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EFEITO DE DIFERENTES HERBICIDAS, DOSES E VOLUME DE CALDA NA DESSECAÇÃO DE MILHETO [PENNISETUM GLAUCUM (L. LEEK)]

EFFECT OF DIFFERENT HERBICIDES, DOSES AND SPRAY VOLUME IN THE CHEMICAL MANAGEMENT OF PEARL MILLET [PENNISETUM GLAUCUM (L. LEEK)]

RESUMO

Objetivou-se nesse trabalho avaliar a eficácia de diferentes herbicidas aplicados em pós-emergência na de secação do milheto com diferentes doses e volumes de calda de aplicação. Para a dessecação do milheto foram utilizadas doses de 0, 25, 50 e 100% dos herbicidas glyphosate (1.440 g ha-1), em três formulações comerciais (Round up Original, Round up Transorb e Round up WG), paraquat + diuron (500 + 250 g ha-1) e amônio-glufosinato (800 g ha-1). Em todos os tratamentos foram utilizados dois volumes de aplicação (200 e 400 L ha-1). Manteve-se uma testemunha sem aplicação de herbicidas. Os efeitos dos tratamentos foram avaliados visualmente aos 3, 7, 14, 21 e 28 dias após aplicação. Ao final das avaliações foi determinada a massa seca das plantas. O estudo de campo foi instalado no delineamento em blocos casualizados. No final do estudo, aos 28 DAA, todos os tratamentos apresentaram controle total das plantas de milheto, independente da dose e do volume de aplicação, exceto para os tratamentos com paraquat + diuron e amônio-glufosinate na menor dose (25% da dose), nos dois volumes de aplicação, que apresentaram ainda controles considerados bons a muito bom, sendo que para esses dois herbicidas houve efeito do volume de calda, na qual o controle foi superior com o uso de volume menor.

PALAVRAS-CHAVE
Herbicida; tecnologia de aplicação; plantio direto

ABSTRACT

The objective of this work was to evaluate the efficacy of different herbicides applied in post-emergence in the desiccation of pearl millet with different doses and spray volumes. For the desiccation, doses at 0, 25, 50 and 100% of the herbicide glyphosate (1,440 g ha-1) were used in 3 formulations (Original Round up, Round up Transorb and Round up WG), paraquat + diuron (500 + 250 g ha-1) and glufosinate-ammonium (800 g ha-1). In all treatments, 2 spray volumes (200 and 400 l ha-1) were used, and there was 1 treatment (control) without the application of herbicides. The treatment effects were evaluated visually at 3, 7, 14, 21 and 28 days after application (DAA). At the end of the evaluations, the dry mass of the plants was determined. The field trial was carried out in randomized block design. At the end of the study, at 28 DAA, all treatments presented total control of plant pearl millet, regardless of the dose and spray volume, except the treatments with paraquat + diuron and glufosinate-ammonium at the lower dose (25%), in 2 spray volumes, which nevertheless showed good and very good control, these two herbicides presenting an effect of volume, in which the control was higher with the use of smaller volume.

KEY WORDS
Herbicide; spraying technology; no-tillage

INTRODUÇÃO

O milheto [(Pennisetum glaucum (L. Leek)] é uma planta anual da família das gramíneas, de clima tropical, apresenta crescimento ereto e porte alto, podendo atingir até cinco metros de altura, é utilizado na produção de palha e na cobertura do solo no sistema de plantio direto, na alimentação animal, sendo utilizado como forrageira anual de verão em pastejo direto, em corte, feno, silagem e colheita dos grãos para rações e ciclagem de nutrientes no perfil do solo (Salton; Kichel, 1997SALTON, J.C.; KICHEL, A.N. Milheto alternativa para cobertura do solo e alimentação animal. Dourados: Embrapa, 1997. 2p. (Folheto).). Um dos efeitos úteis é a cobertura do solo com massa seca, que exerce proteção contra intempéries, além de liberar quantidades consideráveis de nutrientes nas camadas superficiais do solo (Martins Netto, 1998MARTINS NETTO, D.A. A cultura do milheto. Sete Lagoas: EMBRAPA-CNPMS, 1998. 6p. (Comunicado Técnico, 11).).

A adoção do plantio direto pressupõe um efetivo controle das plantas daninhas voluntárias ou mesmo um manejo das coberturas vegetais antes da semeadura das culturas. Essa operação de controle denomina-se de dessecação ou manejo, sendo realizada com o uso de herbicidas sistêmicos ou de contato não seletivos e, ainda, com diferentes misturas de tanque nas quais se emprega, além do dessecante, um herbicida latifolicida para aumentar o espectro de ação sobre as plantas daninha dicotiledôneas, podendo-se adicionar à mistura um herbicida residual seletivo para a cultura, com a finalidade de cobrir o período crítico de competição entre as plantas daninhas infestantes e as plantas cultivadas (Heckler; Salton, 2002HECKLER, J.C.; SALTON, J.C. Palha: fundamento do sistema de plantio direto. Dourados: EMBRAPA, 2002. 29p.).

De acordo com Gassem; Gassem (1996)GASSEM, D.; GASSEM, F. Plantio direto: o caminho do futuro. Passo Fundo: Aldeia Sul, 1996. 207p., a prática do plantio direto ainda depende da dessecação para o manejo de plantas cultivadas e do controle de plantas daninhas através de herbicidas, como paraquat, diquat, amônio-glufosinate e glyphosate. A dessecação das plantas daninhas tem grande importância para o estabelecimento de uma lavoura, visto que a emergência destas, juntamente com a cultura, provoca danos tanto na produtividade como na qualidade dos grãos.

A eficiência de herbicidas no controle de plantas também depende da quantidade de água usada como veículo em sua aplicação. A eficiência de glyphosate aumenta quando diminui o volume de calda de pulverização. Essa melhor eficiência tem sido atribuída à melhor cobertura da folhagem (Ambach; Ashford, 1982AMBACH, R.M.; ASHFORD, R. Effects of variation in drop makeup on the phytotoxicity of glyphosate. Weed Science, v.30, p.221-224, 1982.) e à maior concentração de ingrediente ativo nas gotículas da pulverização (Jordan, 1981JORDAN, T.N. Effects of diluent volumes and surfactant on the phytotoxicity of glyphosate to bemudagrass (Cynodon dactilon). Weed Science, v.29, p.79-83, 1981.).

A pressão de pulverização tem efeito direto sobre a vazão, no diâmetro de gotas e nas características de deposição. Gotas pequenas podem ser obtidas pelo aumento da pressão ou pela redução do diâmetro do orifício de saída da ponta de pulverização. Segundo Prasad; Cadogan (1992)PRASAD, R.; CADOGAN, B.L. Influence of droplet size and density on phytotoxicity of three herbicides. Weed Technology, v.6, n.2, p.415-423, 1992., o volume do diluente pode afetar diversas variáveis, como a concentração da mistura de aspersão, tamanho de gotas, cobertura vegetal e, consequentemente, a fitoxicidade do herbicida. Tal fato implica que, para um dado volume, gotas pequenas são mais vantajosas em prover cobertura adequada do que as gotas grandes. As gotas pequenas são retidas com maior facilidade sobre a superfície das folhas e podem penetrar no dossel das folhas mais rapidamente do que as gotas grandes. No entanto, gotas pequenas são mais facilmente carregadas para áreas não-alvo (Prasad; Codogan, 1992PRASAD, R.; CADOGAN, B.L. Influence of droplet size and density on phytotoxicity of three herbicides. Weed Technology, v.6, n.2, p.415-423, 1992.).

Devido à necessidade de adotar diferentes manejos para evitar a pressão de seleção nas espécies cultivadas e adiar ou impedir a ocorrência de biótipos tolerantes ou resistentes a herbicidas, este trabalho teve como objetivo avaliar a eficácia de diferentes herbicidas aplicados em pós-emergência na dessecação do milheto, com diferentes doses e volumes de calda de aplicação.

MATERIAL E MÉTODOS

O presente trabalho foi instalado e conduzido em condição de campo, na Fazenda Experimental Lageado da Faculdade de Ciências Agronômicas – FCA/UNESP, campus de Botucatu, SP. As coordenadas geográficas da área são: Latitude 22º 07’ 56” S e Longitude 74º 66’ 84” WGr., com altitude média de 762 m, precipitação média anual de 1.517 mm e a temperatura média anual de 20,6º C. O clima da região é classificação por Koppen como Cfa, ou seja, subtropical, com verões quentes e úmidos e com invernos frios e secos.

O preparo do solo foi realizado mecanicamente, por meio de uma aração com arado de aiveca, gradagem com uma grade pesada e duas operações de grade niveladora. O milheto foi semeado mecanicamente em profundidade de 2-3 cm, utilizando-se 15 kg ha-1 de sementes, quantidade esta necessária para alcançar 15 plantas por metro. Capinas manuais foram realizadas durante todo o período experimental, sendo que a adubação de plantio e a cobertura foram realizadas conforme a necessidade da cultura.

O delineamento experimental adotado foi de blocos casualizados, com quatro repetições. Os tratamentos foram dispostos em um esquema fatorial 10 X 4, no qual as variáveis principal foram: 10 tratamentos químicos e 4 doses. As parcelas experimentais foram constituídas de 5 linhas de semeadura com 5 m de comprimento, espaçadas de 0,5 m entre si, totalizando 12,5 m2. Foram consideradas como área útil as 3 linhas centrais e também desconsiderou-se 0,5 das extremidades de cada parcela.

Para a dessecação do milheto foram utilizadas doses de 0, 25, 50 e 100% dos herbicidas glyphosate (1.440 g ha-1), em três formulações comerciais (Round up Original, Round up Transorb e Round up WG), paraquat + diuron (500 + 250 g ha-1) e amônio-glufosinate (800 g ha-1). Em todos os tratamentos foram utilizados dois volumes de aplicação (200 e 400 L ha-1). Manteve-se também uma testemunha sem aplicação de herbicidas.

A aplicação dos tratamentos foi realizada no dia 17/5/2008. Para a aplicação dos herbicidas foi utilizado um pulverizador costal, pressurizado a CO2, equipado com uma barra de pulverização munida com cinco pontas de jato plano tipo XR 11002 VS, com pressão de trabalho de 200 kPa, para um consumo de calda de 200 L ha-1, e pontas XR 11004 VS com pressão de trabalho de 380 kPa, para um consumo de calda de 400 L ha-1. As condições climáticas por ocasião da aplicação foram de temperatura média de 22º C e umidade relativa do ar de 50% e vento de 3 km h-1 em forma de rajadas (jatos de ventos intermitentes).

A eficiência dos tratamentos na dessecação do milheto foi determinada aos 3, 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação (DAA) pelo método de avaliação visual, atribuindo-se notas em porcentagem de controle em relação à testemunha. A escala empregada variou entre zero (sem danos visíveis) e 100% (dessecação total de plantas) (SBCPD, 1995SOCIEDADE BRASILEIRA DA CIÊNCIA DAS PLANTAS DANINHAS. Procedimentos para instalação, avaliação e análise de experimentos com herbicidas. Londrina: SBCPD, 1995. 42p.). Aos 28 DAA foram coletadas as plantas de 0,5 m2, as quais foram secas em estufa de ventilação forçada de ar a 60 ± 2º C, até atingir peso constante e, em seguida, foi determinada a massa seca das amostras. Os parâmetros utilizados para o estabelecimento das notas visuais de controle foram: inibição de crescimento, quantidade e uniformidade das injúrias, capacidade de rebrotas das plantas e quantidade de plantas mortas.

Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste “F” a 5% de probabilidade. Foram efetuados testes de médias e ajustes das equações de regressão das variáveis com auxílio do programa estatístico Sigma Stat e SISVAR, em função das doses dos herbicidas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na Tabela 1 estão apresentados os dados de porcentagem de controle das plantas de milheto. Verificou-se que, no terceiro dia após a aplicação (DAA), apesar de que todos os tratamentos proporcionaram intoxicação à cultura, a mistura paraquat + diuron teve melhor controle independente do volume de aplicação e doses testadas, com um controle acima de 60%, evidenciando um efeito imediato. Essa rápida ação da mistura paraquat + diuron deveu-se às características deste herbicida, pois é um produto de contato, o qual necessita de apenas 1 a 3 dias para provocar necrose completa das partes vegetais atingidas (Ahrens, 1994AHRENS. W.H. (Ed.). Herbicide handbook. 7.ed. Champaign: Weed Science Society of America, 1994. 352p.). Dentre as doses testadas não houve diferença entre 50 e 100%, o que mostra a possibilidade da redução da dose sem prejuízo no controle das plantas, exceto o tratamento com amônio-glufosinate quando aplicado em volume de 400 L ha-1. Ressalta-se, ainda, que não ocorreram diferenças de controle entre as doses de 25 e 50% testadas para todos os tratamentos, exceto para a aplicação de Round up Original a 400 L ha-1. O modelo de equação de regressão que melhor ajustou-se a esse caso foi o linear, com coeficiente de determinação de 0,95.

Tabela 1
Porcentagem de fitointoxicação visual em plantas de Pennisetum glaucum sobre o feito de herbicidas aos 3 dias após aplicação. Botucatu, SP, 2008.

A diferença entre os volumes foi observada nos tratamentos com o herbicida glyphosate em 25% da dose, o qual proporcionou maior efeito fitotóxico à cultura quando usado volume de aplicação de 200 L ha-1, pode se observar tal ocorrência nas três formulações comerciais. O mesmo ocorreu com a formulação WG na dose de 50%, corroborando os resultados obtidos por Yerkes; Weller (1996)YERKES, C.D.; WELLER, S.C. Diluent volumes influence susceptibility of field bindweed (Convolvulues arvensis) biotypes to glyphosate. Weed Technology, v.10, p.565-569, 1996., que constataram melhor controle de Convolvulus arvensis com volumes de calda relativamente reduzidos do que quando usando volumes maiores. Esses melho-res controles provavelmente devem-se à maior concentração de ingrediente ativo na calda e, por consequência, na gota pulverizada (Ambach; Ashford, 1982AMBACH, R.M.; ASHFORD, R. Effects of variation in drop makeup on the phytotoxicity of glyphosate. Weed Science, v.30, p.221-224, 1982.; Jordan, 1981JORDAN, T.N. Effects of diluent volumes and surfactant on the phytotoxicity of glyphosate to bemudagrass (Cynodon dactilon). Weed Science, v.29, p.79-83, 1981.).

Na avaliação de 7 DAA (Tabela 2), observou-se que o herbicida glyphosate, somente na formulação WG, e a mistura paraquat + diuron proporcionaram um controle igual ou superior aos demais herbicidas em todas as doses testadas e independente do volume de aplicação, no entanto, a mistura paraquat + diuron, apesar de não haver diferença estatística em relação ao glyphosate (WG), mostrou causar maiores sintomas de intoxicação nas plantas de milheto, com controle de até 80%. Todos os tratamentos tiveram controle satisfatório na dose de 100%, exceto o herbicida amônio-glufosinato com volume de aplicação de 200 L ha-1, sendo que o modelo de equação de regressão que melhor ajustou-se a esse caso foi a quadrática, com coeficiente de determinação de 1,00. Na maioria dos tratamentos a percentagem de fitoitoxicação foi crescente de acordo com o aumento das doses, independente do herbicida testado, esse comportamento foi visto no estudo feito por Moreira (2007)MOREIRA, M.S.; NICOLAI, M.; CARVALHO, S.J.P.; CHRISTOFFOLETI, P.J. Resistência de Conyza canadensis e Conyza bonariensis ao herbicida glyphosate. Planta Daninha, v.25, n.1, p.157-164, 2007. com o herbicida glyphosate no controle de buva, no qual se obteve incrementos no controle quando as doses foram aumentadas.

Tabela 2
Porcentagem de fitointoxicaçao visual em plantas de Pennisetum glaucum sobre o feito de herbicidas aos 7 dias após aplicaçao. Botucatu, SP, 2008.

Segundo Ahrens (1994)AHRENS. W.H. (Ed.). Herbicide handbook. 7.ed. Champaign: Weed Science Society of America, 1994. 352p.,o manejo químico de espécies de cobertura do solo com herbicida não-seletivo de ação sistêmica, como o glyphosate, provoca morte relativamente lenta das plantas. Esse efeito foi observado aos 14 DAA (Tabela 3), quando o controle foi semelhante à mistura de paraquat + diuron, não havendo mais diferença estatística entre os tratamentos e com controle acima de 92,50%, na maior dose testada. Quando utilizadas as doses de 25 e 50% o herbicida amônio-glufosinato mostrou-se ineficiente.

Tabela 3
Porcentagem de fitointoxicação visual em plantas de Pennisetum glaucum sobre o efeito de herbicidas aos 14 dias após aplicação. Botucatu, SP, 2008.

Aos 21 DAA (Tabela 4), o herbicida amônio-glufosinate na menor dose e independente do volume testado, proporcionou um controle inferior aos demais herbicidas testados, assim como a mistura paraquat + diuron na menor dose e aplicado com 400 L ha-1 na avaliação aos 28 DAA (Tabela 5). A reduzida translocação da mistura dos herbicidas paraquat + diuron inviabiliza sua utilização isolada em áreas que apresentam infestação de gramíneas perenes, fato que pode ser revertido se posicionado de forma sequencial, após a aplicação de glyphosate (Procópio et al., 2006PROCÓPIO, S.O.; PIRES, F.R.; MENEZES, C.C.E.; BARROSO, A.L.L.; MORAES, R.V.; SILVA, M.V.V.; QUEIROZ, R.G.; CARMO, M.L. Efeitos de dessecantes no controle de plantas daninhas na cultura da soja. Planta Daninha, v.24, n.1, p.193-197, 2006.). Esses resultados coincidem com os encontrados por Marochi (1995)MAROCHI, A.I. Evaluaton of chemical control methods for Richardia brasiliensis in infested areas under no-till system in the southern region of Brazil. In: ZAPP – THE CHALLENGE OF THE NEW, 1995, São Paulo. Abstracts. São Paulo: 1995. p.57-60., que verificou alta porcentagem de rebrota de gramíneas com a utilização de paraquat + diuron isoladamente ou em aplicação sequencial, recomendando a utilização de herbicida sistêmico na primeira aplicação. Já nas doses de 50 e 100%, todos os tratamentos proporcionaram o controle total da cultura, considerados eficientes para dessecação nessas doses. Mesmo com controle inferior aos demais tratamentos nas avaliações visuais anteriores, o herbicida amônio-glufosinato proporcionou evolução das injúrias nas plantas de milheto com o aumento da dose, esses resultados corroboram com Martins; Martins (1993)MARTINS, D.; MARTINS, C. C. Controle químico de aveia preta (Avena strigosa Schib.). Revista Ciência das Plantas Daninhas, v.11, n.1, p.11-13, 1993., onde houve comportamento semelhante no controle de aveia preta quando testado o mesmo herbicida.

Tabela 4
Porcentagem de fitointoxicação visual em plantas de Pennisetum glaucum sobre o efeito de herbicidas aos 21 dias após aplicação. Botucatu, SP, 2008.
Tabela 5
Porcentagem de fitointoxicação visual em plantas de Pennisetum glaucum sobre o efeito de herbicidas aos 28 dias após aplicação. Botucatu, SP, 2008.

Ressalta-se que ao final do estudo, aos 28 DAA (Tabela 5), para os dois herbicidas de contato, paraquat + diuron e amônio-glufosinate, a 25% de suas doses, houve efeito de volume de aplicação. O uso do volume menor, 200 L ha-1, proporcionou melhor controle das plantas de milheto.

Tabela 6
Efeito de diferentes herbicidas aos 28 dias após a pulverização em pós-emergência sobre a produção de massa seca (kg) em plantas de Pennisetum glaucum. Botucatu,SP, 2008.

Registra-se na Tabela 6 que, de um modo geral, ao analisar o efeito das diferentes doses de um mesmo herbicida sobre o acúmulo de massa seca, a aplicação de 25% da dose proporcionou decréscimos acentuados na produção de massa seca, exceção de todas as formulações de glyphosate aplicados a 200 L ha-1 e paraquat+diuron também a 200 L ha-1. Com a utilização de 50% da dose, apenas a formulação Original aplicada a 200 L ha-1 continuou sendo semelhante à testemunha, porém, em termos de massa, apresentou uma redução de 17% no acúmulo de massa seca. A aplicação da dose de 100% também determinou decréscimos acentuados no acúmulo de massa seca em todos os tratamentos, exceção ao paraquat + diuron aplicados a 200 L ha-1.

CONCLUSÕES

Este trabalho evidenciou a possibilidade de utilizar moléculas de diferentes mecanismos de ação na dessecação do milheto. Todos os herbicidas testados proporcionaram controle total das plantas nas doses de 50 e 100% aos 28 dias após aplicação. Quando testados 25% da dose, apenas o herbicida glyphosate proporcionou controle total das plantas independente da formulação e volume de aplicação. Em todos os tratamentos o controle foi crescente com o aumento da dose. Houve efeito de volume de aplicação apenas com 25% da dose e com os herbicidas de contato no qual o uso do volume menor (200 L ha-1) ocorreu o melhor controle.

REFERÊNCIAS

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    31 Ago 2020
  • Data do Fascículo
    Jan-Mar 2011

Histórico

  • Recebido
    22 Abr 2010
  • Aceito
    06 Jan 2011
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