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A literatura como passagem: reflexões em torno das ficções em desassossego

Este artigo trata do uso ficcional do naufrágio como metáfora em textos do século XVIII, tais como o Robinson Crusoe, de Daniel Defoe, e o Émile, de Jean-Jacques Rousseau, tanto quanto em romances contemporâneos, como O náufrago (Der Untergeher), de Thomas Bernhard, como um meio para abordar as transformações do pensamento iluminista em direção ao que Zygmunt Bauman chamou de "modernidade líquida". Considera os vínculos entre o ceticismo e o pensamento trágico, conectando estas ideias às criativas e decisivas acepções do conceito de passagem, esboçado por Walter Benjamin em seus estudos sobre a poesia de Baudelaire e, em especial, no "livro em aberto" que nos legou com as suas Passagens. Por fim, reflete sobre a metáfora-conceito "passagem" vista como uma sugestiva maneira de focalizar a literatura em nosso tempo, em especial aqueles romances que podem ser chamados de "ficções do desassossego".

literatura; passagem; ficção; desassossego; modernidade líquida; Walter Benjamin


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