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O CAFÉ DE NEUVILLE: SOCIABILIDADE, POLÍTICA E INFRAÇÃO NO COMÉRCIO DO RIO DE JANEIRO (1833-1841)

NEUVILLE’S COFFEEHOUSE: SOCIABILITY, POLITICS AND COMMERCE VIOLATION OF RIO DE JANEIRO (1833-1841)

Resumo

Em 1833, a capital do Império brasileiro era palco de rivalidades políticas e insatisfações sociais. Nesse ínterim, o governo regencial enfrentava a oposição, liderada pela facção caramuru, em protestos de rua pela cidade. No período da reação política, o movimento regressista passou a defender uma pauta de reformas que ensejaram uma série de transformações nos espaços de circulação e, consequentemente, na vida do citadino. Nesse sentido, sob a bandeira da restauração da ordem e da tranquilidade pública, os novos códigos legais versavam sobre a disciplina e a normatização das condutas. O projeto civilizador para a capital do país pressupunha transformar a “cidade de tumultos” em uma cidade ordeira e moderna. Localizado no tradicional Largo do Paço (atual Praça XV de Novembro), o Café Neuville testemunhou os acontecimentos que marcaram a cidade do Rio de Janeiro entre as décadas de 1830 e 1840. O estabelecimento promovia eventos e ficou conhecido como o lugar do primeiro baile de Carnaval da cidade, mas também transitou na fronteira entre o lícito e o ilícito, abrigando a prática de jogos proibidos. A história desse famoso café se imbrica com a do seu proprietário, Jeant Geant Neuville, um comerciante estrangeiro de naturalidade indefinida (francês ou belga?) e práticas suspeitas. Neuville circulou entre os registros policiais e a publicidade dos jornais fluminenses. O objetivo deste artigo é trazer à baila parte da história desse importante ponto comercial, pouco citado pela historiografia do período, mas digno de nota no Jornal do Commercio de 1830 a 1996.

Palavra chave:
Comércio; política; diciplina

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