RESUMO:
Propomos compreender a poética (Aristóteles, Benjamim) como um aspecto da técnica de enunciação psicanalítica. Partindo da postulação lacaniana conhecida como lalíngua, encontra-se um paralelo entre esta língua preconizada por Lacan e o uso da linguagem tal qual ele é feito na composição da poesia concretista. Através da análise literária de dois poemas brasileiros desta escola, somados às narrativas dos próprios poetas sobre o processo criativo que os incutiu, perfaz-se um caminho para a compreensão da assertiva lacaniana de que “o inconsciente é um savoir-faire com lalíngua” como uma consideração sobre o aspecto de criação poética imbuído no enunciado do analista.
Palavras-chave:
interpretação psicanalítica; poética; Jacques Lacan