O artigo trata de uma época em que a idéia da coleção especializada não existia (séculos XVI e XVII), quando escrita e imagem, forma e conteúdo encontravam-se reunidos em um mesmo conjunto. Nas Câmaras de Maravilhas e Gabinetes de Curiosidades da Alta Idade Moderna, objetos exóticos, animais empalhados, pinturas, gravuras, impressos e manuscritos ocupavam o mesmo espaço como forma de apreensão do conhecimento do mundo. Homens como Manoel Severim de Faria, em Portugal, e Jerônimo de Mascarenhas, na Espanha, ambos contemporâneos da União Ibérica, estão entre esses possuidores de livrarias privadas; representantes de um tipo de letrado nos moldes do Renascimento que desapareceram com o surgimento dos métodos classificatórios e científicos do "colecionismo", difundidos a partir da segunda metade do século XVII.
Colecionismo; Oralidade; Cultura escrita; Cartografia; Séculos XVI-XVII