O artigo se debruça sobre um conjunto de quatro obras do escritor angolano Pepetela, a saber, Muana Puó (1969); Mayombe (1971); A geração da utopia (1992) e Predadores (2005). Partindo da primeira delas, Muana Puó, abordar-se-á o fato de que em tais obras se dá, além do enlace entre o estético e o ético, um encadeamento de ordem temática pelo qual se evidencia, de modo cada vez mais acidamente crítico e contundente, o projeto político do autor e seu compromisso com os imperativos que o movem. Tais imperativos acabam, quase sempre, por conflitar com a ordem política hegemônica em seu país, antes e depois da independência de 1975, como mostrará a leitura de Predadores, romance-fecho do percurso proposto e do próprio artigo.
Pepetela; projeto político; força inovadora; epistemes do sul