Resumo
Este artigo se propõe a refletir sobre as maneiras pelas quais, em uma série de escritos, intervenções urbanas, performances e um livro-objeto produzidos no Brasil entre 1979 e 1982, os corpos adquirem novas figurações e reaparecem no espaço público, antes proibido pela ditadura militar. Em particular, são analisadas prosas de João Gilberto Noll, intervenções urbanas do coletivo 3nós3, performances do Movimento Arte Pornô e um livro experimental de Hudinilson Urbano Jr. Partimos da hipótese de que no contexto de retornos democráticos essas práticas artísticas são atravessadas por duas forças em tensão, borrões e exibicionismos, por meio das quais os corpos ensaiam novos modos de visibilidade, de figuração, respondem à repressão e à violência, praticam heranças alternativas e novas formas de resistência: novas relações entre arte e política.
Palabras-chave:
práticas artísticas brasileiras; corpo; espaço público; arte e política; pós-ditadura