Resumo
Este trabalho é parte dos esforços de revisão da permanência da tradição no modernismo brasileiro e, mais especificamente, na poesia de Carlos Drummond de Andrade. Para tanto, recorreremos à correspondência do autor e analisaremos um poema de Alguma poesia, “Sabará”. O recorte justifica-se por esse poema nos permitir compreender as primeiras reflexões do autor sobre o patrimônio nacional quando do surgimento de sua obra moderna. Já aí se revela uma especificidade do poeta no que se refere ao tema: o gozo da destruição, que se tornaria fundamental na obra drummondiana, estende-se para o prazer com a contemplação dos andrajos da cidade colonial. Entre a tradição e sua ruína, a escrita de Carlos Drummond de Andrade realiza uma leitura original da história da modernização brasileira. Permite, pois, ao crítico iluminar as relações entre modernismo brasileiro e a escrita da história do Brasil.
Palavras-chave:
Patrimônio colonial; modernismo brasileiro; vanguardas; Carlos Drummond de Andrade