Neste trabalho abordamos, em primeiro lugar, a problemática das novas coordenadas que a transnacionalização implica e o lugar que ocupa a cultura nesse processo. A seguir, caracterizamos o recente desenvolvimento do setor cultural na Argentina e as mudanças ocorridas na instituição museu, considerando a constituição do patrimônio em relação às políticas culturais e à gestão cultural. Centramo-nos então no caso do Museo de Arte Popular José Hernández e analisamos uma atividade em particular, a Exposición y Feria Artesanal Cultural de los Pueblos Originarios. Essa exposição faz parte de um programa de valorização do artesanato e dos artesãos indígenas, cujo desenvolvimento torna visíveis os conflitos pela definição e apropriação do patrimônio e pela visibilidade e reconhecimento dignos das identidades sociais dos seus produtores no contexto da transnacionalização. Isso permite abordar as dificuldades que ocorrem para atingir os objetivos propostos pelo museu, quando a renovação da instituição e de suas práticas de gestão não são acompanhadas por políticas culturais públicas transversais, que encaminhem e potencializem o trabalho nas direções procuradas.
Museus; Transnacionalização; Patrimônio; Identidades; Gestão cultural; Políticas culturais