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GLOBAL PORQUE ESCRAVISTA: UMA ANÁLISE DAS DINÂMICAS URBANAS DO RIO DE JANEIRO ENTRE 1790 E 1815

Resumo

O Rio de Janeiro de destaca como uma das poucas cidades do Mundo Atlântico que conseguiram reunir características tão particulares e ao mesmo tempo tão reveladoras das dinâmicas globais que marcaram as últimas décadas do século XVIII e os primeiros cinquenta anos da centúria seguinte. Se por um lado sua centralidade política se fez notória com sua elevação à sede de poder colonial (1763), sua transformação em Corte do Impé- rio Lusitano (1808) e sua escolha como capital do Império do Brasil (1822), a porção “Versalhes Tropical” do Rio de Janeiro coexistiu com uma cidade que, nas palavras de um viajantes inglês, mais parecia o “coração da África”; com negros e negras de diferentes origens, executando um sem número de atividades que renderam ao Rio de Janeiro o título, pouco honroso, de maior cidade escravista das Américas. Mais do que chocar viajantes estrangeiros desacostumados com o cotidiano escravista, ou então criar práticas de “pequenas Áfricas” em seu território, a forte presença de africanos e seus descendentes sob a égide a escravidão revela mais uma faceta do Rio de Janeiro: um locus do mundo Afro-Atlântico, no qual identidades, trajetórias e sentidos de cidade estavam em disputa. O objetivo do presente trabalho é, justamente, compreender as dinâmicas políticas, econômicas e sociais que caracterizaram o Rio de Janeiro como importante centro deste mundo Afro-Atlântico e suas múltiplas vozes entre os anos de 1790 e 1815.

Palavras-chave
Rio de Janeiro; escravidão; cidade global

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