Resumo
A poética de Samanta Schewblin, no conto “Na estepe”, apresenta um esquema mecânico e reiterado no uso de procedimentos próprios dos discursos fantásticos contemporâneos, como, em especial, a falta de informações sobre o objeto que motiva a narração, o que se constitui canônico desde “Casa tomada”, de Julio Cortázar. Nesse caso, o emprego do “sujeito tácito” (nome implícito) cria a atmosfera fantástica, inquietante etc., estratégia semelhante a de um nome explicitado, mas do qual o leitor ignora o referente. Esses são procedimentos bastante estudados em relação a Cortázar, que os emprega bastante. A adoção desse recurso por Cortázar justifica as afirmações dos críticos de que Schewblin segue a tradição consagrada por seu ilustre predecessor. É essa a perspectiva a partir da qual se pretende ler “Na estepe”, de Samanta Schewblin, entre mundos possíveis da ficção fantástica.
Palavras-chave
novos discursos fantásticos; fantástico contemporâneo; mundos possíveis da ficção; estratégias de construção narrativa; insólito ficcional