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Composição e estrutura da comunidade de diatomáceas bentônicas de marismas do sul do Brasil e sua relação com variáveis ambientais

Resumo:

Objetivo

Este estudo focalizou a variação espaço-temporal da estrutura da comunidade de diatomáceas bentônicas, em marisma do estuário da Laguna dos Patos e sua relação com variáveis ambientais.

Métodos

Amostragens foram realizadas no inverno de 2010 e verão de 2011(durande o El Niño e La Niña) em locais com diferentes granulometrias do sedimento, salinidades e distâncias do Oceano Atlântico. O sedimento superficial foi coletado utilizando um core (10 cm de diâmetro e 2 cm de profundidade) e as diatomáceas bentônicas foram removidas, seguinto o método Trapping, que permite a observação das diatomáceas vivas.

Resultados

As variações dos valores de riqueza (18 e 48 taxa), uniformidade (0.41 and 0.68) e índice de diversidade de Shannon (2.02 and 3.31 bits/ind.) entre os locais e estações não foram significativos, embora a temperatura e salinidade diferiram, significativamente, entre o inverno e verão. Entretanto, a composição e distribuição das diatomáceas estiveram relacionadas à temperatura, salinidade e tamanho de partícula do sedimento. Principalmente as espécies Hippodonta hungarica, Luticola simplex Navicula cf. cryptotenelloides, N. erifuga, N. jacobii, Nitzschia filiformis var. conferta, Planothidium frequentissimum and Tryblionella cálida, estiveram associadas às mais baixas temperatura e salinidade no inverno. As espécies Navicula cf. cryptocephala, N. phylleptosomaformis, Nitzschia pusilla, N. frustulum, N. scalpelliformis and Pseudostaurosiropsis geocollegarum estiveram relacionadas as mais altas temperatura e salinidade no verão. Diatomáceas birrafídeas, principalmente espécies do gênero Navicula e Nitzschia foram frequentes ou abundantes em sedimentos arenosos e, monorrafídeas, tais como Planothidium frequentissimum foram frequentes em locais, onde predominaram silte e argila.

Conclusões

A composição das diatomáceas bentônicas revelou variação entre os locais nas estações de inverno e verão, durante os episódios de El Niño and La Niña. No inverno, alta pluviosidade e alto escoamento de água doce manteve condição oligohalina nas marismas, enquanto que, no verão, a inundação de água meso-poly-euhalina mudou a composição das diatomáceas. A granulometria foi um fator importante para explicar a distribuição dos táxons birrafídeos e monorrafídeos.

Palavras-chave:
microfitobentos; sistema estuarino; variação espaço-temporal; tipo de substrato

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