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Cloroquina e hidroxicloroquina no ambiente e organismos aquáticos: uma revisão

Resumo

A cloroquina e a hidroxicloroquina são aminoquinolinas utilizadas no tratamento de doenças endêmicas da América Latina como a malária e não endêmicas com ampla prevalência como a artrite reumatoide e o lúpus eritematoso. Descritas como persistentes, bioacumulativas e perigosas para a biota aquática são consideradas poluentes emergentes intensificados pela pandemia de COVID-19, ocorrendo em baixas concentrações que não são totalmente removidas em estações de tratamento de efluentes e não são contempladas pela legislação. Este artigo tem como objetivo apresentar uma abordagem teórica baseada em revisão de literatura semi-sistemática abrangendo estratégias de detecção dos fármacos cloroquina e hidroxicloroquina em efluentes e corpos d'água receptores; estimativas de concentrações ambientais durante a pandemia; métodos que utilizam a degradação e remoção dos compostos na água; e os efeitos tóxicos sobre a biota aquática. Concentrações previamente detectadas e estimadas para o ambiente aquático podem levar a alterações significativas na fisiologia animal, analisadas a partir de alterações de biomarcadores, comportamento e mortalidade em estudos com espécies nativas e não nativas. Se faz necessário pesquisas que busquem reproduzir e compreender possíveis cenários ambientais com o uso indiscriminado dos medicamentos para servir como padrões de concentrações ambientalmente seguras na ausência de uma legislação específica.

Palavras-chave:
COVID-19; poluentes emergentes; toxicidade

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