Resumo:
Objetivo No presente estudo, investigamos o conteúdo estomacal de Mimagoniates lateralis (Nichols, 1913) em um riacho de restinga de água preta da Mata Atlântica, com o objetivo de identificar as principais fontes alimentares consumidas e verificar se ocorrem variações ontogenéticas.
Métodos Os exemplares foram amostrados em janeiro de 2024 no riacho Panema, Itanhaém – SP. A dieta de 124 indivíduos foi determinada por meio da análise do conteúdo estomacal, e o Grau de Preferência Alimentar (GPA) foi utilizado para mensurar a importância dos itens consumidos.
Resultados A dieta foi composta por 21 itens, entre os quais detrito, fragmento vegetal e Hymenoptera adulto foram predominantes. Apenas detrito foi classificado como item secundário, sendo todos os demais itens ocasionais. Os peixes de maior comprimento apresentaram a maior probabilidade de consumir adultos de Coleoptera e Hymenoptera, enquanto indivíduos menores tiveram a maior probabilidade de consumo de itens como Trombidiformes e detrito.
Conclusões Os resultados sugerem uma mudança ao longo da ontogenia na dieta, favorecendo presas específicas e reduzindo a dependência de outros itens alimentares. A elevada presença de itens alóctones na dieta de M. lateralis ressalta o papel fundamental da vegetação marginal como fonte essencial de recursos alimentares. A preservação da mata ciliar sustenta o equilíbrio desses ecossistemas, e é crucial para a sobrevivência de M. lateralis, uma espécie vulnerável à extinção, reforçando a urgência de medidas efetivas de conservação.
Palavras-chave:
dieta; variação ontogenética; sudeste do Brasil; Bacia do Rio Itanhaém
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