Resumo
A implantação de cemitérios sem projetos geoambientais e hidrogeográficos em solos sem propriedades estruturais e químicas necessárias para receber este tipo de atividade resulta que elementos tóxicos e lixiviados do cemitério percolem ao nível freático. Esta percolação leva a contaminação das águas subterrâneas, afetando drasticamente os recursos naturais e a saúde pública. Desta forma, a toxicidade de solos oriundos de cemitérios de Santa Maria foi avaliada. Paralelamente, as concentrações de Al, Ca, Cd, Cr, Cu, Fe, Mg, Ni, Pb e Zn foram determinadas e comparadas com os limites de tolerância estabelecidos na Resolução 420 de 2013 do Conselho Nacional do Meio Ambiente. Oligochaetas da espécie Eisenia andrei foram empregadas como organismos bioindicadores em bioensaios, no formato ensaio-limite (controle versus tratamento), completamente casualizado, com três repetições, composto por sete tratamentos e dois níveis. Ao final do período de exposição, foram avaliados os efeitos de toxicidade aguda em oligochaetas, sendo feita a concentração letal média (CL50). Os resultados da toxicidade aguda e crônica nos dois cemitérios analisados evidenciaram toxicidade (CL50 239,88 mg kg-1 e 52,48 mg kg-1) respectivamente e interferência no processo reprodutivo das oligochaetas. Pela análise química se detectou concentrações de metais tóxicos superiores aos valores de prevenção estabelecidos legalmente.
Palavras-chave:
bioindicadores; oligochatas; metais tóxicos; toxicidade.