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Open-access Arquivos de Gastroenterologia

Publication of: Instituto Brasileiro de Estudos e Pesquisas de Gastroenterologia e Outras Especialidades - IBEPEGE.
Area: Health Sciences ISSN printed version: 0004-2803
ISSN online version: 1678-4219

Table of contents

Arquivos de Gastroenterologia, Volume: 59, Issue: 3, Published: 2022

Arquivos de Gastroenterologia, Volume: 59, Issue: 3, Published: 2022

Document list
EDITORIAL
THE EVOLVING FIELD OF HEPATOLOGY IN BRAZIL BITTENCOURT, Paulo Lisboa
ORIGINAL ARTICLE
INCIDENCE, PREVALENCE, AND EPIDEMIOLOGICAL CHARACTERISTICS OF INFLAMMATORY BOWEL DISEASES IN THE STATE OF PARANÁ IN SOUTHERN BRAZIL RENUZZA, Stellamaris Soraya Szulc VIEIRA, Elizabete Regina CORNEL, César Augusto LIMA, Mônica Nunes RAMOS JUNIOR, Odery

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: A epidemiologia das doenças inflamatórias intestinais (DII) varia em diferentes regiões do Brasil. Este estudo transversal avaliou as características epidemiológicas da DII no estado do Paraná no sul do Brasil. Métodos: Foram incluídos pacientes com DII (n=6,748) selecionados de 11.468.818 habitantes no estado do Paraná. Todos os pacientes eram portadores de doença de Crohn (DC) ou retocolite ulcerativa (RCU) e iniciaram seu tratamento por meio do Sistema Público de Dispensação de Medicamentos da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná (2010-2019). Os desfechos primários foram as alterações na incidência e prevalência de DII. Resultados: A população de estudo foi constituída de 4.931 pacientes (73,1%) portadores de RCU e 1.817 (26,9%) de DC. Nos pacientes com 11 a 30 anos a DC foi mais comum, enquanto naqueles com 40-80 anos a RCU predominou. Retocolite ulcerativa foi mais frequente no sexo feminino, com frequência semelhante entre os sexos para DC. A incidência de DII passou de 2,00/100.000 habitantes em 2010 para 13,77/100.000 habitantes em 2019. A maior incidência da DII foi observada na macrorregional leste, que inclui a 2ª Regional Curitiba, onde a capital do estado está localizada. Conclusão: Este é o primeiro estudo com a descrição das características epidemiológicas do Paraná e mostrou aumento na incidência e prevalência da DII no estado. Foi também identificada maior concentração da DII na macrorregional leste deste estado brasileiro.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: The epidemiology of inflammatory bowel diseases (IBD) varies between different regions of Brazil. This cross-sectional study examined the epidemiological characteristics of IBD in the Southern Brazilian state of Paraná. Methods: We included patients with IBD (n=6.748) selected across 11,468,818 population of Paraná. All patients had a known diagnosis of either Crohn’s disease (CD) or ulcerative colitis (UC) and had started treatment through the Government Program of the Brazilian Unified Health System (2010-2019). The primary outcomes were changes in the incidence and prevalence rates of IBD. Results: The study population consisted of 4.931 (73.1%) patients with UC and 1.817 (26.9%) patients with CD. In participants aged 11-30 years, CD was more common, while in participants aged 40-80 years, UC predominated. UC was more common in female compared to male patients, with a similar incidence between the sexes evident for CD. In 2010, the incidence of IBD was 2.00/100,00 population; this increased to 13.77/100,000 population by 2019. The highest concentration of IBD patients was found in the eastern macro-region of Paraná, which includes the 2nd Health Regional of Curitiba, where the capital of the state is located. Conclusion: This is the first study to describe the epidemiological characteristics of IBD in the state of Paraná and showed an increase in its incidence and prevalence. We also identified that IBD was concentrated in the eastern macro-region of this Brazilian state.
ORIGINAL ARTICLE
STUDY OF ANORECTAL PHYSIOLOGY PRE AND POS NEOADJUVANT THERAPY FOR RECTAL CANCER BY ANORECTAL MANOMETRY AND JORGE-WEXNER SCORE FRATTA, Cláudia Luciana PINHEIRO, Lilian Vital COSTA, Felipe Osório MAGRO, Daniéla Oliveira MARTINEZ, Carlos Augusto Real COY, Cláudio Saddy Rodrigues

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: O tratamento do câncer retal distal pode ser acompanhado por distúrbios evacuatórios de etiologia multifatorial. A quimiorradioterapia neoadjuvante faz parte do tratamento padrão para pacientes com câncer retal extraperitoneal localmente avançado. A avaliação da função anorretal após neoadjuvância de longa duração em pacientes com câncer de reto extraperitoneal tem sido pouco estudada. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da neoadjuvância na função anorretal e na incontinência em pacientes com câncer retal extraperitoneal. Métodos: Pacientes com adenocarcinoma de reto candidatos à terapia neoadjuvante foram submetidos a avaliação funcional por manometria anorretal e avaliação do grau de incontinência fecal pelo escore de Jorge-Wexner, pré e oito semanas após a neoadjuvância. Os parâmetros manométricos avaliados foram pressão anal média de repouso, pressão anal de contração voluntária máxima e pressão anal média de contração voluntária. Todos os pacientes foram submetidos ao mesmo protocolo de neoadjuvância baseado na aplicação de fluoropirimidina (5-FU) na dosagem de 350 mg/m2 associada ao ácido fólico na dosagem de 20 mg/m2, por via intravenosa, na primeira e última semana de tratamento, concomitantemente à radioterapia conformacional com dose total de 50,4Gy, dividida em 28 frações diárias de 1,8Gy. Para análise estatística das variáveis quantitativas com distribuição normal, foram calculados a média, desvio padrão, mediana e intervalo interquartil. Para comparação de duas amostras relacionadas (antes e oito semanas após a neoadjuvância, foi utilizado o teste não paramétrico de Wilcoxon. Resultados: Quarenta e oito pacientes com câncer retal foram incluídos no estudo, com média de idade de 62,8 (39-81) anos, sendo 36 (75%) do sexo masculino. O uso de neoadjuvância foi associado à diminuição dos valores de média de pressão de repouso (55,0 mmHg vs 39,1 mmHg, P<0,05) e média de pressão de contração voluntária (161,9 mmHg vs 141,9 mmHg, P<0,05) sem alterar os valores de pressão de contração voluntária máxima ((185,5 mmHg vs 173 mmHg, P=0.05)). Não houve piora do escore de incontinência oito semanas após o uso da quimiorradioterapia neoadjuvante (3,0 vs 3,3; P>0,05). Conclusão: A neoadjuvância associou-se à redução dos valores de média de pressão de repouso e média dos valores contração voluntária. Não houve alteração nos valores de contração voluntária máxima, bem como no grau de continência fecal pelo escore de Jorge-Wexner.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: The treatment of distal rectal cancer may be accompanied by evacuation disorders of multifactorial etiology. Neoadjuvant chemoradiotherapy (NCRT) is part of the standard treatment for patients with locally advanced extraperitoneal rectal cancer. The assessment of anorectal function after long-term NCRT in patients with cancer of the extraperitoneal rectum has been poorly evaluated. Objective: The aim of the present study was to evaluate the effects of NCRT on anorectal function and continence in patients with extraperitoneal rectal cancer. Methods: Rectal adenocarcinoma patients undergoing neoadjuvant therapy were submitted to functional evaluation by anorectal manometry and the degree of fecal incontinence using the Jorge-Wexner score, before and eight weeks after NCRT. The manometric parameters evaluated were mean resting anal pressure (ARp), maximum voluntary contraction anal pressure (MaxSp) and average voluntary contraction anal pressure (ASp). All patients underwent the same NCRT protocol based on the application of fluoropyrimidine (5-FU) at a dosage of 350 mg/m2 associated with folic acid at a dosage of 20 mg/m2, intravenously, in the first and last week of treatment, concomitantly with conformational radiotherapy with a total dose of 50.4Gy, divided into 28 daily fractions of 1.8Gy. For statistical analysis of the quantitative variables with normal distribution, the mean, standard deviation, median and interquartile range were calculated. For comparison of two related samples (before and eight weeks after NCRT), Wilcoxon’s non-parametric test was used. Results: Forty-eight patients with rectal cancer were included in the study, with a mean age of 62.8 (39-81) years, 36 (75%) of whom were male. The use of NCRT was associated with a decrease in the values of ARp (55.0 mmHg vs 39.1 mmHg, P<0.05) and ASp (161.9 mmHg vs 141.9 mmHg, P<0.05) without changing MaxSp values (185,5 mmHg vs 173 mmHg, P=0.05). There was no worsening of the incontinence score eight weeks after the use of NCRT (3.0 vs 3.3; P>0.05). Conclusion: NCRT was associated with a reduction in the values of ARp and the ASp. There was no change in MaxSp, as well as in the degree of fecal continence by the Jorge-Wexner score.
ORIGINAL ARTICLE
FREQUENCY AND SEVERITY OF LIVER INVOLVEMENT IN HYPERTENSIVE DISORDERS OF PREGNANCY OLIVEIRA, Jade Castro de CODES, Liana LUCCA, Maria Magalhães Frenzel Brito de SOARES, Maria Alice Pires LYRIO, Leomar BITTENCOURT, Paulo Lisboa

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto Pré-eclâmpsia (PE) e eclâmpsia (E) estão entre as principais causas de morbimortalidade materna e fetal. Ambas estão associadas a comprometimento hepático com diferentes formas de evolução. Objetivo O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência e a gravidade do envolvimento hepático em gestantes internadas em uma unidade de terapia intensiva (UTI) com PE/E e avaliar sua influência em desfechos maternos e fetais adversos. Métodos: Pacientes hospitalizados entre janeiro 2012 e março 2019 com PE/E foram avaliados retrospectivamente quanto às anormalidades clínicas e bioquímicas relacionadas ao fígado e suas frequências foram posteriormente correlacionadas com os resultados materno-fetais. Resultados: Um total de 210 mulheres (idade média 31±6,4 anos, idade gestacional média 33,8±4,1 semanas) com PE/E foram incluídas no estudo. A maioria delas apresentava hipertensão grave (n=184), sintomas de dor abdominal (48%) e cefaleia (40%). Anormalidades das enzimas hepáticas foram observadas em 49% dos indivíduos, geralmente menos de cinco vezes o limite superior do normal. Hemorragia subcapsular e ruptura hepática espontânea foram identificadas em uma mulher que faleceu. Nenhuma paciente teve diagnóstico definitivo de esteatose hepática aguda da gravidez, nem insuficiência hepática aguda grave. Um total de 62% dos partos ocorreu antes de 37 semanas. A mortalidade fetal foi observada em 6 (3%) casos. Não houve correlação entre os níveis médios de enzimas hepáticas e os resultados maternos e fetais. Conclusão Anormalidades bioquímicas hepáticas são frequentemente vistas em mulheres com PE/E, mas fora do contexto da síndrome HELLP, não estão associadas a resultados maternos e fetais adversos. As complicações relacionadas ao fígado são raras, mas podem ser fatais.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: Pre-eclampsia (PE) and eclampsia (E) are among the leading causes of maternal and fetal morbidity and mortality. Both are associated with an evolving spectrum of liver disorders. Objective: The aim of this study was to evaluate the frequency and severity of liver involvement in pregnant women admitted to an intensive care unit with PE/E and to assess its influence on adverse maternal and fetal outcomes. Methods: All subjects, hospitalized between January 2012 and March 2019, were retrospectively evaluated for clinical and biochemical liver-related abnormalities and their frequencies were subsequently correlated with maternal-fetal outcomes. Results: A total of 210 women (mean age 31±6.4 years, mean gestational age 33.8±4.1 weeks) with PE/E were included in the study. Most of them had severe hypertension (n=184) and symptoms of abdominal pain (48%) and headache (40%). Liver enzymes abnormalities were seen in 49% of the subjects, usually less than five times the upper limit of normal. Subcapsular hemorrhage and spontaneous hepatic rupture were identified in one woman who died. No patient had definitive diagnosis for acute fatty liver of pregnancy, neither acute liver failure. A total of 62% of deliveries occurred before 37 weeks. Fetal mortality was observed in 6 (3%) cases. There was no correlation between mean levels of liver enzymes and maternal and fetal outcomes. Conclusion: Biochemical abnormalities of liver enzymes are frequently seen in women with PE/E, but outside the spectrum of HELLP syndrome, they are not associated with adverse maternal and fetal outcomes. Liver-related complications are rare but can be life-threatening.
ORIGINAL ARTICLE
INCIDENCE OF INFLAMMATORY BOWEL DISEASE: A SINGLE CENTRE RETROSPECTIVE STUDY OLI, Ajay Kumar MAIDUR, Rohit N HURKADLI, Preetham S JAVALGI, Anita P JAVAREGOWDA, Palaksha Kanive GONI, Mallikarjun

Abstract in Portuguese:

Resumo Contexto: A Doença inflamatória intestinal (DII) é uma doença inflamatória crônica que afeta o trato gastrointestinal. A etiologia desta condição alarmante é multifatorial. Uma tendência recentemente crescente na DII é notada em nosso país. Objetivo: O presente estudo foi desenhado com o objetivo principal de avaliar a incidência e identificar os fatores de risco associados, incluindo demográficos, áreas geográficas e padrões alimentares da população com DII do Norte de Karnataka viz. Cidade de Hubli-Dharwad. Metodos: Uma investigação retrospectiva foi realizada em uma coorte de 226 pacientes com diagnóstico de DII e que foram admitidos entre 2015 e 2019 no departamento de gastroenterologia, SDMCMS&H. O diagnóstico de DII foi feito com base em achados clínicos, radiológicos, endoscópicos e histopatológicos. Os pacientes foram categorizados em DII e aqueles que apresentam sintomas sugestivos de DII, mas não se enquadraram nos critérios diagnósticos em grupos sem DII. Os dados sobre a demografia, padrões de dieta e parâmetros laboratoriais foram registrados. Resultados: Entre os 226 pacientes inscritos neste estudo entre 2015-2019, DII foi confirmada em 54 [RCUI - 44 (19,46%), DC - 10 (4,42%)] com distribuição variada da doença entre diferentes faixas etárias e ambos os sexos, colite ulcerativa (RCUI) [M: F: 28 (63,6%):16 (36,4%)] e doença de Crohn (DC) [M: F: 07 (70,0%): 03 (30,0%)]. O padrão alimentar e outros hábitos não tiveram contribuição significativa para a doença e seus sintomas. Urbanos (U) e rurais (R) dividiram-se em RCUI [U: R: 32 (72,7%):12 (27,3%)], DC [07 (70,0%): 03 (30,0%)]. Conclusão A incidência de DII foi elevada para RCUI em relação a DC. A incidência de DII entre os pacientes com sintomas sugestivos de DIB é de 19,46% com a RCUI sendo maior em relação a DC (4,42%). Foram observados padrões predominantes masculinos de incidência de DII. Ano a ano foi observada tendência crescente de carga da doença. O padrão dietético não tem correlação direta com a prevalência e incidências da DII.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: Inflammatory bowel disease (IBD) is a chronic inflammatory disorder affecting the gastrointestinal tract. The etiology of this alarming condition is multifactorial. A Recently increasing trend in IBD is noted in our country. Objective: The present study was designed with the main objective to assess the incidence and to identify the associated risk factors including demographic, geographical areas, and dietary patterns of IBD population of Northern of Karnataka viz. Hubli-Dharwad city. Methods: A retrospective investigation was conducted on a cohort of 226 patients with a working diagnosis of IBD and those who were admitted between 2015 to 2019 the department of gastroenterology, SDMCMS&H. The diagnosis of IBD was made based on clinical, radiological, endoscopic, and histopathologic findings. The patients were categorized into IBD and those who have symptoms suggestive of IBD but did not fit into the diagnostic criteria into, non-IBD groups. The data about of on demography, diet patterns, and laboratory parameters were recorded. Results: Among 226 patients enrolled in this study 2015-2019, IBD was confirmed in 54 Ulcerative colitis - 44 (19.46%), Crohn’s disease - 10 (4.42%) patients with varying distribution of disease among different age groups and both genders, Ulcerative colitis (UC) [M: F: 28 (63.6%): 16 (36.4%)] and Crohn’s disease (CD) [M: F: 07 (70.0%):03 (30.0%)]. Dietary pattern and other habitats had no significant contribution to illness and its symptoms. Urban (U) and Rural (R) divide was UC [U: R: 32 (72.7%): 12 (27.3%)], CD [U:R:07(70.0%):03(30.0%)] maintained. Conclusion Incidence of IBD was high with UC as compared to CD. The incidence of IBD among patients presenting with symptoms suggestive of IBD is 19.46% with UC being major as compared to CD (4.42%). Male predominant patterns of IBD incidences were noted. Year by year increasing trend in disease burden was observed. The Dietary pattern has no direct correlation with IBD disease prevalence and incidences.
ORIGINAL ARTICLE
CLINICAL AND EPIDEMIOLOGICAL EVALUATION OF COMPLICATIONS ASSOCIATED WITH GALLSTONES IN A TERTIARY HOSPITAL AGUIAR, Ridson Guilherme Parente de SOUZA JÚNIOR, Francisco Emanoel Albuquerque de ROCHA JÚNIOR, José Leonardo Gomes PESSOA, Francisco Sérgio Rangel de Paula SILVA, Leidiane Pinho da CARMO, Gardênia Costa do

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: A litíase biliar pode ser definida como a presença de cálculo ou barro biliar na vesícula e/ou nos ductos biliares. A doença pode ser assintomática ou sintomática, podendo levar a complicações e, consequentemente, a um pior prognóstico, como colecistite aguda, coledocolitíase, colangite e pancreatite aguda. O risco de complicações aumenta após o primeiro episódio de cólica biliar. Objetivo: Avaliação clínica-epidemiológica dos pacientes internados em enfermaria de gastroenterologia de um hospital terciário, com complicações relacionadas à litíase biliar. Métodos: Foram avaliados 158 pacientes internados no período de 1º de janeiro de 2013 a 24 de fevereiro de 2021, por meio de análise de relatório de alta e prontuário. Resultados: Houve uma predominância do sexo feminino (76,6%), e a média de idade dos pacientes foi de 51,6 anos. Homens eram significativamente mais velhos que as mulheres (P=0,005). A maioria (57,6%) apresentava alguma comorbidade, sendo as mais frequentes: hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e obesidade. A média de tempo de internação foi de 24 dias, sendo significativamente maior para os homens (P=0,046), mas sem relação direta com a idade (P=0,414). A complicação mais frequente foi a coledocolitíase, e 55,7% dos pacientes sem colecistectomia prévia apresentaram relato de cólica biliar antes da internação, em média, 1,5 anos antes. Histórico de colecistectomia prévia estava presente em 17,1% dos avaliados. Ultrassonografia abdominal, seguida de colangiorressonância magnética foram os exames complementares mais frequentemente realizados para definição diagnóstica. Em relação às medidas terapêuticas, a colangiopancreatografia endoscópica retrógrada (CPRE) foi necessária em 47,3% dos pacientes sem colecistectomia prévia e 81,4% dos pacientes com colecistectomia prévia. Dos pacientes ainda não colecistectomizados, 84% deles puderam ser submetidos ao procedimento antes da alta. Conclusão: Houve predomínio do sexo feminino. Os homens foram significativamente mais velhos do que as mulheres e tiveram uma permanência hospitalar consideravelmente mais longa. A complicação mais frequente foi a coledocolitíase, e cerca de metade dos pacientes relatou cólica biliar prévia. A CPRE foi necessária para a maioria dos pacientes.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: Gallstones are the presence of bile clay in the gallbladder or bile ducts. The disease can be asymptomatic or symptomatic and can lead to complications and consequently a worse prognosis, such as acute cholecystitis, choledocholithiasis, cholangitis, and acute pancreatitis. The risk of complications increases after the first episode of biliary colic. Objective: A clinical-epidemiological evaluation of patients admitted to a gastroenterology ward of a tertiary care hospital with gallstone-related complications. Methods: We evaluated 158 patients admitted through discharge reports and medical records analysis from January 1, 2013, to February 24, 2021. Results: The female sex was predominant (76.6%), and the mean age of patients was 51.6 years. Men were significantly older than women (P=0.005). Most (57.6%) had some comorbidity, the most frequent being systemic arterial hypertension, diabetes mellitus, and obesity. The mean hospitalization time was 24 days, significantly longer in men (P=0.046) but without a direct relationship with age (P=0.414). The most frequent complication was choledocholithiasis, and 55.7% of patients without previous cholecystectomy had a report of biliary colic before admission, on average 1.5 years previously. A history of a prior cholecystectomy was present in 17.1% of those evaluated. Abdominal ultrasonography followed by magnetic resonance cholangiography was the most frequently performed exam for diagnostic definition. Regarding therapeutic measures, endoscopic retrograde cholangiopancreatography was necessary for 47.3% of patients without previous cholecystectomy and 81.4% of patients who have already had a cholecystectomy. Among patients not yet cholecystectomized, 84% underwent the procedure before discharge. Conclusion: The female patients were predominant. Men were significantly older than women and had more extended hospital stays. The most frequent complication was choledocholithiasis, and around half of the patients reported previous biliary colic. endoscopic retrograde cholangiopancreatography has been necessary for the majority of the patients.
ORIGINAL ARTICLE
IS DAIRY FOODS RESTRICTION MANDATORY FOR INFLAMMATORY BOWEL DISEASE PATIENTS: A MULTINATIONAL CROSS-SECTIONAL STUDY ALAVINEJAD, Pezhman NAYEBI, Morteza PARSI, Abazar FARSI, Farnaz MAGHOOL, Fatemeh ALIPOUR, Zeinab ALIMADADI, Mehdi AHMED, Mohammed Hussien CHERAGHIAN, Bahman HANG, Dao Viet SHAHROKH, Shabnam EMAMI, Mohammad Hasan HASHEMI, Seyed Jalal ALBORAIE, Mohamed DEHNAVI, Damoon RIAZI, Maryam SEYEDIAN, Seyed Saeid EMARA, Mohamed H LENZ, Luciano TRAN, Quang Trung SHAHINZADEH, Sam DARYANI, Naser Ebrahimi HAJIANI, Eskandar MOGHADDAM, Elham Karimi SHAHI, Majid Mohammad REZVANIFAR, Maryam AZIMI, Tahereh

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: O papel dos alimentos lácteos na doença inflamatória intestinal (DII) tem sido controverso e é discutível se os pacientes com DII devem ou não evitar leite e laticínios, bem como a relação entre esses alimentos e sintomas nesta população. Objetivo: Estudo transversal multicêntrico foi projetado para avaliar se é realmente necessário privar os pacientes com DII do consumo desta classe de alimentos. Métodos: Um estudo multicêntrico com 12 centros de referência em gastroenterologia de quatro países foi projetado para avaliar sintomas gastrointestinais após o consumo de alimentos lácteos em todos os ambulatórios de DII durante seis meses e comparar pacientes tratados nos mesmos centros sem DII. Resultados: No total, foram incluídos 1888 casos (872 pacientes com DII e 1016 casos sem DII. 56,6% dos participantes eram do sexo feminino com idade média de 40,1 anos. 79,8% dos participantes eram caucasianos e originalmente eram cidadãos de 10 países. A prevalência relativa de DII foi maior em africanos e indianos e a prevalência mais frequente de intolerância a alimentos lácteos observada nos asiáticos. Entre os pacientes com DII, 571 casos foram diagnosticados como colite ulcerativa e 189 participantes como doença de Crohn. A duração média do diagnóstico como DII foi de 6,8 anos (de 2 meses a 35 anos). Os sintomas de gastrointestinais mais prevalentes após o consumo de todos os alimentos lácteos foram inchaço e dor abdominal. No total, a intolerância aos alimentos lácteos e a deficiência de lactase foi mais prevalente entre os pacientes com DII em comparação com os casos sem DII (65,5% vs 46,1%, P=0,0001). A taxa de queixas gastrointestinais entre os pacientes com DII que não tinham histórico familiar de deficiência de lactase, histórico de sensibilidade alimentar ou ambos foram de 59,91%, 52,87% e 50,33% respectivamente e semelhantes aos casos sem DII (P=0,68, 0,98 e 0,99, respectivamente). Conclusão: A taxa de intolerância de alimentos lácteos entre pacientes com DII sem histórico familiar de deficiência de lactase ou histórico de sensibilidade alimentar é semelhante aos casos sem DII e provavelmente não há razão para privá-los dessa importante fonte de cálcio dietético, vitamina D e outros nutrientes.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: The role of dairy foods in inflammatory bowel disease (IBD) has been controversial and it is debatable if patients with IBD should avoid milk and dairy products or not, as well as the relationship between these foods and symptoms among those population. Objective: This multi centric cross-sectional study designed to evaluate if it is really necessary to deprive IBD patients from consumption of dairy foods. Methods: A multicenter study with 12 gastroenterology referral centers in four countries was designed to evaluate gastrointestinal (GI) symptoms after consumption of dairy foods from all outpatients with IBD during 6 months and to compare patients treated at the same centers without IBD (non IBD cases). Results: Overall 1888 cases included (872 IBD patients and 1016 non IBD cases). 56.6% of participants were female with average age of 40.1 years. Racially 79.8% participants were Caucasians and originally they were citizens of 10 countries. Relative prevalence of IBD was higher in Africans and Indians and the most frequent prevalence of dairy foods intolerance was seen in Asians. Among IBD patients, 571 cases diagnosed as ulcerative colitis and 189 participants as Crohn’s disease. Average duration of diagnosis as IBD was 6.8 years (from 2 months to 35 years). The most prevalent GI symptoms after consumption of all the dairy foods were bloating and abdominal pain. Totally, intolerance of dairy foods and lactase deficiency was more prevalent among IBD patients in comparison with non IBD cases (65.5% vs 46.1%, P=0.0001). But the rate of GI complains among IBD patients who had not any family history of lactase deficiency, history of food sensitivity or both were 59.91%, 52.87% & 50.33% respectively and similar to non IBD cases (P=0.68, 0.98 & 0.99 respectively). Conclusion: The rate of dairy foods intolerance among IBD patients without family history of lactase deficiency or history of food sensitivity is similar to non IBD cases and probably there is no reason to deprive them from this important source of dietary calcium, vitamin D and other nutrients.
ORIGINAL ARTICLE
INDUCED PROCTOCOLITIS - ORAL FOOD CHALLENGE SHOULD BE DONE TO CONFIRM THE DIAGNOSIS OF COW’S MILK ALLERGY IN NEONATES? AGUIRRE, Camila Paula Munhoz VASCONCELOS, Príscila da Silva Pereira CALDAS, Jamil Pedro de Siqueira LOMAZI, Elizete Aparecida BELLOMO-BRANDÃO, Maria Angela

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: A suspeita de proctocolite induzida por proteína alimentar (PCIPA) com base na compreensão empírica de sangramento retal pode levar a diagnósticos equivocados. Objetivo Verificar as características clínicas e evolutivas de pacientes que apresentavam sangramento retal neonatal e faziam uso de dieta restrita com leite de vaca. Métodos: Estudo transversal retrospectivo com pacientes acompanhados em um centro terciário, que apresentaram sangramento retal no período neonatal. Os dados analisados incluíram: sexo, idade gestacional, tipo de parto, uso de antibióticos no último trimestre da gravidez, uso de nutrição parenteral antes da primeira manifestação, uso de ventilação mecânica, manifestações clínicas iniciais associadas ao sangramento retal, dieta antes da primeira manifestação, período de dieta de eliminação, resultados do teste de provocação oral (TPO) e sintomas apresentados em casos de TPO positivo. O teste exato de Fisher e o teste de Mann-Whitney foram usados para analisar os dados. O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Quarenta e dois pacientes foram selecionados: 30 prematuros, 34 partos cesáreos, 10 pacientes amamentadas exclusivamente antes do sangramento retal. A idade média na ocasião do TPO foi de 6,3 meses. A mediana da duração do período da dieta de eliminação antes do TPO foi de 5,9 meses. O TPO foi negativo em 33/42 (79%) pacientes e positivo em 9/42 (21%). Não houve associação entre os resultados do TPO e os dados avaliados. O principal sintoma observado em pacientes com TPO positivo foi sangue nas fezes. Conclusão: O TPO foi negativo na maioria dos casos de suspeita de alergia ao leite de vaca devido a sangramento retal em neonatos, a maioria deles com história de prematuridade.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: Suspicion of food protein-induced proctocolitis based on empirical understanding of rectal bleeding can lead to misdiagnosis. Objective: to verify clinical and evaluative characteristics of patients who presented neonatal rectal bleeding and were on a restricted cow’s milk diet. Methods: A cross-sectional retrospective study included patients followed up in a tertiary care center, who presented rectal bleeding in the neonatal period. The analyzed data included gender, gestational age, type of delivery, use of antibiotics during the last trimester of pregnancy, use of parenteral nutrition before the first manifestation, use of mechanical ventilation, initial clinical manifestations associated with rectal bleeding, diet before the first manifestation, period of elimination diet, oral food challenge (OFC) results and symptoms presented in cases of positive OFC. Fisher’s exact test and Mann-Whitney test were used to analyze the data. The level of significance was set to 5%. Results: Forty-two patients were selected: 30 preterm infants, 34 cesarean deliveries, 10 exclusively breastfed patients before rectal bleeding. Median age at OFC was 6.3 months old. Median of length of the elimination period before OFC was 5.9 months. OFC was negative in 33/42 (79%) patients and positive in 9/42 (21%). There was no association between OFC results and the evaluated data. The main symptom observed in patients with positive OFC was blood in stools. Conclusion: OFC was negative in most cases of suspected cow’s milk allergy due to rectal bleeding in neonates, most of them with a history of prematurity.
ORIGINAL ARTICLE
FOOD TOLERANCE AND NUTRITIONAL RISK AFTER SLEEVE GASTRECTOMY AND ROUX-EN-Y GASTRIC BYPASS IN ELDERLY PATIENTS WITH SEVERE OBESITY: A PROSPECTIVE, RANDOMIZED CONTROLLED TRIAL MEDEIROS, Veronica Garcia de PAJECKI, Denis DIAS, Maria Carolina Gonçalves DANTAS, Anna Carolina Batista CLEVA, Roberto de SANTO, Marco Aurelio

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: A cirurgia bariátrica ainda é controversa em pacientes idosos com obesidade grave. A maioria das publicações tem foco em segurança e desfechos clínicos precoces. A tolerância alimentar e o risco nutricional pós-operatório são desconhecidos para essa população. Métodos: Trinta e seis pacientes idosos com obesidade grave foram recrutados para um estudo clínico randomizado de setembro de 2017 a maio de 2019 comparando gastrectomia vertical com Bypass Gástrico em Y-de-Roux (BGYR). A tolerância alimentar foi avaliada pelo questionário de qualidade alimentar e dados sobre perda de peso, composição corporal e risco nutricional foram coletados entre 6 e 24 meses após a cirurgia. Resultados: Comparando os pacientes de gastrectomia vertical com BGYR, estes tiveram maior perda de peso total (22% vs 31%, P=0,01) e perda do excesso de peso (53% vs 68%, P=0,01). A tolerância alimentar para oito grupos foi similar entre grupos 14 vs 15 pontos, P=0,270), bem como o escore de Suter (23 vs 25, P=0,238). A ingestão diária de proteínas foi abaixo do recomendado para ambos os grupos (40 vs 51 g/d, P=0,105). O risco nutricional, avaliado através do ângulo de fase padronizado (-1,48 vs -1,99, P=0,027), foi pior para o grupo do BGYR. Conclusão: A tolerância alimentar e adequação do consumo alimentar foi similar entre os grupos. Pacientes submetidos a BGYR tiveram maior risco nutricional.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: Bariatric surgery is still controversial in elderly patients with severe obesity. Most publications focus on safety and early clinical outcomes. Food tolerance and nutritional postoperative risk is unknown for this population. Methods: Thirty-six elderly patients with severe obesity were recruited for an open-label randomized trial from September 2017 to May 2019 comparing laparoscopic sleeve gastrectomy (LSG) to Roux-en-Y Gastric Bypass (LRYGB). Food tolerance was accessed by Quality of Alimentation (QoA) questionnaire and data on weight loss, body composition, and nutritional risk were collected between 6 and 24 months after surgery. Results: Comparing LSG to LRYGB patients, the latter had higher total weight loss (22% vs 31%, P=0.01) and excess weight loss (53% vs 68%, P=0.01). Food tolerance to eight food groups was similar between groups (14 vs 15 points, P=0.270), as Suter score (23 vs 25, P=0.238). Daily protein intake was below recommendation in both groups (40 vs 51 g/d, P=0.105). Nutritional risk, evaluated through Standardized Phase Angle (-1.48 vs -1.99, P=0.027), was worse for LRYGB group. Conclusion: Food tolerance and adequacy of food consumption were similar in both groups. LRYGB patients had higher nutritional risk.
ORIGINAL ARTICLE
COMPLEMENTARY AND ALTERNATIVE MEDICINE USE IN BRAZILIAN PATIENTS WITH INFLAMMATORY BOWEL DISEASE HENRIQUES, Débora Pereira OLIVEIRA, Rebeca Rodrigues de VANNI, Jeslei LIMA, Henrique Patriota de OTITI, Jean Vianney NEVES, Fabio Ricardo Monteiro HAMMERLE, Marcia Beiral SASSAKI, Lígia Yukie ZALTMAN, Cyrla

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: O tratamento convencional da doença inflamatória intestinal (DII) é baseado na terapia medicamentosa, mas diferentes estudos têm mostrado aumento progressivo do uso de medicina complementar e alternativa (MCA) na abordagem dos pacientes. As modalidades de MCA mais usadas compreendem: acupuntura, medicina tradicional chinesa, medicina ayurvédica, homeopatia e fitoterapia, bem como práticas mais modernas, como aromaterapia e reflexologia. Os dados do uso de MCA no Brasil são escassos e não há estudos entre pacientes brasileiros com DII. Objetivo: O objetivo do estudo foi avaliar a frequência e os fatores associados com o uso de MCA entre pacientes com DII, além de estimar a satisfação com o uso de MCA. Métodos: Foi realizado estudo transversal em pacientes adultos ambulatoriais com DII oriundos de dois centros de referência no sudeste do Brasil, com amostra de 227 indivíduos. Foi aplicado questionário semiestruturado contendo produtos como - chá, probióticos, ômega 3 ou glutamina, homeopatia e fitoterapia, além de fatores associados ao uso de MCA e a satisfação do paciente. Utilizamos estatística descritiva, testes de associação (P<0,05) e regressão logística para análise estatística. Resultados: No total, 126 pacientes com doença de Crohn e 101 com retocolite ulcerativa foram incluídos. A média de idade foi 41,19±14,49 anos e 57,27% eram do sexo feminino. O tempo desde o diagnóstico foi de 10,58±7,5 anos, e a maioria dos pacientes estava em remissão clínica. Vinte e nove pacientes (12,8%) relataram ter usado MCA para o tratamento de DII, como chá (5,29%), probióticos (5,29%), ômega-3 ou glutamina (1,76%), homeopatia (0,88%) e fitoterápicos (0,44%). Apesar da baixa frequência, os pacientes ficaram satisfeitos com o uso (>50%). Não houve diferença entre o uso de MCA entre os pacientes com doença de Crohn em comparação com pacientes com retocolite ulcerativa (P=0,1171). Os fatores associados com o uso de MCA foram qualidade de vida regular ou ruim (Odds ratio 2,084; intervalo de confiança de 95% 1,147-3,786, P=0,0159) e menor tempo desde o diagnóstico (Odds ratio 0,956; intervalo de confiança de 95% 0,918-0,995; P=0,0260). Conclusão: A prevalência do uso de MCA foi baixa, mas satisfatória entre os pacientes com DII. O uso de MCA tem sido associada a baixa qualidade de vida e menor duração da doença.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: The conventional treatment of inflammatory bowel disease (IBD) is based on drug therapy, but different studies have shown a progressive increase in the use of complementary and alternative medicine (CAM). The most used CAM comprises of acupuncture, traditional Chinese medicine, Ayurvedic medicine, homeopathy, and herbal medicine, as well as more modern practices, including aromatherapy and reflexology. Data from CAM use in Brazil has previously been scarce and there are no studies among Brazilian patients with IBD. Objective: The aim of the study was to evaluate the frequency of, and factors associated with the use of CAM among IBD patients in Brazil, in addition to estimating the satisfaction with CAM use. Methods: A cross-sectional study was performed in adult IBD outpatients from two Southeastern Brazilian referral centers, with a total a sample of 227 individuals. A semi-structured questionnaire was used containing CAM products - tea, probiotics, omega 3 or glutamine, homeopathy, and herbal therapy, and factors associated with CAM use and patient satisfaction. We used descriptive statistics, association tests (P<0.05) and logistic regression for statistical analyses. Results: In total, 126 patients with Crohn’s disease and 101 with ulcerative colitis were included. The mean age was 41.19±14.49 years and 57.27% were female. The time since diagnosis was 10.58±7.5 years, and most patients were in clinical remission. Twenty-nine patients (12.8%) reported having used CAM for IBD treatment, such as tea (5.29%), probiotics (5.29%), omega-3 or glutamine (1.76%), homeopathy (0.88%), and herbal therapies (0.44%). Despite the low frequency, patients were satisfied (>50%). There was no difference between CAM use in Crohn’s disease as compared to ulcerative colitis patients (P=0.1171). The factors associated with the use of CAM were regular or poor quality of life (odds ratio 2.084; 95% confidence interval 1.147-3.786, P=0.0159) and a shorter time since diagnosis (odds ratio 0.956; 95% confidence interval 0.918-0.995; P=0.0260). Conclusion: The prevalence of CAM use was low, but satisfactory among Brazilian IBD patients. The application of CAM has been associated with poor quality of life and shorter disease duration compared to patients with no use of CAM.
ORIGINAL ARTICLE
VOLUMETRIC CAPNOGRAPHY FOR RESPIRATORY MONITORING OF PATIENTS DURING ROUTINE COLONOSCOPY WITH ROOM-AIR AND CARBON DIOXIDE INSUFFLATION CAMARGO, Michel Gardere MOREIRA, Marcos Mello MAGRO, Daniéla Oliveira SANTOS, José Olympio Meirelles AYRIZONO, Maria de Lourdes Setsuko

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: A capnografia e a insuflação de gás carbônico (CO2) durante endoscopia digestiva sob sedação são associados à maior segurança e conforto do paciente, respectivamente. A capnografia pode detectar precocemente a apneia e hipoxemia, enquanto a insuflação de CO2 causa menor desconforto periprocedimento. Relatos da aplicação da capnografia volumétrica em colonoscopias são escassos. Objetivo: Avaliar o uso de capnograifa volumétrica durante colonoscopia diagnóstica com insuflação de ar comprimido e CO2. Métodos: Em estudo prospectivo de coorte, foram incluídos um total de 101 pacientes submetidos a colonoscopia diagnóstica sob sedação com monitoração respiratória por meio de capnografia volumétrica. Insuflação com ar comprimido foi usado para distender o lúmen intestinal no Grupo 1 (n=51), enquanto o Grupo 2 (n=50) utilizou CO2 para insuflação. Objetivos primários foram avaliar episódios de hipóxia, hipoventilação alveolar e CO2 expirado (EtCO2). Objetivos secundários foram avaliar o volume alveolar por minuto, consumo de sedativos e a dor pós-colonoscopia por meio da Escala de Dor Modificada de Gloucester. Resultados: O número de episódios de hipóxia (SpO2 <90%) foi semelhante entre os grupos: quatro episódios no Grupo 1 e dois episódios no Grupo 2. A duração da hipóxia foi significativamente maior no Grupo 2 (P=0,02). A hipoventilação alveolar (EtCO2 ≥25% do valor basal) ocorreu mais frequentemente no Grupo 2 quando comparado ao Grupo 1 (27 vs 18 episódios, P=0,05). Em relação ao EtCO2, o Grupo 2 apresentou valores maiores no momento de aferição cecal (28.94±4.68 vs 26.65±6.12 mmHg, P=0,04). Quanto ao volume alveolar por minuto, o Grupo 2 apresentou valores significativamente menores no momento de aferição cecal quando comparado ao Grupo 1 (2027.53±2818.89 vs 970.88±1840.25 L/min, P=0,009). Não houve ocorrência de hipercapnia durante o estudo (EtCO2 >60 mmHg). Não houve diferença em relação ao consumo de sedativos entre os dois grupos. Imediatamente após a colonoscopia, o Grupo 2 apresentou significativamente menos dor que o Grupo 1 (P=0,05). Conclusão: Em nosso estudo, a capnografia volumétrica durante colonoscopia foi factível e eficaz para monitorar parâmetros ventilatórios e detectar complicações respiratórias, e a insuflação com CO2 foi segura e associada a menor dor imediatamente pós-colonoscopia.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: Capnography and carbon dioxide (CO2) insufflation during gastrointestinal endoscopy under sedation are associated with safety and comfort improvements, respectively. Capnography can provide early detection of apnea and hypoxemia, whereas CO2 insufflation causes lower periprocedural discomfort. This is the first study to report the application of volumetric capnography in colonoscopy. Objective: This study aimed to evaluate the use of volumetric capnography with room air (RA) and CO2 insufflation during routine colonoscopy. Methods: In this prospective cohort study, 101 patients who underwent routine colonoscopy under sedation with volumetric capnography monitoring were included. Insufflation with RA was used to distend the intestinal lumen in group 1 (n=51), while group 2 (n=50) used CO2 insufflation. The primary endpoints were episodes of hypoxia, alveolar hypoventilation, and end-tidal CO2 (EtCO2). The secondary endpoints were tidal volume per minute, consumption of sedation medications, and post-procedure pain using the Gloucester modified pain scale. Results: The number of episodes of hypoxia (SpO2<90%) was similar between the groups: four episodes in Group 1 and two episodes in Group 2. The duration of hypoxia was significantly longer in group 2 (P=0.02). Hypoalveolar ventilation (EtCO2) occurred more frequently in Group 2 than in Group 1 (27 vs 18 episodes, P=0.05). Regarding EtCO2, Group 2 showed higher values in cecal evaluation (28.94±4.68 mmHg vs 26.65±6.12 mmHg, P=0.04). Regarding tidal volume per minute, Group 2 had significantly lower values at the cecal interval compared to Group 1 (2027.53±2818.89 vs 970.88±1840.25 L/min, P=0.009). No episodes of hypercapnia (EtCO2 > 60 mmHg) occurred during the study. There was no difference in the consumption of sedation medications between the groups. Immediately after colonoscopy, Group 2 reported significantly less pain than Group 1 (P=0.05). Conclusion: In our study, volumetric capnography during colonoscopy was feasible and effective for monitoring ventilatory parameters and detecting respiratory complications. CO2 insufflation was safe and associated with less pain immediately after colonoscopy.
ORIGINAL ARTICLE
LIVER TRANSPLANTATION IN HIV PATIENTS: A CASE SERIES FROM THE NORTHEAST REGION OF BRAZIL HYPPOLITO, Elodie Bomfim CASTRO, Alexia Rangel de GIRÃO, Evelyne Santana COELHO, Gustavo Rêgo PIRES NETO, Roberto da Justa GARCIA, José Huygens Parente

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: A emergência da terapia antirretroviral de alta potência, em 1996, mudou a história natural da infecção por HIV, com redução significativa de mortalidade por infecções oportunistas, mas com aumento de morbidade por doenças crônicas cardiovasculares, hepáticas e renais. Em maio de 2016, um centro de referência em transplante hepático no Nordeste do Brasil realizou o primeiro transplante hepático em portadores de HIV, com cinco outros até 2021. Métodos: Os critérios de seleção para o transplante hepático foram: boa aderência e ausência de resistência à terapia antirretroviral, carga viral indetectável, contagem de linfócitos T-CD4+ acima de 100/ mm3 e ausência de infecções oportunistas nos últimos 6 meses. Resultados: Seis transplantes hepáticos foram feitos em portadores de HIV entre maio de 2016 e maio de 2021, cinco homens, com idade média de 53,2 anos, um paciente diabético. Todos os pacientes tiveram acesso a enxertos com tempo de isquemia fria curto com média de 5 horas e 39 minutos. A sobrevida em 4 meses foi de 100%, com tempo de acompanhamento de 4-63 meses (média de 31 meses). A contagem média de linfócitos T-CD4+ pré-transplante foi de 436 células/ mm3. A média de tempo de internação foi de 16,8 dias. Um paciente teve trombose de veia cava proximal; outro teve estenose de anastomose cavo-caval, levando à ascite refratária, falência renal e disfunção de enxerto pós-transplante; e outro teve estenose de anastomose do colédoco. A imunossupressão e a profilaxia foram usadas de acordo com protocolos padrão e não houve diferenças no perfil de infecções ou de rejeição pós-transplante. Conclusão: Esta casuística ilustra que o transplante de fígado em portadores do HIV apresenta complicações usuais e sobrevida satisfatória.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: The emergence of potent combined highly active antiretroviral therapy (ART) in 1996 changed the natural history of HIV infection, with a significant reduction in mortality due to opportunistic infections but increased morbidity due to chronic cardiovascular, hepatic, and renal diseases. In May 2016, a reference center for liver transplantation in the Northeast of Brazil performed the first liver transplantations (LT) in HIV patients, with five others until 2021. Methods: The criteria for selection of LT were good adherence and absence of resistance to ART, HIV viral load maximum suppression, T-CD4+ lymphocyte count of more than 100 cells/mm3, and absence of opportunistic infections in the last 6 months. Results: Six liver transplants were performed between May 2016 and May 2021, five men, with a mean age of 53.2 years, and one was a diabetic patient. All patients had access to grafts with short cold ischemia with a mean time of 5 hours and 39 minutes. The 4-month survival rate was 100%, with a range time of follow-up of 4-63 months (mean time of 31 months). The mean pre-transplant T-CD4+ lymphocyte count was 436 cells/mm3. The mean length of hospital stay after transplantation was 16.8 days. One patient presented precocious vena cava thrombosis; another had stenosis of cavocaval anastomosis leading to refractory ascites, renal failure and post-transplant graft dysfunction, and another presented stenosis of choledochal anastomosis. Immunosuppression and prophylaxis were used according to standard protocols, and there were no differences in the profile of infections or rejection after liver transplantation. Conclusion: This case series documents good survival and usual transplant procedures for confirmed HIV cases.
ORIGINAL ARTICLE
GENES EXPRESSION AND SERUM BIOMARKERS FOR DIAGNOSIS OF HEPATOCELLULAR CARCINOMA, CIRRHOSIS AND HEPATITIS C FERNANDES-FERREIRA, Rafael TENANI, Graciele Domitila PINHEL, Marcela Augusta de Souza ABRANTES, Ana Margarida Coelho BOTELHO, Maria Filomena Rabaça Roque SILVA, Rita de Cássia Martins Alves da SOUZA, Dorotéia Rossi Silva SILVA, Renato Ferreira da

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: Carcinoma hepatocelular (CHC) é o tipo mais comum de câncer de fígado. Os fatores de risco para CHC incluem infecção pelo vírus da hepatite C (VHC) e B (VHB), cirrose alcoólica e alterações genéticas que podem afetar diversas vias celulares. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar a expressão gênica e proteica sérica de VEGF, AFP, CSTB, β-catenina e GPC3 em grupos com CHC, cirrose ou VHC e controles, e sua relação com o estadiamento clínico nos grupos CHC e cirrose, bem como sua valores de sensibilidade e especificidade. Métodos: Duzentos e trinta indivíduos foram distribuídos no Grupo 1 (G1) - 80 pacientes com CHC; Grupo 2 (G2) - 76 pacientes com cirrose de qualquer etiologia; Grupo 3 (G3) - 33 pacientes com VHC; Grupo 4 (G4 - Controles) - 41 indivíduos sem sinais clínicos ou bioquímicos de qualquer doença hepática. A expressão gênica foi analisada por qRT-PCR e as proteínas séricas foram realizadas pelo método ELISA. Resultados: Aumento da expressão de VEGF e AFP pode ser observado em pacientes BCLC estágio D em comparação com pacientes estágio B, e pacientes estágio C apresentaram maior expressão de CTNNB1, em comparação com pacientes estágio B (P<0,05). Para VEGF e GPC3, foi observado poder discriminatório entre pacientes com CHC e controles (AUC = 0,71; 0,82, respectivamente). O CSTB mostrou poder discriminatório na comparação entre pacientes com VHC e controles (AUC =0,74). Conclusão: O presente estudo confirma a sensibilidade do CSTB sérico no diagnóstico da hepatite C, e a expressão gênica de VEGF e GPC3 sérica conferem sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de CHC.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: Hepatocellular carcinoma (HCC) is the most common type of liver cancer. Risk factors for HCC include hepatitis C (HCV) and B (HBV) virus infection, alcoholic cirrhosis and genetic alterations that can affect several cellular pathways. Objective: This study purposed to analyze the gene and serum protein expression of vascular endothelial growth factor (VEGF), angiogenesis, alpha fetoprotein, cystatin B (CSTB), β-catenin and glypican-3 (GPC3) in groups with HCC, cirrhosis or HCV and controls, and their relation with clinical staging in the HCC and cirrhosis groups, as well its sensitivity and specificity values. Methods: A total of 230 individuals were distributed in Group 1 (G1) - 80 patients with HCC; Group 2 (G2) - 76 patients with cirrhosis due to any etiology; Group 3 (G3) - 33 patients with HCV; Group 4 (G4 - controls) - 41 individuals without clinical or biochemical signs of any liver disease. Gene expression was analyzed by qRT-PCR and serum proteins were performed using the ELISA method. Results: Increased VEGF and angiogenesis, alpha fetoprotein expression could be observed in BCLC stage-D patients compared to stage-B patients, and stage-C patients showed higher expression of β-catenin, compared to stage-B patients (P<0.05). For VEGF and GPC3, discriminatory power was observed between HCC patients and controls (AUC =0.71; 0.82, respectively). CSTB showed discriminatory power in the comparison between patients with HCV and controls (AUC =0.74). Conclusion The present study confirms the sensitivity of serum CSTB in the diagnosis of hepatitis C, and gene expression of VEGF and serum GPC3, confer both sensitivity and specificity for the diagnosis of HCC.
ORIGINAL ARTICLE
IS HOMEOSTASIS MODEL ASSESSMENT FOR INSULIN RESISTANCE >2.5 A DISTINGUISHED CRITERIA FOR METABOLIC DYSFUNCTION-ASSOCIATED FATTY LIVER DISEASE IDENTIFICATION? BARRETO, Bárbara Ferreira de Mello PUNARO, Giovana Rita ELIAS, Maria Cristina PARISE, Edison Roberto

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto A resistência à insulina (RI), avaliada por diferentes critérios, é um fator importante na patogênese da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Mas, recentemente, com a caracterização desta disfunção metabólica associada com a doença hepática gordurosa (DGH), um dos critérios propostos para este diagnóstico tem sido a determinação do modelo de avaliação da homeostase-resistência à insulina (HOMA-IR). Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar a relação do HOMA-IR> 2,5 com dados clínicos, metabólicos, bioquímicos e histológicos obtidos em pacientes não diabéticos diagnosticados com DHGNA por biópsia hepática. Métodos Estudo transversal, retrospectivo, com dados de 174 indivíduos adultos de ambos os sexos com DHGNA não-diabética, sem sinais evidentes de hipertensão portal. O índice de massa corporal (IMC) foi classificado de acordo com a Organização Mundial da Saúde (1998) e a síndrome metabólica pelos critérios do NCEP-ATP-III. Os exames bioquímicos foram avaliados pelo método automatizado e a insulinemia por imunofluorometria. Os achados histológicos foram classificados de acordo com Kleiner et al. (2005). Resultados: A média de idade da população estudada foi de 53,6±11,2 anos, sendo 60,3% do sexo feminino. O IMC médio foi de 30,3 kg/m2 e 75,9% dos pacientes apresentaram circunferência da cintura aumentada. Entre os parâmetros metabólicos avaliados, houve maior prevalência de síndrome metabólica (SM) em pacientes com HOMA-IR >2,5, sem diferença estatística em relação ao IMC entre os grupos estudados. Os valores das enzimas hepáticas e da ferritina sérica foram significativamente maiores nos pacientes com este marcador de RI, que apresentaram maior prevalência de esteato-hepatite não alcoólica (EHNA) e fibrose hepática avançada. Na análise multivariada, o diagnóstico clínico de SM, hiperferritinemia e a presença de EHNA na biópsia hepática foram os fatores independentemente associados à presença de HOMA-IR alterado. Conclusão: Valores de HOMA-IR >2,5 identificam pacientes com DHGNA com características clínicas e metabólicas distintas e com maior potencial de progressão da doença, o que valida esse parâmetro na identificação de pacientes com DHG.

Abstract in English:

ABSTRACT Background Insulin resistance (IR), assessed by different criteria, is an important factor in the pathogenesis of non-alcoholic fatty liver disease (NAFLD). More recently with the characterization of this metabolic dysfunction-associated fatty liver disease (MAFLD), one of the proposed criteria for this diagnosis has been the determination of the homeostasis model assessment-insulin resistance (HOMA-IR). Objective: The purpose of this study was to evaluate the relationship of HOMA-IR>2.5 with clinical, metabolic, biochemical and histological data obtained in non-diabetic patients diagnosed with NAFLD by liver biopsy. Methods: Cross-sectional, retrospective study was carried out with data from 174 adult individuals of both genders with non-diabetics NAFLD, without obvious signs of portal hypertension. The body mass index (BMI) was classified according to the World Health Organization (1998), and the metabolic syndrome by the criteria of NCEP-ATP-III. Biochemical tests were evaluated using an automated method and insulinemia through immunofluorometric assay. Histological findings were classified according to Kleiner et al. (2005). Results: The mean age of the studied population was 53.6±11.2 years, with 60.3% being female. The average BMI was 30.3 kg/m2 and 75.9% of the patients had increased waist circumference. Among evaluated metabolic parameters, there was a higher prevalence of metabolic syndrome (MS) in patients with HOMA-IR>2.5, with no statistical difference in relation to BMI between studied groups. Values of liver enzymes and serum ferritin were significantly higher in patients with this marker of IR, who had a higher prevalence of non-alcoholic steatohepatitis (NASH) and advanced liver fibrosis. In the multivariate analysis, the clinical diagnosis of MS, hyperferritinemia and the presence of NASH in the liver biopsy were the factors independently associated with the presence of altered HOMA-IR. Conclusion: HOMA-IR values >2.5 identify patients with NAFLD with distinct clinical and metabolic characteristics and with a greater potential for disease progression, which validates this parameter in the identification of patients with MAFLD.
ORIGINAL ARTICLE
EXERCISE IN THE PHYSICAL REHABILITATION OF CIRROTICS: A RANDOMIZED PILOT STUDY ROSSI, Danusa D’AVILA, André Ferreira GALANT, Lucas Homercher MARRONI, Claudio Augusto

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: O exercício físico retarda o processo sarcopênico e pode reverter a perda de força muscular, melhorar a qualidade de vida e prognóstico em cirróticos. Objetivo: O objetivo foi verificar os efeitos do exercício aeróbico presencial versus domiciliar sobre variáveis fadiga, força muscular respiratória e periférica, capacidade funcional e qualidade de vida em pacientes com cirrose compensada. Métodos: Os pacientes foram selecionados por conveniência, estratificados e randomizados em exercício presencial supervisionado (n=13) e exercício domiciliar sem supervisão diária (n=12). Os pacientes foram submetidos a um programa de exercícios físicos aeróbicos, com duração progressiva de 30 minutos a 1 hora, duas vezes por semana durante 12 semanas. Antes de iniciar o programa e a cada 4 semanas, todos os pacientes de ambos os grupos foram avaliados quanto à fadiga (escala de gravidade da fadiga), força muscular respiratória (Pimáx e Pemáx) e periférica (pico de torque do quadríceps concêntrico), capacidade funcional (distância caminhada de 6 minutos) e qualidade de vida (questionário Short Form-36 Health Survey). Resultados: O grupo presencial apresentou redução da fadiga (P<0,001), aumento da força muscular inspiratória (P<0,001), expiratória (P<0,001), e periférica (P<0,001), da DTC6 (P<0,001) e melhora da qualidade de vida. O grupo domiciliar não apresentou melhora significativa nessas variáveis. Conclusão: Um programa presencial de exercícios aeróbicos moderados em pacientes com cirrose compensada reduz a fadiga, melhora a capacidade funcional e qualidade de vida, aumenta força muscular respiratória e periférica. Os exercícios físicos domiciliares não provocam os mesmos efeitos adaptativos nesta população.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: Physical exercise delays the sarcopenic process and can reverse the loss of muscle strength, improve quality of life and prognosis in cirrhotic patients. Objective: The aim was to verify the effects of face-to-face versus home aerobic exercise on the variables fatigue, respiratory and peripheral muscle strength, functional capacity and quality of life in patients with compensated cirrhosis. Methods: Patients were selected by convenience, stratified and randomized into supervised face-to-face exercise (n=13) and home exercise without daily supervision (n=12). Patients were submitted to a program of aerobic physical exercises, with progressive duration of 30 to 50 minutes, twice a week for twelve weeks. Before starting the program and every four weeks, all patients in both groups were assessed for fatigue (fatigue severity scale), respiratory (Pimáx and Pemáx) and peripheral (concentric quadriceps peak torque) muscle strength, functional capacity (6-minute walking distance) and quality of life (Short Form-36 Health Survey questionnaire). Results: The face-to-face group showed reduced fatigue (P<0.001), increased inspiratory (P<0.001), expiratory (P<0.001) and peripheral (P<0.001) muscle strength of the 6MWD (P<0.001) and improved quality of life. The home group showed no significant improvement in these variables. Conclusion: A face-to-face program of moderate aerobic exercise in patients with compensated cirrhosis reduces fatigue, improves functional capacity and quality of life and increases respiratory and peripheral muscle strength. Home physical exercises do not cause the same adaptive effects in this population.
ORIGINAL ARTICLE
IMMUNOEXPRESSION OF DEK AND PHOSPHO-P38 PROTEINS IN RECTAL CANCER BEFORE CHEMORADIATION THERAPY TADOKORO, Rebeca De Barros CARDILI, Leonardo ARTIGIANI NETO, Ricardo PAIOTTI, Ana Paula Ribeiro OSHIMA, Celina Tizuko Fujiyama FORONES, Nora Manoukian

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: O câncer colorretal é mundialmente, a terceira causa de câncer e um quarto destes estão localizados no reto. O oncogene DEK está envolvido em vários processos nucleares e pode acelerar a tumorigênese. Objetivo: Este estudo tem como objetivo avaliar a imunoexpressão das proteínas DEK e Fosfo-P38 antes da terapia neoadjuvante em pacientes com adenocarcinoma de reto e correlacioná-la com resposta clínica e sobrevida. Métodos: Foram incluídos pacientes com adenocarcinoma de reto médio e baixo submetidos à quimio e radioterapia seguida de ressecção cirúrgica do tumor. A expressão e quantificação foram estudadas por imuno-histoquímica nos tecidos de biópsia tumoral utilizando um sistema HScore. Escores ≥4 foram considerados positivos e aqueles com <4 negativos. Resultados: Foram incluídos 22 pacientes com média de idade de 63,55 anos (DP: ±13,49). O estágio clínico antes do tratamento era T3 em 72,7%, T4 em 18,2%, 31,8% eram N1, 50% N0 e todos M0. Após a quimio e radioterapia, 54,6% eram T3; 22,7% eram T2; 9,1% eram T1 e 13,6% T0. Entre os tumores, 22,7% foram positivos para DEK e 63,6% positivos para Phospho-P38. Houve uma correlação positiva para a imunoexpressão da proteína DEK e o estágio pTNM (P=0,011). A proteína fosfo-P38 não apresentou correlação com esses parâmetros. Pacientes com HScore negativo para DEK tiveram sobrevida média de 141,33 meses (IC95%: 112,41-170,25) e aqueles com HScore positivo tiveram sobrevida média de 25,10 meses (IC95%: 17,36-32,84) (P<0,001). Conclusão: Observou-se maior expressão de DEK em estágios avançados. Os pacientes que apresentaram expressão de DEK <4 tiveram maior sobrevida, sendo um fator de pior prognóstico.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: Colorectal cancer is the third cause of cancer worldwide and a quarter of them are in the rectum. DEK oncogene is involved in several nuclear processes and can accelerate tumorigenesis. Objective: This study aims to evaluate the immunoexpression of DEK and Phospho-P38 proteins before neoadjuvant therapy in patients with rectum adenocarcinoma and correlate it with a clinical response and survival. Methods: Patients with adenocarcinoma of the middle and low rectum who underwent chemotherapy and radiotherapy followed by surgical tumor resection were included. The expression and quantification were studied by immunohistochemistry in the tumor biopsy tissues using a HScore system. Score ≥4 were considered positive and those with <4 negative. Results: 22 patients were included with a mean age of 63.55 years (SD: ±13.49). The clinical-stage before treatment was T3 on 72.7%, T4 on 18.2%, 31.8% were N1, 50% N0 and all M0. After chemo and radiotherapy, 54.6% were T3; 22.7% were classified as T2; 9.1% as T1, and 13.6% were T0. Among the tumors, 22.7% were positive for DEK and 63.6% positive for Phospho-P38. There was a positive correlation between DEK protein before treatment and pTNM stage (P=0.011). Phospho-P38 protein showed no correlation with these parameters. Patients with a negative HScore had a mean survival of 141.33 months (95%CI: 112.41-170.25) and those with a positive HSscore had a mean survival of 25.10 months (95%CI: 17.36-32.84; P<0.001). Conclusion: A higher expression of DEK was observed in advanced stages. Patients who presented DEK expression <4 had a higher survival, being a factor of worst prognosis.
ORIGINAL ARTICLE
EFFICACY ANALYSIS OF ENDOSCOPIC SUBMUCOSAL DISSECTION FOR THE EARLY GASTRIC CANCER AND PRECANCEROUS LESIONS COSTA, Luigi Carlo da Silva SANTOS, José Olympio Meirelles MIYAJIMA, Nelson Tomio MONTES, Ciro Garcia ANDREOLLO, Nelson Adami LOPES, Luiz Roberto

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: O tratamento endoscópico das lesões pré-cancerosas e do câncer gástrico precoce tem sido amplamente aceito nos últimos anos. A dissecção endoscópica da submucosa (submucosectomia), obedecendo a critérios estabelecidos de indicação, pode levar a cura da doença em mais de 90% dos casos. Objetivo: Este estudo teve como objetivo analisar o uso da dissecção submucosa endoscópica em pacientes com câncer gástrico precoce e lesões pré-cancerosas, bem como os resultados do procedimento, suas complicações e eficácia no controle da doença. Métodos: Foram analisados 41 pacientes, com idade variando de 53 a 87 anos (média de 65 anos), sendo 58,53% do sexo masculino, no período de 2008 a 2019, sendo este estudo do tipo coorte retrospectivo. As variáveis coletadas dos prontuários foram: comorbidades, classificação da lesão quanto aos critérios de ressecção, tipo de ressecção, histologia, grau de invasão, margem de resseção, complicações, recidiva de doença. A análise estatística foi feita com o uso do teste de Kruskal-Wallis, teste de McNemar e teste de Mann-Whitney, com significância estatística de 5% (P<0,05). Resultados: O local mais frequente da lesão foi o antro gástrico e a apresentação predominante pela classificação japonesa ou de Paris foram os com componentes deprimidos em 56,09%. O adenocarcinoma ocorreu em 75,6% das biópsias e o restante foram adenomas sem neoplasia. A ressecção em bloco ocorreu em 97,57% dos casos, e o comprometimento da margem de segurança ocorreu em um paciente. A principal comorbidade pré-existente foi a cirrose hepática em 29,26% dos casos. Houve um aumento significativo de adenocarcinoma após dissecção endoscópica da submucosa em comparação ao diagnóstico pré ressecção. O tempo médio de seguimento foi de 38,4 meses, sendo registrado uma recidiva (2,43%) e duas lesões metacrônicas (4,87%). As complicações durante e após o procedimento ocorreram em 3 (7,31%) pacientes, sendo por sangramento (dois casos) e perfuração (um caso). Houve um óbito por evento cardiológico, não relacionado diretamente com o procedimento. Conclusão: A ressecção endoscópica da submucosa mostrou ser procedimento seguro, com baixa taxa de complicação e de recidiva. A sua indicação deve ser dentro dos critérios estabelecidos, entretanto, pode ser indicada em pacientes fora de critérios, se há alto risco para o tratamento cirúrgico.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: Endoscopic treatment of precancerous lesions and early gastric cancer has been widely accepted in recent years. Endoscopic submucosal dissection (ESD), following established indication criteria, can lead to cure of the disease in more than 90% of cases. Objective: This study aimed to analyze the use of ESD in patients with early gastric cancer and precancerous lesions, as well as the results of the procedure, its complications and effectiveness in controlling the disease. Methods: This is a retrospective cohort study composed of 41 patients aged from 53 to 87 years (mean age: 65 years; 58.53% male) who were analyzed from 2008 to 2019. The variables collected from the medical records were: comorbidities, classification of the lesion regarding resection criteria, type of resection, histology, degree of invasion, resection margin, complications, disease recurrence. Statistical analysis was performed using the Kruskal-Wallis test, the McNemar’s test, and the Mann-Whitney test, with 5% statistical significance (P<0.05). Results: The most frequent site of the lesion was the gastric antrum and the predominant presentation by the Japanese or Paris classification was the one with depressed components in 56.09%. Adenocarcinoma occurred in 75.6% of the biopsies, and the remainder were adenomas without neoplasia. En-bloc resection occurred in 97.57% of cases, and compromise of the safety margin occurred in one patient. The main pre-existing comorbidity was liver cirrhosis in 29.26% of cases. There was a significant increase in post- ESD adenocarcinoma compared to pre-resection diagnosis. The mean follow-up time was 38.4 months, with one recurrence (2.43%) and two metachronous lesions (4.87%). Complications during and after the procedure occurred in three patients (7.31%), being due to bleeding (two cases) and perforation (one case). There was one death due to a cardiac event not directly related to the procedure. Conclusion: Endoscopic submucosal dissection proved to be a safe procedure, with a low complication and recurrence rate. Its recommendation must occur within the established criteria; however, it can be indicated for patients outside the criteria, if there is a high risk for surgical treatment.
ORIGINAL ARTICLE
THE FATIGUE RATE INDEX IS HIGHER IN CHILDREN WITH FUNCTIONAL CONSTIPATION AND RETENTIVE FECAL INCONTINENCE PAGANOTTI, Bruno MIASATO, Marcio MORAIS, Mauro Batista de TAHAN, Soraia

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto O índice de Taxa de Fadiga (ITF) é um parâmetro na manometria anorretal (MAR) que é utilizado para avaliar a contração voluntária sustentada, considerando a pressão máxima de contração e a fatigabilidade do esfíncter anal externo. Este parâmetro é utilizado em adultos para diagnóstico da incontinência fecal mesmo entre paciente que apresentem pressões máximas de contração normais. O ITF em pacientes adultos com constipação é similar a controles. Objetivo: Avaliar a factibilidade e os valores do ITF em crianças com constipação e incontinência fecal por retenção em relação aos valores previamente estabelecidos para adultos, e comparar os dados das crianças com constipação intestinal funcional com e sem incontinência fecal por retenção. Métodos Este estudo retrospectivo avaliou 105 MAR realizadas de janeiro de 2014 a abril de 2015. 42 pacientes foram selecionados (foram capazes de realizar uma contração voluntária e não apresentavam outras comorbidades além da constipação). 14 destes pacientes cooperaram em manter a contração voluntária por 40 segundos, permitindo a avaliação do ITF. Pacientes com incontinência fecal por retenção secundária a constipação (n=7, 6 a 13 anos, seis meninos) constituíram nosso grupo de interesse. Pacientes com constipação funcional sem incontinência fecal por retenção. (n=7, 6 a 13 anos, quatro meninos) constituíram o grupo de referência. As MAR foram realizadas com cateter de perfusão de oito canais radiais (DynamedTM, São Paulo, Brazil) e o ITF foi calculado (Proctomaster 6.4) nos primeiros 20 segundos e também nos 40 segundos totais da contração voluntária sustentada. Resultados: Dos 42 pacientes selecionados, 14 (33%) colaboraram mantendo o platô de contração uniforme durante 40 segundos, permitindo a avaliação do ITF nos primeiros 20 segundos de contração, o grupo com incontinência fecal apresentou uma média de ITF significativamente mais alta (2,48±1,39 min) em comparação ao grupo de referência (1,13±0,72 min, P=0,042), o que não foi observado no intervalo de 40 segundos devido a contração menos uniforme. A pressão anal de repouso foi mais elevada no grupo com incontinência fecal (76,83 mmHg) do que no grupo de referência (54,13 mmHg), porém o estudo estatístico não atingiu significância (P=0,051). Conclusão: O ITF é factível em crianças. A média do ITF obtida neste estudo é mais baixa do que o reportado em adultos constipados (2,8 min). A média do ITF entre crianças constipadas com incontinência fecal por retenção fui superior ao do que observado em crianças constipadas sem incontinência fecal retentiva.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: The Fatigue Rate Index (FRI) is a parameter in anorectal manometry (ARM) to assess sustained voluntary contraction, considering the squeeze pressure and fatigability of the external anal sphincter. It is used in adults to detect fecal incontinence even in patients who present normal squeeze pressures. The FRI in adult patients with functional constipation is similar to controls. Objective: The aim of this study was to evaluate the feasibility and values of FRI in children in relation to the values previously established in adults and comparing children with functional constipation and retentive fecal incontinence to children without retentive fecal incontinence. Methods: This retrospective study evaluated 105 ARM performed from Jan 2014 to Apr 2015. 42 patients were selected (were able to perform a voluntary contraction and had no co-morbidities other than functional constipation). 14 (33.3%) of those collaborated in sustaining contraction for 40 seconds (s), allowing the evaluation of the FRI. Patients with retentive fecal incontinence secondary to functional constipation (n=7, aged 6 to 13 years, six boys) were our interest group. Patients with functional constipation without fecal incontinence (n=7, aged 6 to 13 years, four boys) were considered a reference group. The ARM were performed with a radial eight-channel perfusion catheter (DynamedTM, São Paulo, Brazil) and the FRI was calculated (Proctomaster 6.4) in the first 20 s and overall 40 s of sustained voluntary contraction. Results: 14 of the selected 42 collaborated in sustaining contraction for 40 s, allowing the evaluation of the FRI. In the first 20 s of contraction, the fecal incontinence group showed a significantly higher mean FRI (2.48±1.39 min) compared to the reference group (1.13±0.72 min, P=0.042), which was not observed in the 40 s interval due to less uniform contraction. The anal resting pressure was higher in the fecal incontinence group (76.83 mmHg) than in the reference group (54.13 mmHg), but the statistical study did not reach significance (P=0.051). Conclusion: The FRI is feasible in children. The mean FRI obtained in this study is lower than the reported in constipated adults. The mean FRI among children with functional constipation and retentive fecal incontinence is higher than among constipated children without retentive fecal incontinence.
ORIGINAL ARTICLE
CYANOACRYLATE GLUE FOR GASTROESOPHAGEAL VARICES: A SINGLE CENTRE EXPERIENCE FROM NORTH INDIA GARG, Manjri GUPTA, Tarana GOYAL, Sandeep

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto: Na história natural da cirrose, o sangramento de varizes é uma das primeiras descompensações a acontecer e, se adequadamente controlada, a sobrevivência é melhorada. Varizes gástricas têm desafios na sua gestão devido à sua localização, tamanho e propensão a sangrar. A aplicação de cola N butil 2-cianoacrilato (NBC) surgiu como terapia definitiva em varizes gástricas sangrantes. Apresentamos nossa experiência com o uso da NBC na gestão de casos gástricos e difíceis de varizes esofágicas. Métodos: Um total de 75 pacientes foram submetidos à aplicação de cola NBC para varizes que incluiu 69 pacientes com varizes gástricas e seis pacientes com varizes de esôfago. Todos os procedimentos foram feitos com endoscópio flexível e agulha de escleroterapia após as devidas medidas de precaução. Resultados: A hemostasia foi alcançada em todos os pacientes após a endoterapia. A quantidade média de cola utilizada foi de 2,75+0,95 mL. A obliteração completa com sessão única de aplicação da NBC foi alcançada em 55 pacientes. O reexame ocorreu em cinco pacientes dentro de 5 dias após o evento de índice. 20 pacientes tiveram mortalidade hospitalar, mas nenhum foi relacionado com o sangramento gastrointestinal. A mortalidade após 6 semanas foi de 26 (35%). Conclusão: A terapia de cola com a NBC é uma terapia que salva vidas em pacientes com varizes gástricas hemorrágicas e varizes esofágicas não condizíveis à ligadura endoscópica ou escleroterapia.

Abstract in English:

ABSTRACT Background: In natural history of cirrhosis, variceal bleeding is one of the earliest decompensations to happen, and, if adequately managed, survival is improved. Gastric varices have challenges in management due to their location, size and propensity to bleed. The N-butyl 2-cyanoacrylate (NBC) glue application has emerged as definitive therapy in bleeding gastric varices. Here we present our experience with use of NBC in management of gastric and difficult cases of esophageal varices. Methods: A total of 75 patients underwent NBC glue application for varices which included 69 patients with gastric varices and six patients with esophageal varices. All the procedures were done with flexible endoscope and sclerotherapy needle after due precautionary measures. Results: Hemostasis was varices in all patients after endotherapy. The average quantity of glue used was 2.75±0.95 mL. Complete obliteration with single session of NBC application was achieved in 55 patients. Re-bleeding occurred in five patients within 5 days of index event. 20 patients had in-hospital mortality but none was related to gastrointestinal bleeding. 6-week all-cause mortality was 26 (35%). Conclusion: Glue therapy with NBC is a life saving therapy in patients with bleeding gastric varices and esophageal varices not amenable to endoscopic variceal ligation or sclerotherapy.
ORIGINAL ARTICLE
DYSPHAGIA OCCURRENCE IN COVID-19-POSITIVE PATIENTS IN TWO HOSPITALS IN BRAZIL NASCIMENTO JUNIOR, José Ribamar do CERON, Camila Ferreira SIGNORINI, Alana Verza KLEIN, Amanda Bello CASTELLI, Carla Thamires Rodriguez SILVÉRIO, Carolina Castelli OTTO, Danielle Martins ANTUNES, Hellen de Araújo SOTERO, Laura Karolainy Barcelos CIRINO, Pâmela Barbosa VIZIOLI, Paula Tasca LIMA, Vanderssom Correia

Abstract in Portuguese:

RESUMO Contexto A COVID-19 compreende uma infecção respiratória decorrente da contaminação pelo vírus SARS-CoV-2, sendo a insuficiência respiratória aguda uma de suas principais características, levando a uma alta frequência de intubação orotraqueal (IOT), que por sua vez aumenta o risco para a disfagia. Uma vez que esta pode levar ao comprometimento pulmonar, conhecer a real ocorrência de disfagia em parte da população brasileira e suas associações permite o manejo clínico precoce e eficaz da equipe multidisciplinar em relação aos pacientes. Objetivo: Verificar a ocorrência de disfagia em pacientes adultos positivos para COVID-19 em dois hospitais brasileiros, referências no atendimento à pandemia. Métodos: Trata-se de um estudo prospectivo, observacional longitudinal, realizado em dois hospitais privados no Brasil, ambos referências no atendimento de pacientes com isolamento por coronavírus. Inicialmente os dados foram levantados por meio de consulta aos prontuários de cada paciente. Foram também coletadas informações sobre sexo, idade, doenças anteriores, teste de COVID-19 e período de IOT. Após a coleta de dados, foi realizada a avaliação fonoaudiológica clínica da deglutição de cada paciente por meio do Gugging Swallowing Screen (GUSS) adaptado, do ASHA NOMS e da Functional Oral Intake Scale (FOIS). Resultados Foram avaliados 129 participantes, com média de idade de 72 anos. De acordo com a escala GUSS, 9,3% dos pacientes apresentaram deglutição normal/funcional, enquanto 90,7% apresentaram disfagia, sendo esta de grau leve em 17,05%, moderado em 33,33% e grave em 37,98%. Quanto aos resultados do ASHA NOMS, a maioria (36,5%) dos pacientes encontrava-se no nível 1, que representa o paciente que não consegue receber alimentação por via oral, tendo a necessidade do uso de alimentação por sonda. Esse dado está de acordo com os resultados observados com a escala FOIS, em que a maioria dos pacientes (42,1%) foi classificada como nível I, quando a ingestão de alimentos ocorre exclusivamente por sondas, sem oferta por via oral. Dos 129 participantes, 59% deles necessitaram de IOT. Ao comparar o tempo de IOT e a gravidade da disfagia, encontrou-se diferença estatisticamente significante, sendo que quanto mais grave a disfagia, maior o tempo que o paciente permaneceu intubado. Conclusão Existe alta incidência de disfagia orofaríngea em pacientes com COVID-19, com maior gravidade durante períodos mais longos de IOT.

Abstract in English:

ABSTRACT Background COVID-19 comprises a respiratory infection resulting from contamination by SARS-CoV-2, with acute respiratory failure being one of its main characteristics, leading to a high frequency of orotracheal intubation (OTI), which in turn increases the risk for dysphagia. Since this can lead to pulmonary impairment, knowing the real occurrence of dysphagia in part of the Brazilian population and its associations allows early and effective clinical management of the multidisciplinary team in relation to patients. Objective To verify the occurrence of dysphagia in COVID-19-positive adult patients in two Brazilian reference hospitals in the care of the pandemic. Methods This was a prospective, longitudinal observational study carried out in two private hospitals in Brazil, both references in the care of patients with coronavirus isolation. Data were initially collected by consulting the medical records of each patient. Information was collected regarding sex, age, previous diseases, COVID-19 testing, and the OTI period. After data collection, the clinical speech-language assessment of swallowing for each patient was carried out using the adapted Gugging Swallowing Screen (GUSS), the ASHA NOMS and the Functional Oral Intake Scale (FOIS). Results A total of 129 participants were evaluated, with a mean age of 72 years. According to the GUSS scale, 9.3% of the patients presented normal/functional swallowing, while 90.7% presented dysphagia, with mild dysphagia in 17.05%, moderate dysphagia in 33.33%, and severe dysphagia in 37.98%. As for the results of the ASHA NOMS, the majority (36.5%) of the patients were at level 1, which represents the patient who is not able to receive his or her food supply orally, having the need to use tube feedings. This is in line with the results observed with the FOIS scale, whereby most patients (42.1%) were classified as Level I, when food intake occurs exclusively through feeding tubes, with no oral supply. Of the 129 participants, 59% of them required OTI. When comparing the time of OTI and the severity of dysphagia, there was a statistically significant difference, with more severe dysphagia, the longer the patient remained intubated. Conclusion: There is a high incidence of oropharyngeal dysphagia in patients with COVID-19, with increased severity during longer periods of OTI.
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E-mail: secretariaarqgastr@hospitaligesp.com.br
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