Resumo:
Um dos maiores problemas dos países submetidos a estruturas coloniais é a dificuldade para se auto representar, para criar narrativas próprias. Em Porto Rico, durante muito tempo, a reposta ao duplo processo colonizador (Espanha-EEUU) vem da literatura. Este fato se reflete na imensa quantidade de obras que tentam sistematizar uma ideia de “portorriquenhidade”. Neste sentido, este trabalho objetiva analisar como reaparece esta problemática em donde (2005), de Eduardo Lalo (1964), quem faz uma reflexão acerca de uma possível ideia de identidade boricua a contrapelo, afastada de essencialismos nacionalistas e tendências homogeneizadoras sobre o Caribe, propondo novas categorias para pensar e, sobretudo, para reinterpretar a cultura caribenha através de noções como a escrita riscada; e, além disso, mediante questionamentos a narrativas herdadas acerca de pátria, gentilício, tradição. Para atingir os objetivos, as premissas teóricas de Stuart Hall, Jacques Derrida, Gina Saraceni, Juan Duschesne-Winter, acompanharão a reflexão.
Palavras-chave:
identidade; donde; Eduardo Lalo; Porto Rico; portirriquenhidade; sistema colonial