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Entre o passado e o presente: seguindo os passos dos naturalistas do século XIX e sua contribuição para o conhecimento da ictiofauna brasileira

Resumo

Objetivo

Avaliar a contribuição dos naturalistas Francis de Castelnau, Jacob Heckel, Johan Baptist von Spix, Johann Natterer, Louis Agassiz e Rudolf Kner no conhecimento da diversidade taxonômica da ictiofauna de água doce do Brasil entre os anos de 1829 e1859.

Métodos

Foram construídas duas matrizes de dados: uma com informações dos peixes de água doce do Brasil conhecidas até 2021 e outra a partir da lista de espécies de peixes da América do Sul apresentada por Castelnau (1855). Ambas foram complementadas com informações sobre taxonomia, distribuição geográfica, autoria e distribuição geográfica. A partir da primeira foi calculado o Índice de diversidade taxonômica (Δ) para avaliação da contribuição dos naturalistas e determinado o número de espécies por região hidrográfica. A segunda permitiu detalhar a contribuição de Francis de Castelnau.

Resultados

Entre 1829 e 1859 os cinco naturalistas considerados neste estudo descreveram 171 espécies de peixes no Brasil incluindo diversas espécies endêmicas. Castelnau foi o naturalista com maior contribuição (Δ=87,7) seguido de Agassiz (85,5), Spix & Agassiz (85,4), Kner (80,8) e Heckel (48,7). Os cinco naturalistas descreveram espécies de quatro regiões hidrográficas Amazonas (122 espécies), Paraná (25), Tocantins-Araguaia (18) e São Francisco (13). As 276 espécies de peixes catalogadas por Francis de Castelnau são na sua maioria da região Neotropical incluindo algumas endêmicas, provenientes de cursos de água da região sudeste brasileira abrangendo espécies coletadas pela primeira vez nos cursos de água do Brasil Central e algumas marinhas, de pequeno (5 cm) a médio (56.0 cm) porte.

Conclusões

Os cinco naturalistas considerados no estudo tiveram contribuição expressiva para o conhecimento científico inicial (1829-1859) da ictiofauna brasileira, mas essa contribuição varia por naturalista, com destaque para Castelnau, Agassiz e Spix & Agassiz, e por bacia hidrográfica, notadamente a Amazônica.

Palavras-chave:
índice de diversidade taxonômica; Francis de Castelnau; Brasil Central; região hidrográfica amazônica

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