A pintura de Gustave Courbet intitulada O ateliê do pintor (1854-1855) é considerada como um quadro-manifesto de suas intenções estéticas que, por serem ousadas e inovadoras, se opunham aos conceitos rígidos e burgueses da Academia. Tendo tido esse quadro recusado pelo Salão de 1855, em razão de seu tamanho (4m x 6m), Courbet, dando provas de suas convicções e de seu espírito de luta, monta uma exposição particular, à margem da Exposição Universal, num local construído às suas expensas, que batizou de "Pavilhão do Realismo".
O texto que segue, e que gostaria de propor como reflexão sobre a concepção de realismo de Courbet, assim como sobre sua importância para a literatura e as artes, é uma carta que o crítico e amigo do pintor, Jules Champfleury, escreve a Georges Sand em 1855. A defesa que faz da obra do pintor realista nos permite entender o escândalo causado pela quebra dos padrões estéticos vigentes e, ao mesmo tempo, sua importância política em meados do século XIX.
Edson Rosa da Silva
(UFRJ)
Datas de Publicação
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Publicação nesta coleção
July-Dec 2014