Baseando-se no ensaio "A arte e as artes" de T.W. Adorno, o presente ensaio tenta explorar as implicações da hipótese de um enodamento das artes [Verfransung], segundo o qual os diversos gêneros artísticos se recusam a ocupar o lugar a eles reservado nos edifícios teóricos da estética tradicional e começam a se aproximar uns dos outros. Uma música espacializada, uma pintura temporalizada, uma literatura serializada e uma partitura literarizada fazem visível o que seria um denominador comum a todas elas: sua natureza lingüística. Neste movimento de unificação é possível encontrar elementos que conduzam a um frutífero diálogo entre a filosofia social da arte em Adorno e os discursos pós-modernos. Por um lado, cria-se um novo espaço artístico, que merece ser chamado de pós-moderno; por outro, o enodamento das artes permite que se critique o que há de ideológico no ecletismo, não enodado, das teorias do pós-moderno.
escola de Frankfurt; estética; pós-modernidade