RESUMO
O rebanho de ovinos no Brasil está estimado em mais de 16 milhões de cabeças. Embora o consumo da carne desta espécie ainda seja pequeno, comparado ao de outros países, o consumo de carne, inclusive ovina, tem sido associado às doenças transmitidas por alimentos, em especial a salmonelose. No presente estudo, investigou-se a ocorrência de salmonelas em linfonodos mesentéricos e conteúdo intestinal de 175 ovinos ao abate. “Pools” constituído por cinco amostras de contéudo fecal ou 5 amostras de linfonodos de 25 g foram pre-enriquecidos em 250 mL de água peptonada tamponada e incubados a 37° C por 18-24 horas. Uma alíquota de 0,1 mL do pré-enriquecimento foi transferida para 9,9 mL de caldo de enriquecimento Rappaport-Vassiliadis e 1,0 mL do pré-enriquecimento foi transferido para 10 mL de caldo tetrationato Muller-Kaufmann, incubados a 42° C for 24h. 10 μL do caldo de enriquecimento foi semeado superfície de placas de ágar BPLS e ágar XLT4 incubadas a 37º C for 24-48h. Colônias suspeitas de salmonela foram testadas por provas bioquímicas e serologicas. Os testes bioquímicos utilizados para identificação de Salmonella foram TSI (triple sugar iron àgar), LIA (lysine iron àgar) e ágar ureia. Sorotipagem foi realizada no Laboratório de Enterobactérias do Instituto Osvaldo Cruz. Isolou-se Salmonella Tiphymurium de um pool de linfonodos mesentéricos, provenientes de cinco animais. O fato de se observar a ocorrência de salmonela em ovino portador sadio alerta para necessidade de monitorar este micro-organismo também nesta espécie, especialmente quando destinada ao abate, com vistas à produção de alimentos seguros.
PALAVRAS-CHAVE
Ovinos;
Salmonella
; carcaça; linfonodos mesentéricos; trato intestinal