Em uma extrema concentração de meios, o curto texto Imagination morte imaginez (1966) de Samuel Beckett propõe uma experimentação a um só tempo poética e plástica. A definição estável dos corpos e das identidades, e até mesmo do próprio estatuto da obra, acha-se aí posta em crise, sendo incessantemente reinventada. Entre afeto e plasticidade, um excesso se afirma permitindo compreender de outro modo o minimalismo de Beckett e a saturação paradoxal cuja leitura o escritor nos propõe.
Samuel Beckett; excesso; afeto; plasticidade