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Efeitos dos microplásticos de PET no crustáceo de água doce Daphnia similis Claus, 1976

Resumo:

Objetivo

Neste estudo, nós investigamos os efeitos de microplásticos secundários de PET (< 53 µm) nos parâmetros básicos da história de vida de Daphnia similis sobrevivência, idade na primeira reprodução e número total de descendentes. Nós também analisamos a atividade enzimática de D. similis (superóxido dismutase, catalase e glutationa-S-transferase) em concentrações de sub-efeito.

Métodos

Realizamos testes toxicológicos agudos e crônicos usando seis concentrações de microplásticos PET (0, 102, 103, 104, 105 e 106 part. mL-1). Também aplicamos um teste de exposição para analisar a atividade da superóxido dismutase, catalase e glutationa-S-transferase em concentrações de sub-efeito.

Resultados

A mortalidade de D. similis aumentou (CL50 = 1 x 105 part. mL-1), a reprodução reduziu (CE50 = 105 part. mL-1) e o tempo para a primeira prole foi atrasado em 5 dias na maior concentração de microplástico após 21 dias de exposição. Não foram identificadas mortalidade nem alterações na atividade da superóxido dismutase, catalase ou glutationa-S-transferase após 48 h de exposição. Os microplásticos se aderiram aos apêndices corporais de D. similis, causando alterado comportamento natatório.

Conclusões

A ausência de toxicidade aguda e a ocorrência de toxicidade crônica alertam para cautela ao concluir sobre a não toxicidade dos microplásticos em testes de curto prazo. Os microplásticos apresentaram efeitos inesperados com implicações ecológicas importantes. Nossos resultados contribuem para preencher as lacunas de conhecimento sobre os efeitos da poluição microplástica nos ecossistemas aquáticos, especialmente sob exposição a longo prazo.

Palavras-chave:
plástico; toxicidade; polietileno tereftalato; zooplâncton

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