Estrutura de microcrustáceos determinada pelo tipo e estado trófico dos lagos

Nogueira, Bharguan Pizzol; Moreira-Silva, Camila; Marigo, Thaís Coimbra; Perbiche-Neves, Gilmar

doi:10.1590/S2179-975X4224

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Thematic Section “Neotropical Zooplankton Symposium” • Acta Limnol. Bras. 37 • 2025 • https://doi.org/10.1590/S2179-975X4224 linkcopiar

Estrutura de microcrustáceos determinada pelo tipo e estado trófico dos lagos

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

Resumo: Objetivo Neste estudo, nós investigamos a resposta da composição, diversidade e abundância de microcrustáceos (Cladocera e Copepoda) à origem do lago (natural e artificial) e ao estado trófico (mesotrófico e eutrófico, com eutrofização natural e eutrofização artificial). Testamos as seguintes hipóteses: (I) o aumento na abundância de certas espécies de microcrustáceos pode indicar um aumento no nível trófico; (II) a riqueza e a abundância variam entre os lagos e são maiores no lago com eutrofização natural; e (III) a abundância de microcrustáceos está associada à alta produtividade primária, sendo maior no ambiente eutrófico com eutrofização artificial.

Métodos O estudo foi realizado em um segmento da bacia do rio Paranapanema, no sudeste do Brasil, com foco em cinco lagos em um trecho de oito quilômetros, para entender as respostas dos diferentes organismos em condições distintas de ambientes aquáticos. A amostragem foi realizada bimestralmente ao longo de um ano.

Resultados Uma análise de componentes principais (PCA) separou três tipos de lagos: eutróficos (naturais e artificiais) a mesotróficos. Adicionalmente, 25 táxons foram encontrados. A análise SIMPER filtrou seis espécies com mais de 70% de contribuição de dissimilaridade. Cinco espécies apresentaram diferenças entre os lagos, uma espécie correlacionada com variáveis naturais, como profundidade. A análise de redundância associou a abundância de Bosminopsis deitersi com lagos eutróficos artificiais e com as variáveis condutividade elétrica, fósforo, nitrogênio, clorofila-a e dureza. Altas abundâncias de B. deitersi indicaram eutrofização artificial especialmente em lagos artificiais, enquanto lagos naturais com eutrofização natural não foram ambientes favoráveis para o aumento da abundância de B. deitersi.

Conclusões Este estudo destaca os lagos de meandros neotropicais, enfatizando a importância da caracterização físico-química, da amostragem temporal detalhada e da classificação dos lagos por origem e nível trófico.

Palavras-chave:
impactos antrópicos; lagos de meandros; região Neotropical; zooplâncton

LAKES	ITA	CAPA	MINE	AREIAL	ARA
Classification	NM	ME	NM	MM	NE
pH	6.0	6.2	5.6	5.4	6.0
Hard (mg.L^-1)	35	42	25	27	26
Alca (mg.L^-1)	32	41	31	55	38
Transp (m)	0.89	0.59	0.96	0.35	0.46
Turb (NTU)	9.6	36.7	10.8	48.2	38.8
DO (mg.L^-1)	4.8	5	5.7	6.1	5.2
Temp (Cº)	23.0	23.2	22.8	24.2	23.0
Cond (µS.cm^-1)	40.8	71.0	38.0	44.5	26.0
TP (µg.L^-1)	47	60	26	43	62
TN (µg.L^-1)	457	626	273	177	627
Chlor (µg.L^-1)	16	40	38	21	41
Dep (m)	3.4	3	3.4	5	0.83
TSI Index	M	E	M	M	E
TSI value	40	50	44	44	51

	PC1	PC2	PC3	PC4	PC5	PC6
pH	-0.16	-0.56	-0.04	-0.04	0.08	0.21
Hard	-0.27	-0.25	-0.33	0.42	-0.06	-0.17
Alca	-0.32	0.13	-0.38	-0.14	0.05	0
Transp	-0.06	-0.18	0.55	0.2	-0.18	-0.11
Turb	0.03	0.13	-0.54	-0.34	-0.19	0.1
DO	0.05	0.21	0.01	-0.02	0.78	-0.48
Temp	-0.19	-0.42	0.07	-0.27	0.4	0.26
Cond	-0.25	-0.24	-0.25	0.36	-0.04	-0.41
TP	0.32	-0.13	-0.19	0.34	0.36	0.5
TN	0.37	0.2	-0.14	0.51	-0.01	0.16
Chlor	0.45	-0.39	-0.17	-0.09	-0.11	-0.32
Dep	-0.5	0.27	0.07	0.25	0.05	0.26

Taxa	Occurrence of Taxa in each lake					Frequency (%)
COPEPODA
Diaptomidae	ITA	CAPA	MINE	AREIAL	ARA
Notodiaptomus henseni (Dahl F., 1894)	1	1	1	1	1	100
Notodiaptomus iheringi (Wright S., 1935)	1	1	1	1	0	80
Cyclopidae
Thermocyclops inversus Kiefer, 1936	1	1	1	1	1	100
Mesocyclops longisetus (Thiébaud, 1912)	0	0	1	1	0	40
Microcyclops anceps (Richard, 1897)	0	0	0	0	1	20
Microcyclops ceibaensis (Marsh, 1919)	0	0	0	0	1	20
Eucyclops serrulatus (Fischer, 1851)	0	0	0	0	1	20
Paracyclops chiltoni (Thomson G.M., 1883)	0	0	0	0	1	20
CLADOCERA
Chydoridae
Oxyurella ciliata Bergamin, 1939	0	0	0	0	1	20
Alona rustica Scott, 1895	0	0	0	0	1	20
Magnospina dentifera (G.O. Sars, 1901)	1	1	0	0	1	60
Bosminidae
Bosminopsis deitersi Richard,1895	1	1	1	0	1	80
Bosmina freyi De Melo & Hebert, 1994	1	1	0	0	0	40
Bosmina hagmanni Stingelin, 1904	1	1	0	0	0	40
Daphniidae
Ceriodaphnia silvestrii Daday, 1902	0	0	1	1	0	40
Ceriodaphnia cornuta G.O. Sars, 1885	0	0	0	1	0	20
Daphnia gessneri Herbst, 1967	0	1	0	0	0	20
Sididae
Diaphanosoma brevireme G.O. Sars, 1901	0	0	1	1	0	40
Diaphanosoma birgei Korínek, 1981	0	1	1	0	1	60
Diaphanosoma spinulosum Herbst, 1975	1	1	1	1	1	100
Moina minuta Hansen,1899	1	1	1	1	1	100
Simocephalus serrulatus (Koch, 1841)	0	0	0	0	1	20
Macrothricidae
Macrothrix paulensis (G.O. Sars, 1900)	0	0	0	0	1	20
Macrothrix spinosa King, 1853	0	1	0	1	1	60
Macrothrix elegans G.O. Sars, 1901	1	0	0	1	1	60

Ecological attributes	F	p	Species abundance	H	p
Richness (S)	3.63	0.30	N. henseni	11.20	0.01
Evenness	1.82	0.60	T. inversus	10.57	0.01
	H	p	B. deitersi	20.33	<0.01
Total Abundance	6.05	<0.01	M. minuta	3.86	0.26
Alpha Diversity (H´)	1.69	0.19	D. spinulosum	7.90	0.04
Alpha Diversity (H´)			M. spinosa	7.53	0.05

	Depth	Temperature	*N. henseni*	*T. inversus*	*D. spinulosum*	*M. spinosa*
Depth	1	0.04	0.46	0.02	0.11	-0.32*
Temperature	0.04	1	0.02	0.14	0.18	0.09

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[1] Codes: pH = Hydrogen potential, Hard = total hardness, Alca = total alkalinity, Transp = water transparency, Turb = turbidity, DO = dissolved oxygen, Temp = water temperature, Cond = conductivity; TP = total phosphorus; TN = total nitrogen; Chlor = total chlorophyll-a; TSI = Trophic State Index; Dep = Depth; NM = natural mesotrophic; ME = man-made eutrophic; MM = man-made mesotrophic; NE = natural eutrophic; M = mesotrophic; E = eutrophic.