Resumo:
Objetivo Determinar para Pimelodus maculatus, o peixe mais afetado pela operação e manutenção (O&M) da usina de Amador Aguiar II, rio Araguari, Brasil, (i) o petrecho de pesca mais adequado à sua amostragem, (ii) a variação sazonal nas capturas, (iii) as variáveis abióticas que mais influenciam suas capturas, e (iv) o melhor período do ano para programar O&M de risco à espécie.
Métodos Coletamos peixes bimestralmente nos primeiros 300 m a jusante da usina com anzol, tarrafa e rede de emalhar por três anos consecutivos. Analisamos a abundância de P. maculatus e sua variação temporal em função de petrecho de pesca, estação do ano, oxigênio dissolvido, temperatura da água, transparência da água, pluviosidade, vazão turbinada, vazão vertida e vazão defluente.
Resultados Capturamos 5.117 indivíduos de 32+ espécies. Pimelodus maculatus (52,6% do total) foi o peixe mais amostrado nos três petrechos de pesca. Rede de emalhar amostrou 70,2% dos P. maculatus, seguida do anzol (22,6%) e da tarrafa (7,3%). A captura acidental na rede de emalhar (55,4%) foi bem superior à do anzol (7,6%) e tarrafa (10,9%). Variação temporal nas capturas de P. maculatus pelos três tipos de artes de pesca apresentou sincronia. Entre os dois melhores petrechos de pesca para a amostragem de P. maculatus, a rede de emalhar capturou mais indivíduos, mas causou mais captura acidental e morte de peixes do que a pesca com anzol. Estação do ano e temperatura da água foram as variáveis abióticas que mais influenciaram a variação temporal do número de P. maculatus amostrados. Capturamos mais indivíduos na estação chuvosa quando a temperatura da água era maior.
Conclusões Para qualquer atividade de O&M que represente risco de morte de peixes, particularmente drenagem da turbina, recomendamos agendá-la para a estação seca, quando a captura de P. maculatus perto da usina é menor. Além disso, aconselhamos a amostragem de peixes nas proximidades da usina antes da O&M com rede de emalhar ou anzol, sendo esse último preferido por causa da menor captura acidental e morte de peixes.
Palavras-chave:
morte de peixe; petrechos de pesca; Pimelodus maculatus; variáveis abióticas; bacia do rio Paraná
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