Resumo
O presente texto propõe uma reflexão sobre os últimos livros de Tamara Kamenszain e seu gesto de reescrita de alguns poemas e ensaios de outros livros anteriores para repor o “eu” ou o episódio autobiográfico onde estava apagado ou velado “em uma pátina de artifício”. Nele, se especula sobre as razões possíveis desta reescrita, que une poema e ensaio, como um exercício de endereçamento da pergunta pelo eu à “velha crítica literária/ que desprezava a vida privada/ em prol de uma severa/ pureza textualista”, como escreve em Chicas en tiempos supendidos. A reflexão acaba por levar a uma hipótese de leitura: poderia-se dizer que esta reescrita seria sua “lírica terminal”?
Palavras-chave:
Tamara Kamenszain; poesia; romance; autobiografia; crítica