêmeos.

    Resumo em Inglês:

    AIM: Report of a case of successful twin pregnancy following liver transplantation. PATIENT AND METHOD: A 42-year-old nulliparous-woman was subjected to an orthotopic liver transplantation due to Budd-Chiari syndrome. Sixteen months after the transplantation, an ultrasonography revealed twin pregnancy. Her prenatal course was uneventful, except for mild arterial hypertension. The immunosuppressive agents used during pregnancy were cyclosporine and prednisone. RESULT: The patient gave birth to two healthy girls at 37 weeks of gestation. The patient's postpartum course was uneventful with normal liver and renal function tests. CONCLUSION: Following successful pregnancy, women may become pregnant and give birth to normal children, including twins
  • Avaliação nutricional subjetiva: Parte 2 - Revisão de suas adaptações e utilizações nas diversas especialidades clínicas Revisão

    Barbosa-Silva, Maria Cristina Gonzalez; Barros, Aluísio Jardim Dornellas de

    Resumo em Português:

    RACIONAL: A avaliação nutricional subjetiva é método clínico de avaliação do estado nutricional, que considera não apenas alterações da composição corporal, mas também alterações funcionais do paciente. É processo simples, de baixo custo e não-invasivo, podendo ser realizado à beira do leito. Embora tenha sido desenvolvida para avaliar pacientes cirúrgicos, vários estudos mostram seu uso em outras situações clínicas, como pacientes com insuficiência renal, pacientes oncológicos, hepatopatas, geriátricos e HIV positivos. OBJETIVO: Revisar o uso da avaliação nutricional subjetiva em outras situações clínicas e estudos de intervenção. MÉTODOS: Foi realizada revisão sistemática no MEDLINE utilizando o descritor "subjective global assessment" e selecionados os trabalhos mais relevantes. RESULTADOS: Foram encontradas adaptações da avaliação nutricional subjetiva para seu uso em pacientes com insuficiência renal, pacientes oncológicos e hepatopatas, com bons resultados neste grupo de pacientes. Em estudos de intervenção em pacientes oncológicos, a avaliação nutricional subjetiva tem sido utilizada para identificar pacientes de maior risco nutricional e que necessitam de terapia nutricional agressiva. Poucos estudos de intervenção de pacientes cirúrgicos utilizaram a avaliação nutricional subjetiva como método para identificação do paciente de risco nutricional. CONCLUSÃO: A avaliação nutricional subjetiva tem se mostrado boa opção na avaliação nutricional de pacientes cirúrgicos e algumas modificações têm sido sugeridas para o uso do método também em outras especialidades. A experiência do observador é de extrema importância, uma vez que dela depende a precisão do método.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: The subjective global assessment is a clinical method for nutritional assessment that considers not only body composition alterations but also changes in physiological function. The method is simple, inexpensive and non-invasive, and it can be performed at bedside. Although the subjective global assessment was developed to assess surgical patients, many studies have showed its use in other clinical situations, evaluating patients with renal failure patients, cancer, liver diseases, as well as elderly and HIV-infected patients. AIM: To review the use of subjective global assessment in other clinical situations and intervention studies. METHODS: It was performed a systematic review in MEDLINE, using subjective global assessment as search term and the most relevant papers were selected. RESULTS: It was found the subjective global assessment modifications to be applied in renal failure patients, cancer and liver diseases, with good results. In patients with cancer, the subjective global assessment has been used to identify patients who are at higher nutritional risk and would need an aggressive nutritional support. Few intervention studies in surgical patients used subjective global assessment to identify nutritional risk patients. CONCLUSIONS: The subjective global assessment has been a good option in nutritional assessment in surgical patients and some modifications have been suggested to adjust the method to other clinical situations. The observer experience is of extreme importance, since the precision of the method depends on it.
  • Fatores genéticos e ambientais envolvidos na carciogênese gástrica Revisão

    César, Ana Cristina Gobbo; Silva, Ana Elizabete; Tajara, Eloiza Helena

    Resumo em Português:

    RACIONAL: O câncer de estômago é o segundo tipo mais comum de neoplasia no mundo. A carcinogênese de estômago é processo de múltiplos passos, podendo manifestar-se em várias etapas como gastrite superficial, gastrite atrófica crônica, metaplasia intestinal, displasia e, finalmente, como um carcinoma. Essas condições costumam ser seqüenciais e ocorrer num período de muitos anos como resultado da exposição a uma variedade de fatores endógenos e exógenos, que causam alterações genéticas. Os recentes avanços da genética molecular têm mostrado que o acúmulo dessas várias anormalidades, incluindo a ativação de oncogenes e a inativação de genes supressores de tumores, resultam no desenvolvimento do câncer. Alterações genéticas descritas em carcinomas gástricos incluem amplificações e mutações dos genes c-ERBB2, K-RAS, c-MET e TP53. O ganho de cromossomos também foi encontrado em várias combinações com perda de outros cromossomos e pode estar associado com a expressão elevada de oncogenes, que contribuem com a progressão tumoral. CONCLUSÃO: Essas mudanças genéticas em carcinomas evidenciam o processo de múltiplas etapas da carcinogênese gástrica, por meio do acúmulo de uma série de alterações.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Gastric cancer is considered to be the second most common cancer worldwide. Carcinogenesis of the stomach is a multi-stage process. The progression from normal epithelial to tumor cells may involve at least five stages: superficial gastritis, chronic atrophic gastritis, intestinal metaplasia, dysplasia and carcinoma. These sequential changes in the gastric mucosa may occur over a period of many years as a result of exposure to a variety of exogenous and/or endogenous factors which cause genetic alterations. Recent developments in molecular genetics have shown that the accumulation of these multiple genetic alterations, including activation of oncogenes and inactivation of tumor-suppressor genes, results in cancer development. Genetic alterations previously reported in gastric carcinomas include amplifications or mutations of the c-ERBB2, K-RAS, c-MET and TP53. Chromosomal gains were also found in various combinations with chromosomal losses and may be associated with the overexpression of dominant oncogenes contributing to tumor progression. CONCLUSIONS: These accumulated genetic changes in carcinomas provide evidences for the stepwise mode of gastric carcinogenesis through the accumulation of a series of genetic alterations.
  • Colite alérgica: características clínicas e morfológicas da mucosa retal em lactentes com enterorragia Gastroenterologia Pediátrica - Artigos Originais

    Diaz, Norys Josefina; Patricio, Francy Silva; Fagundes-Neto, Ulysses

    Resumo em Português:

    RACIONAL: Recentes estudos indicam a importância do infiltrado eosinofílico na mucosa retal que, juntamente com os dados clínicos, pode servir para estabelecer o diagnóstico de colite alérgica. OBJETIVOS: Descrever, prospectivamente, as características clínicas e a morfologia da mucosa retal em pacientes com enterorragia e suspeita diagnóstica de alergia às proteínas do leite de vaca. MATERIAL E MÉTODOS: Foram estudados 20 pacientes, menores de 6 meses para descrever suas características clínicas e a histologia da mucosa retal que foi comparada com um grupo controle, com suspeita de megacólon congênito. RESULTADOS: A idade média dos pacientes foi 97 ± 47 dias; enterorragia teve início antes dos 120 dias em 85% deles; em vigência de aleitamento materno (40%) artificial ou misto (60%). O achado histológico, estatisticamente significativo, foi o infiltrado aumentado de eosinófilos, na mucosa retal, em 18 pacientes. CONCLUSÃO: Pode-se afirmar que esses achados constituem, associados aos dados clínicos, os mais importantes elementos no diagnóstico de colite alérgica, em pacientes menores de 6 meses com enterorragia, que estejam recebendo aleitamento materno e/ou aleitamento artificial.

    Resumo em Inglês:

    BACKGROUND: Recent studies indicate the importance of eosinophilis infiltrated in the rectal mucous which jointly with the clinical features can serve to establish the diagnostic of allergic colitis. AIM: To describe prospectively, the clinical features and morphological abnormalities of the rectal mucosa in patients with rectal bleeding and clinical diagnosis of cow's milk allergy. METHODS: Clinical features of 20 infants under 6 months of age were described. Morphological findings in rectal mucosa were compared with control group, with suspicion of congenital megacolon. RESULTS: The mean age of the patients was 97 ± 47 days, rectal bleeding started before 120 days in 85% of them; 40% were breastfed, 60% cow's milk formula or both. The most striking morphological feature, in 18 patients, was eosinophilic infiltration in the rectal mucosa. There was a significant statistical difference when these values were compared with control group. CONCLUSIONS: The increased number of eosinophils in the rectal mucosa represent the most important characteristic of allergic colitis, in patients under 6 months, with rectal bleeding, when breastfed, cow's milk formula or both.
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