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Ecotoxicidade aguda em Daphnia magna para avaliação de amostras de efluente de celulose Kraft tratadas por processo UV/H2O2

Resumo

A indústria de papel e celulose está entre as que mais consome água no mundo, gerando grandes volumes de efluentes. O processo Kraft produz efluentes com elevada DBO, DQO, sólidos suspensos, teor de lignina e uma mistura complexa de compostos potencialmente tóxicos, os quais necessitam de tratamento para posterior descarte no meio ambiente. Os processos oxidativos avançados, dentre eles o processo UV/H2O2, têm sido aplicado como alternativa de tratamento pois é capaz de degradar os mais diversos compostos até sua mineralização. No entanto, quando o processo oxidativo é incompleto, podem ser formados produtos intermediários com elevada toxicidade. Este estudo avaliou a toxicidade aguda em Daphnia magna de duas amostras de efluente Kraft (KE1 e KE2) tratadas por processo UV/H2O2. Os efeitos da variação de pH e da concentração do oxidante sobre a redução de COT, área espectral UV-vis e cor aparente foram utilizados para ajustar as condições experimentais com a amostra KE1 diluida. Ambas as amostras foram tratadas em pH 4.0 e com 70 mg L-1 de H2O2 por 40 min, alcançando remoções de até 69,4% na cor aparente, 73,7% de compostos fenólicos e 68,9% de compostos lignínicos. Quando a reação foi aplicada nas amostras não diluídas de efluentes, a toxicidade aguda para Daphnia magna diminuiu para KE1 após 780 min de tratamento, enquanto KE2 tornou-se três vezes mais tóxica. Os dados mostraram que embora o tratamento tenha sido eficiente, considerando os parâmetros físicos e químicos, é necessário acompanhar os processos oxidativos por ensaios ecotoxicológicos para garantir sua segurança, uma vez que cada efluente kraft pode apresentar diferentes níveis de mineralização de seus compostos orgânicos.

Palavras-chave:
bioensaio ecotoxicológico; efluente industrial; processos oxidativos avançados.

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