O presente artigo analisa as crenças e as atitudes linguísticas de falantes naturais de duas cidades do Paraná: Londrina, pertencente à região norte, e Pitanga, localizada no centro do estado. Estas duas localidades apresentam falares que se diferenciam por fenômenos fonéticos, um dos quais consiste na realização da vogal anterior átona final /e/ e suas variantes [i] e [e], identificadas como características dialetais: a vogal alteada para Londrina e a vogal média mantida para Pitanga. A partir destas diferenças e embasados nos princípios teórico-metodológicos da Sociolinguística, bem como em pesquisas focadas em crenças e atitudes linguísticas (LAMBERT; LAMBERT, 1968; LABOV, 2008; LÓPEZ MORALES, 1993; MORENO FERNÁNDEZ, 1998; CALVET, 2004; SILVA, 2010; BOTASSINI, 2013), analisamos o posicionamento de 24 informantes (doze de cada localidade) frente ao seu falar e ao falar do outro e constatamos a presença de preconceito linguístico dirigido ao subdialeto pitanguense e, em contrapartida, uma alta valoração do falar londrinense manifestada por todos os informantes e sustentada, essencialmente, pelas coerções sociais que envolvem as duas cidades em questão.
Crenças e atitudes linguísticas; Preconceito linguístico; Subdialetos paranaenses