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Um estudo sobre a velocidade de fala como marca de segmentação em narrativas espontâneas

A velocidade da fala é analisada neste trabalho como um recurso prosódico empregado na sinalização da estrutura da narrativa espontânea. Partindo do pressuposto de que a narrativa tem uma estrutura interna, e de que os pares envolvidos em interações guiam seus movimentos conversacionais e suas atividades mais globais, com o propósito de torná-la evidente (JEFFERSON, 1978; SACKS, 1972), o presente trabalho examina fenômenos pertinentes à velocidade de fala, numa abordagem acústico-experimental, em 17 narrativas espontâneas, usando para isso um dos modelos mais influentes na análise da narrativa - o modelo laboviano. (LABOV, 1972). A variável prosódica sob investigação é analisada em dois níveis diferentes: em pontos específicos nas narrativas correspondentes aos limites de seções narrativas (nível local), e dentro de diferentes seções nas narrativas como um todo (nível global). Os resultados indicam que a velocidade de fala atua exclusivamente no nível global, gerando um padrão cíclico de diferentes velocidades ao longo do texto narrativo. A velocidade de fala, no entanto, não caracteriza seções narrativas e não é manipulada no nível local, indicando limites de seções narrativas.

Narrativa espontânea; Prosódia; Estrutura do discurso; Velocidade de fala


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