Acessibilidade / Reportar erro

A sociedade escravista cubana e a Revolução Haitiana* * Publicado originalmente em Annales: Histoire, Sciences Sociales, 58, n.2, 2003, p.333-356, com o título "La société esclavagiste cubaine et la révolution haïtienne''. Tradução: Jaime Rodrigues. Revisão técnica: Lígia Fonseca Ferreira e Glaucia Ribeiro de Lima. As menções à Revolução Haitiana foram grafadas em maiúsculas, como quando fazemos referência a outros processos desse tipo - Revolução Inglesa, Revolução Francesa etc. (N. T.).

The Cuban Slave Society and the Haitian Revolution

Resumo

O texto estuda a repercussão da Revolução Haitiana em Cuba, entre fins do século XVIII e ao longo do século XIX. Analisa as diferentes formas de impacto do evento entre os senhores, os escravos e o Estado colonial.

Palavras-chave:
Revolução Haitiana; Cuba; escravidão

Abstract

The text examines the impact of the Haitian Revolution in Cuba, between the late 18th century and throughout the 19th century. It analyzes the different forms of impact of the event among the slavemasters, slaves and the colonial state.

Keywords:
Haitian Revolution; Cuba; slavery

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text available only in PDF format.

  • *
    Publicado originalmente em Annales: Histoire, Sciences Sociales, 58, n.2, 2003, p.333-356, com o título "La société esclavagiste cubaine et la révolution haïtienne''. Tradução: Jaime Rodrigues. Revisão técnica: Lígia Fonseca Ferreira e Glaucia Ribeiro de Lima. As menções à Revolução Haitiana foram grafadas em maiúsculas, como quando fazemos referência a outros processos desse tipo - Revolução Inglesa, Revolução Francesa etc. (N. T.).
  • 1
    Ver, em particular, TROUILLOT, Michel-Rolph. An Unthinkable History: The Haïtian Revolution as a Non-Event. In: Idem, Silencing the Past: Power and the Production of History. Boston: Beacon, 1995. p.70-107; BUCK-MORSS, Susan. Hegel and Haïti. Critical Inquiry, n.26, p.821-867, 2000; e GEGGUS, David Patrick. Haitian Revolutionary Studies. Boomington: Indiana University Press, 2002. p.157-158.
  • 2
    Ver HOBSBAWM, Eric. The Age of Revolution, 1789-1848. New York: New American Library, 1964; GODECHOT, Jacques. France and the Atlantic Revolution of the Eighteenth Century. New York: Free Press, 1965; FURET, François e OZOUF, Mona. Dictionnaire critique de la Révolution française. Paris: Flammarion, 1988, que não contém entradas para Haiti, SaintDomingue, escravidão, Caraíbas ou colônias. ** Saint-Domingue era a porção ocidental e francesa - atual Haiti - da ilha; Santo Domingo era a porção oriental e espanhola - atual República Dominicana. Ambas a s nomenclaturas aparecerão ao longo do texto (N. T.).
  • 3
    TROUILLOT, Michel-Rolph. Op. Cit., p.71.
  • 4
    Tratei desta tendência na Cuba de fins do século XIX (FERRER, Ada. Insurgent Cuba: Race, Nation, and Revolution, 1868-1898. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 1999).
  • 5
    Ver DUBOIS, William Edward B. The Suppression of the African Slave-Trade to the United States of America, 1638-1870. Nova York: Social Science Press, 1954, cap.07; GENOVESE, Eugene. From Rebellion to Revolution: Afro-American Slave Revolts in the Making of the Modern World. Baton Rouge: Louisiana State University Press, 1979. p.113-114; HUNT, Alfred N. Haiti's Influence on Antebellum America: Slumbering Volcano in the Caribbean. Baton Rouge: Louisiana State University Press, 1988. p.109-110.
  • 6
    Ver AIMES, Hubert. A History of Slavery in Cuba, 1511-1868. New York: Octagon Books, 1967, e MURRAY, David. Odious Commerce: Britain, Spain, and the Abolition of the Slave Trade to Cuba. Cambridge: Cambridge University Press, 1980, cap.01.
  • 7
    O argumento sobre a relação entre a Revolução Haitiana e a continuação do domínio espanhol em Cuba é dominante. Por exemplo, ver KUETHE, Allan J. Cuba, 1753-1815: Crown, Military and Society. Knoxville: University of Tennessee Press, 1986; IBARRA, Jorge. Ideología mambisa. Havana: Instituto Cubano del Libro, 1967; FRAGINALS, Manuel Moreno. España/Cuba, Cuba/España. Barcelona: Editorial Crítica, 1995; e PÉREZ, Louis A. Cuba Between Reform and Revolution. Nova York: Oxford University Press, 1988.
  • 8
    Ver LYNCH, John. The Origins of Spanish American Independence. In: BETHELL, Leslie (ed.). The Independence of Latin America. Oxford: Oxford University Press, 1987. p.47; LYNCH, John. The Spanish American Revolutions, 1808-1826. Nova York: Norton 1986, cap.06; e IZARD, Miguel. El miedo a la revolución: la lucha por la libertad en Venezuela (1770-1830). Madri: Editorial Tecnos, 1979.
  • 9
    Deve ser enfatizado que os fazendeiros cubanos criaram uma nova Saint-Domingue em um contexto muito diferente do que havia permitido o surgimento da colônia francesa. O boom em Cuba no início do século XIX ocorreu quando o comércio de escravos e a escravidão em si foram desafiados pela Revolução Haitiana e contestados pelo desenvolvimento dos movimentos abolicionistas ingleses. Isso favoreceu e, paradoxalmente, reviveu a escravidão em novos territórios, como Cuba, a ponto de às vezes ser chamado de "segunda escravidão". Ver TOMICH, Dale. Spaces of Slavery, Times of Freedom: Rethinking Caribbean History. World Perspectives: Comparative Studies of South Asia, Africa and the Middle East, n.57, p.67-80, 1997 e Idem. The Second Slavery: Bonded Labor and the Transformation of the Nineteenth-Century World Economy. In: RAMÍREZ, Francisco O. Rethinking the Nineteenth Century: Contradictions and Movement. Nova York: Greenwood Press, 1998. p.103-117.
  • 10
    Ver, por exemplo, Ignacio Leyte Vidal à Juan Bautista Vaillant, Baracoa (28 de agosto de 1791), em "Documentos referentes a la sublevación de negros esclavos en la isla de Santo Domingo" (Archivo Nacional de Cuba {ANC}, Fondo Asuntos Políticos {AP}, leg.4, exp.33); Minuta, Muy reservada, al Exmo. Sr. Conde de Floridablanca (7 de setembro de 1791), ANC, Correspondencia de los Capitanes Generales {CCG}, leg.42, exp.5; Manuel Gonzáles a Juan Bautista Vaillant, Kingston, Jamaica (13 de dezembro de 1791), ANC, CCG, leg.42, exp.8. Os dois últimos foram publicados em FRANCO, José Luciano. Documentos para la historia de Haití en el Archivo Nacional, Havana, ANC, 1954, p.64-70. A questão de saber quando um público mais amplo tomou conhecimento da rebelião tem resposta menos segura. A cobertura da mídia, através dos jornais espanhóis que circulavam em Havana, começou em novembro de 1791. Uma menção intrigante e pouco clara nos debates do cabildo de Havana atribui a falta de carne de porco a uma revolta dos negros que pode estar relacionada com os eventos em Saint-Domingue (Actas Capitulares del Ayuntamiento de la Habana transuntadas de Enero 1791 a Diciembre 1791 (9 de setembro de 1791), Archivo del Museo de la Ciudad de La Habana {AMCH}, 1791, f.247).
  • 11
    Vizieu de Sombrages ao governador. D. Juan Bautista Vaillant, San Luis de Geremías (1 de novembro de 1791), em "Traducción de dos cartas fechadas 1 nov. 1791 referentes a la rebelión en Santo Domingo" (ANC, AP, leg.4, exp.35). O esquema usado pelos observadores que começaram a descrever cenas de rebelião ou invasão e que depois foi modificado, invocava a natureza horrível ou inacreditável dos eventos, e continuou ao longo de décadas após a revolução. O autor ou orador interrompia sua descrição sob o pretexto de que o público seria capaz, por si só, de imaginar tais horrores, recorrendo à sua imaginação.
  • 12
    Conde de Floridablanca al Sr. Governador de Cuba, San Lorenzo (26 de novembro de 1791), ANC, CCG, leg.42, exp.7. Muitas dessas medidas estão reproduzidas em FRANCO, José Luciano. Documentos para la historia de Haití ..., Op. Cit. Para um debate sobre a resposta dos Estados escravistas coloniais do Atlântico à revolução, ver SCOTT, Julius S. The Common Wind: Currents of Afro-American Communication in the Era of the Haitian Revolution. Ph.D., Duke University, 1986; HUNT, Alfred N. Op Cit., e FRANCO, José Luciano. Revoluciones y conflictos internacionales en el Caribe, 1789-1854. Havana: Academia de Ciencias, 1965, em particular os capítulos 1 a 4.
  • 13
    A expressão "sociologia intuitiva" é emprestada de FARGE, Arlette e REVEL, Jacques. The Vanishing Children of Paris: Rumors and Politics before the French Revolution. Cambridge: Harvard University Press, 1991. p.53.
  • 14
    Francisco Arango y Parreño, em nome do Ayuntamiento de Havana, havia solicitado a concessão, por três anos, para que espanhóis e estrangeiros introduzissem escravos africanos em Cuba. A "Real Cédula" de 28 de fevereiro de 1789 concedeu a solicitação por dois anos. Em agosto de 1791, Arango pediu uma extensão dessa licença. Informações vindas do Haiti chegaram aos ouvidos das autoridades espanholas quando a revisão do pedido ainda estava pendente. Arango o reiterou em novembro, e uma extensão de seis anos foi concedida, a partir de 1 de janeiro de 1792. Ver ARANGO Y PARREÑO, Francisco. Representación hecha a S. M. con motivo de la sublevación de esclavos en los dominios franceses de la Isla de Santo Domingo (20 de novembro de 1791). In: Obras. La Habana: Dirección de Cultura, 1952, I, p.111-112; e AIMES, Hubert. Op. Cit., p.48-50. Para um debate sobre Arango, a "plantocracia" e sua noção de desenvolvimento econômico depois da Revolução Haitiana, ver TOMICH, Dale. The Wealth of Empire: Francisco Arango y Parreño, Political Economy, and the Second Slavery in Cuba. Comparative Studies in Society and History, n.1, p.4-28, 2003.
  • 15
    ARANGO Y PARREÑO, Francisco. Representación hecha a S. M... Op. Cit, Tomo.1, p.111-112.
  • 16
    Ibidem, p.107.
  • 17
    Sobre a migração de Saint-Domingue para Cuba, ver DUHARTE, Rafael. La huella francesa en Santiago de Cuba. Paris: L'Harmattan, 1988. Sobre as restrições de entrada ou de residência de escravos vindos de Saint-Domingue, ver FRANCO, José Luciano. Documentos para la historia de Haití ..., Op. Cit.
  • 18
    KIPLE, Keneth. Blacks in Colonial Cuba, 1774-1899. Gainesville: University Press of Florida, 1976. p.2728 e p.38. O autor discute as diferentes estimativas da população e os dados dos recenseamentos, e aceita os números de Ramón de la Sagra para 1774 e 1792. Para 1817, ele se baseia no censo oficial da administração espanhola.
  • 19
    Os defensores de um comércio de escravos mais regulamentado argumentavam que os franceses, em 1781, em um momento em que "a colônia de Guarico estava em uma situação similar à nossa situação atual", permitiram a importação de negros em navios de países inimigos se eles usassem uma bandeira neutra. A partir desse precedente, eles concluíram que as autoridades espanholas dariam permissão semelhante para Cuba. Consulte "Accuerdo de la Junta de Gobierno del Real Consulado" (18 de outubro de 1797), e Juan Toma´s de Jaurrequí ao capitão general (23 de outubro de 1797), em "Expediente relativo a las precauciones y seguridad en orden a los negros en general y en particular a los introducidos de las colonias extranjeras", ANC, Real Consulado y Junta de Fomento {RCJF}, leg.209, exp.8993; ver também Memorias de la Sociedad Patriótica de la Habana, 1793, p.13-14 e p.36-38.
  • 20
    Sobre os recenseamentos em Cuba no século XIX, consulte KIPLE, Keneth. Op. Cit., e a obra do "primeiro demógrafo" de Cuba, HERNÁNDEZ, Antonio del Valle. Sucinta noticia de la situación presente de esta colonia, 1800, com uma introdução de Juan Pérez de la Riva. Havana: Editorial de Ciencias Sociales, 1977. Para uma discussão sobre as ligações entre a formação do Estado e as estatísticas no contexto colonial, ver APPADURAI, Arjun. Number in the Colonial Imagination. In: Idem. Modernity at Large: Cultural Dimensions of Globalization. Minneapolis: University of Minnesota Press, 1996. p.114-135; e ANDERSON, Benedict. Census, Map, Museum. In: Idem. Imagined Communities: Reflections on the Origin and Spread of Nationalism. Londres/Nova York: Verso, {1983} 1991. p.163-185.
  • 21
    "Memorias de la Real Sociedad Patriótica de la Habana", 1794, manuscrito. Havana: Instituto de Literatura y Linguística.
  • 22
    "Acta de Cabildo de la Habana sobre como aumentar la población blanca". BNJM, CM Morales, t.80, n.13.
  • 23
    Ver a introdução de Juan Pérez de la Riva ao livro de HERNÁNDEZ, A. del Valle. Op. Cit., p.10-11. Consulte: "Expediente sobre las noticias comunicadas por el Sr. Síndico Don Francisco Arango y Parreño adquiridas en el viage que por encargo de S. M. ha hecho a Ynglaterra, Portugal, Barbada y Jamayca 1795" (ANC, RCJF, leg.92, exp.3923).
  • 24
    "Real Consulado. Copia del Expediente n.134 sobre proponer al Rey un plan para asegurar la tranquilidad y obediencia de sus servios de esta Colonia en Representación de 10 de Julio de 1799" (Expediente sobre el fomento de la población blanca en esta Ysla, ANC, RCJF, leg.184, exp.8330). Ver também Sebastian Kindelá ao capitão general Someruelos, na sequência da carta de 7 de março de 1804 (Archivo General de Indias {AGI}, Cuba, leg.1549). ***Marrón ou cimarrón eram termos usados em partes da América espanhola para se referir a escravos fugidos. Tratava-se de uma analogia com animais domésticos que, fugidos, tornavam-se novamente selvagens nas matas (N. T.).
  • 25
    "Gobernador Marqués de Someruelos instruye de las noticias que le ha dado el Gobernador de Cuba 1804" (Archivo Historico Nacional {AHN}, Madrid, Estado, leg.6366, part.2, exp.87). "Kindelán a Someruelos, oficio n.1151" (AGI, Cuba, leg.1549); "Marqués de Somuerelos participa haber llegado alli dos ciudadanos franceses que saliéron de la Ysla de Santo Domingo con una comisión para Europa (12 de julio de 1800)" (AHN, Estado, leg.6366, exp.15).
  • 26
    Ver, por exemplo, os apelos à ajuda cubana feito pelos refugiados e residentes de Santo Domingo, conservados no Archivo del Ministerio de Asuntos Exteriores {AMAE}, Política Exterior, República Dominicana, leg.2372; e RODRÍGUEZ Y DEMORIZI, Emilio. Invasiones haitianas de 1801, 1805, y 1822. Ciudad Trujillo: Editorial del Caribe, 1955.
  • 27
    Sobre a captura e eventualmente o assassinato de marinheiros espanhóis, ver "El Gobernador Marqués de Someruelos da cuenta de haber apresado los negros de Santo Domingo un bergantin español y del cruel procedimiento que resulta tubieron con la tripulación" (16 de outubro de 1804), (AHN, Estado, leg.6366, exp.95; "El Gobernador Marqués de Someruelos instruye del apresamiento de un buque español por los negros rebeldes de Santo Domingo", 1804 (AHN, Estado, leg.6366, exp.100); Joseph Murillo a Someruelos (7 de outubro de 1804) (AGI, Cuba, leg.1648); e depoimento de Juan Bautista Faget (16 de abril de 1804) (AGI Cuba, leg.1648). Sobre a captura de navios negreiros por forças haitianas, ver "Oficio de la Junta Consular al Capitán General (26 de junho de 1811)" (Biblioteca Nacional José Martí {BNJM}, CM Morales, t.79, n.26).
  • 28
    Sobre os rumores específicos de invasão, ver Manuel Guevara Vasconcelos, Capitán Gral. de Caracas, al Ministro de Estado (4 de janeiro de 1804) (AGI, Estado, leg.68, exp.3); "Carta reservada dirigida al Yntendente de la Habana, dando cuenta de los designios hostiles de los negros y mulatos de la parte francesa de Santo Domingo (19 de maio de 1818) (ANC, AP, leg.99, exp.101); Sebastian Kindelán al Sr Yntendente del Ejercito, 1822 (ANC, AP, leg.113, exp.8); Comunicación del Comandante Militar de Baracoa al Gobernador de Santiago de Cuba pidiendo resfuerzos militares en vista de las amenazas de un ataque por parte de Haití (30 de junho de 1823) (ANC, AP, leg.113, exp.104); Reservada, Carta n.2900, Ystancia de la alarma en que ha puesto a la República de Haití la misión del Intendente de Cuba Don Felipe Fernández de Castro {...}, 1830 (ANC, Gobierno Superior Civil {GSC}, leg.524, exp.18739); "Comunicación del Comandante de la 2ª Sección al Comandante General del Departamento Oriental, Bayamo, dando cuenta de las disposiciones adoptadas en vista de temerse una invasión desde la república de Haití 1830)" (ANC, AP, leg.121, exp.23); "Documento re. intención del gobierno de Haití de revolucionar esta Isla (18 de dezembro de 1830?)" (ANC, AP, leg.215, exp.89); do capitão general de Puerto Rico ao secretário de Estado (1830) (AHN, Estado, leg.6376, exp.31).
  • 29
    Comisión de Arango en Santo Domingo. In: Obras. Op. Cit., I, p.340-383. Para uma descrição da viagem, ver DOMÍNGUEZ, Francisco Ponte. Francisco Arango y Parreño, el estadista colonial. Havana: Editorial Trópico, 1937. p.158-169. O informante francês de Arango parece ter sido Pascal Sabes, general de brigada (Calander of Rochambeau Papers, entrada 1699).
  • 30
    Sobre a "pirataria", ver ANDERSON, Benedict. Op. Cit.
  • 31
    Carta de Rafael Castillo ao governador de Santiago de Cuba (23 de junho de 1841). In: "La comisión dada por el gobernador de Cuba a D. Ramón Arango para adquirir noticias de Haití e igual comisión a Dn. Rafael Castillo" (ANC, AP, leg.136, exp.26).
  • 32
    Ver, por exemplo, "{...} Carta al Capitán General Someruelos {...}, 1805" (AGI, Cuba, leg.1549 {nota 285}).
  • 33
    "Expendiente instructivo para suavizar la suerte de los negros esclavos" (ANC, RCJF, leg.150, exp.7405). Sobre a circulação desse relato, Manuel Barcia, comunicação pessoal (julho de 1999).
  • 34
    KNIGHT, Franklin. Slave Society in Cuba during the Nineteenth Century. Madison: University of Wisconsin Press, 1970; RIVA, Juan Pérez de la. El barracón: Esclavitud y capitalismo en Cuba. Barcelona: Editora Crítica, 1978; ORTIZ, Fernando. Los negros esclavos. Havana: Revista Bimestre Cubana, 1916; e FRAGINALS, Manuel Moreno. El Ingenio. 3 Vols. Havana: Editorial de Ciencias Sociales, 1978.
  • 35
    Diz-se que isso aconteceu na fazenda de Serapio Recio em Santa Cruz, Puerto Príncipe, 7 de junho de 1795. Carta ao capitão general (14 de junho de 1795), "Correspondencia del oficio del Teniente Gobernador de la Villa de Puerto Príncipe D. Alfonso de Viana con la Capitanía General sobre negros, su expulsión y levantamientos" ("Expediente relativo a las precauciones y seguridad...", ANC, RCJF, leg.209, exp.8993).
  • 36
    "Viana ao capitão general" (9 de abril de 1796), ibidem.
  • 37
    Pesquisas pessoais em curso sobre a veracidade desses presumidos incidentes. Para uma lista e uma discussão das conspirações e rebeliões nas ilhas caribenhas desde o período próximo à revolução do Haiti até 1815, ver GEGGUS, David Patrick. Slavery, War and Revolution in the Greater Caribbean. In: GASPAR, David Barry e GEGGUS, David Patrick. (eds.). A Turbulent Time: The French Revolution and the Greater Caribbean. Bloomington: Indiana University Press, 1997. p.1-50.
  • 38
    Para uma discussão sobre como o rótulo "revolta de escravos" tem sido usado de forma abusiva por historiadores e contemporâneos, ver GEGGUS, David Patrick. Slavery, War and Revolution... Op. Cit., e THORTON, John K. Africa and Africans in the Making of the Atlantic World, 1400-1800. Cambridge: Cambridge University Press, 1998. p.300-301. Para uma discussão sobre como esse uso pelos fazendeiros e pelo Estado justificou as respostas de "terrorismo racial", ver JOHNSON, Walter. Possible Pasts: Some Speculations on Time, Temporality, and the History of the Atlantic Slave Trade. Amerikastudien/American Studies, n.45, p.485-499, 2000. Ver também APTHEKER, Herbert. American Negro Slave Revolts. Nova York: International Publishers, 1963, cap.7, e WALVIN, James. Questioning Slavery. Londres: Routledge, 1996. p.121.
  • 39
    "Noticias acaecidas en la Villa de Puerto del Príncipe el día 12 de junho de 1798". In: "Expediente relativos a las precauciones y seguridad {...}" (ANC, RCJF, leg.209, exp.8993).
  • 40
    "Relación de los conatos de levantarse en armas los negros esclavos de la jurisdicción de Camagüey". In: ARREDONDO, F. de. "Relació de los acontecimientos políticos occurridos en el Camagüey" (BNJM, CM Arredondo, n.8).
  • 41
    AVELLANEDA, Gertrudis Gómes de. Autobiografía y epístolarios de amor. Ed. por Alexander Roselló Selimov. Newark: Juan de la Cuesta, 1999. p.51.
  • 42
    O'Farill, López e Patrón ao comandante de Santa Clara (18 de agosto de 1798). In: "Expediente relativo a las precauciones y seguridad" (ANC, RCJF, leg.209, exp.8993). Enquanto os abolicionistas ingleses e os missionários intensificaram sua propaganda, referências aos riscos causados pelos escravos ingleses também começaram a aparecer.
  • 43
    ANC, AP, leg.9, exp.27. O documento original está danificado. (Agradeço a Pedro Guibovich pela ajuda na transcrição.) Aqui está o que eu interpreto como uma referência ao Haiti: "{...} que quedarían asolutos y livres como el Gua {...}". O dossiê sobre a rebelião é "Expediente criminal contra Francisco Fuertes y dema´s negros {...} sobre levantamiento en el pueblo de Güines, 6 de Mayo de 1806".
  • 44
    O original está bastante desarticulado. "Los preparativos demuestran el liberado ánimo y las atrosidades que debían resultar de esta empresa {si no se} hubiera descubierto oportunamente {...} se ve que era bastante arduo {...} con el plan concertado {...} haverse evitado los mas sangrientes sucesos" (p.222-227).
  • 45
    O aumento foi contínuo depois disso, já que a região tinha 47 engenhos de açúcar em 1827 e 66 em 1846 (FRAGINALS, Manuel Moreno. El Ingenio. Op. Cit. Vol.1, p.140). Os números de MARRERO, Leví. Cuba: economía y sociedad, Madri, são um pouco diferentes: oito usinas em 1796, 26 em 1800. Sobre a revolução do açúcar em Guines, ver FRAGINALS, Manuel Moreno. El Ingenio. Op. Cit. Vol.1, p.57-62.
  • 46
    Ibidem, p.58 e p.110. Ver também MARRERO, Leví. Op. Cit. Vol.10, p.VI-VII (ilustração e descrição do engenho Amistad).
  • 47
    BERGAD, Laird, GARCÍA, Fe Iglesias e BARCIA, María del Carmen. The Cuban Slave Market, 1790-1880. Cambridge: Cambridge University Press, 1995. p.27.
  • 48
    MARRERO, Leví. Op. Cit. Vol.9, p.217 e 221. Ver também: "Resumen general de los moradores que comprehende el Partido de Guara en todo el año de 1799" ("Expendiente instruido con objeto de fomentar la población blanca de esta Ysla", ANC, RCJF, leg.184, exp.8324). A população do distrito de Guara, que seria o centro da conspiração, dividia-se da seguinte forma: 304 brancos, 266 escravos negros, 4 escravos mulatos, 4 negros livres e 6 mulatos livres.
  • 49
    A vasta literatura sobre as formas de resistência e as revoltas de escravos nas sociedades escravistas do Novo Mundo as qualificam de "africanas", "restauradoras", "criolas", etc. Estas tentativas de classificação as interpretam como episódios mais amplos de transformação política e cultural no interior das histórias. Para GENOVESE, Eugene. Op. Cit., essa transformação variou de rebeliões africanas e restauradadoras até a revolução burguesa ou crioula - uma transformação que data das revoluções francesa e haitiana e, para ele, marca a entrada de escravos negros na história moderna e do mundo. Michael Mullin e Michael Craton também argumentaram a favor de uma transformação na natureza e na forma das rebeliões, algumas claramente "africanas" no início da história do mundo atlântico; outras, crioulas, mais adentradas no século XIX. Eles vêem as transformações culturais entre os africanos escravizados, que se tornaram cada vez mais americanos, crioulos ou negros (MULLIN, Michael. Africa in America: Slave Acculturation and Resistance in the American South and the British Caribbean, 1736-1831. Urbana: University of Illinois Press, 1992; CRATON, Michael. Testing the chains: Resistance to Slavery in the British West Indies. Ithaca: Cornell University Press, 1982.
  • 50
    APTHEKER, Herbert. Op. Cit., p.139. Ver também GENOVESE, Eugene. Op. Cit., p.XXIV.
  • 51
    A respeito de reivindicações similares, em outra conspiração, ver o depoimento de escravos em 1793 em Hincha, Santo Domingo, em "Autos seguidos sobre la insurrección pretendida por los negros esclavos en Hincha" (ANC, AP, leg.4, exp.43).

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Jun 2012

Histórico

  • Recebido
    Nov 2011
  • Aceito
    Jan 2012
Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP Estrada do Caminho Velho, 333 - Jardim Nova Cidade , CEP. 07252-312 - Guarulhos - SP - Brazil
E-mail: revista.almanack@gmail.com