Resumo
Este texto estuda a leitura que Derrida realiza da obra de Paul Celan, de Schibboleth (1986) ao seminário A Besta e o Soberano (2001-2003), dando especial atenção às noções de “testemunho” e “segredo”. Assim, verifica-se como Celan é um interlocutor-chave de Derrida, que não se limita a desenvolver um mero comentário hermenêutico que extrai o sentido oculto dos seus poemas, mas experimenta na poesia de Celan a aporia da memória e da leitura, a impossibilidade de testemunho no poema e, portanto, a necessidade da afirmação impossível do luto e da tradução. Deste modo, a relação entre Celan e Derrida compreende-se como tarefa de leitura infinita, isto é, como uma tarefa pela justiça e pela promessa.
Palavras-chave:
Aporia; Derrida; Desconstrução; Segredo; Testemunho