Ramos de Tradescantia pallida var. purpurea contendo botões florais são utilizados em bioensaios para diagnosticar efeitos genotóxicos de água. Diferentes substâncias para adaptar e recuperar os ramos antes e após a exposição a amostras de água e diferentes tempos de exposição são relatados na literatura. O objetivo do estudo foi avaliar e comparar as frequências de micronúcleos (MCN) em T. pallida quando ramos com botões florais foram submetidos a diferentes condições metodológicas. O bioensaio foi então aplicado bimensalmente durante sete meses para avaliar o potencial genotóxico de um sítio do Rio dos Sinos em Campo Bom, Rio Grande do Sul, Brasil. As frequências de MCN em botões de ramos adaptados e recuperados em água destilada e em solução de Hoagland foram de 3,0 e 2,9, respectivamente, quando ramos foram expostos a água do rio e de 1,19 e 1,23 nos controles. Não foram observadas diferenças significantes entre frequências de MCN em ramos expostos por 8, 24 ou 32 h a água do rio (de 3,07 a 4,73) e nos controles (de 1,13 a 2,00) em todas as amostragens ao longo do ano. Adaptação e recuperação de ramos em água destilada ou solução de Hoagland e exposição durante diferentes tempos não influenciaram a resposta de T. pallida de formas diferentes, indicando que todas as condições testadas são viáveis para biomonitoramento de genotoxicidade de água. Amostras de água do Rio dos Sinos apresentaram genotoxicidade ao longo do período monitorado, evidenciada pelas frequências de MCN registradas, que foram significativamente superiores às dos controles.
corpos d'água; risco genotóxico; micronúcleos