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A produção do espaço urbano da Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy

The production of urban space in the North Zone of São Paulo, Brazil: Lausanne Paulista neighborhood and the Savoy family

RESUMO:

São Paulo atravessou intensas transformações espaciais entre o final do século XIX e o início do século XX. Com essas mudanças, impulsionadas pela chegada de imigrantes e por migrações do campo para a capital, a cidade extrapolou os limites naturais impostos pelo rio Tietê. Essa expansão da mancha urbana se deu a partir de uma atuação tanto do âmbito público quanto do privado-empresarial por meio da promoção de loteamentos e infraestrutura. Neste artigo, vamos abordar estas ações, visando compreender como a região Norte da cidade se firmava como um polo alternativo à carestia dos aluguéis nos bairros lindeiros à região central e auxiliou no processo de espraiamento da mancha urbana da capital. Para tanto, analisaremos a formação do espaço urbano além-Tietê, mostrando a atuação de promotores urbanos. A partir do parcelamento do solo de suas terras e da criação de atrativos urbanos para a ocupação desse espaço, de características ainda rurais na virada do século, os promotores lograram êxito. Especificamente, daremos destaque à formação do Lausanne Paulista, bairro originado a partir de uma gleba da família Savoy que, além do parcelamento do solo, também organizou um clube de futebol de várzea, atrativo urbano para os residentes do bairro. O artigo mostra, assim, a trajetória do Lausanne Paulista, explorando as atividades comerciais e sociais da família promotora, expondo os liames entre representação social, estratégias de comercialização do espaço e formação de sociabilidades cabíveis à área compreendida entre as escarpas da Serra da Cantareira e a várzea do Rio Tietê.

PALAVRAS-CHAVE:
Lausanne Paulista; Futebol de várzea; Zona Norte de São Paulo; Historiografia urbana; São Paulo

ABSTRACT:

São Paulo went through intense spatial transformations between the end of the 19th century and the beginning of the 20th century. With these changes, driven by the arrival of waves of immigrants, and also by internal migrations from the countryside to the capital, the city went beyond the natural limits imposed by the Tietê River. This expansion of the urban sprawl took place from both the public and the private-business spheres with the promotion of subdivisions and infrastructure. In this article, we are going to approach these actions, focusing on understanding how the northern region of the city established itself as an alternative pole to the high rents in the neighborhoods bordering the central region and helped in the process of sprawling the urban area of the capital. To this end, we analyze the formation of the urban space beyond Tietê, showing the performance of urban promoters. From the subdivision of the soil of their lands and the creation of urban attractions for the occupation of the space, still with rural characteristics at the turn of the century, the promoters were successful. Specifically, we will highlight the formation of Lausanne Paulista, a neighborhood that originated from a piece of land belonging to the Savoy family, which, in addition to the subdivision of the land, also organized a floodplain soccer club, which served as an urban attraction for residents of the neighborhood. The article thus shows, the trajectory of Lausanne Paulista, exploring the commercial and social activities of the promoting family, exposing the links between social representation, space commercialization strategies and formation of sociabilities applicable to the area between the slopes of the Serra da Cantareira and the floodplain of the Tietê River.

KEYWORDS:
Lausanne Paulista; Floodplain Soccer; North Zone of São Paulo; Urban historiography; São Paulo

INTRODUÇÃO

As últimas décadas do século XIX e as primeiras do século XX trouxeram transformações marcantes para São Paulo. Verificava-se na cidade a ânsia pela Modernidade, motivada e expressada pelo cenário político-econômico da recém proclamada República, pelo grande fluxo migratório, pela presença dos transportes mecânicos, pelo surgimento de arranha-céus, pela exaltação do corpo com os esportes e com as associações esportivas, que culminaram em uma mudança de mentalidade nos habitantes urbanos. Esta somatória de fatores redundou, de forma inconteste, em uma modificação da mancha urbana que alterou o desenho viário de São Paulo, fazendo-o avançar sobre os limites hídricos e topográficos do território ancestralmente ocupado na margem esquerda do rio Tietê.

Consequentemente, este foi o momento em que a iniciativa privada buscou uma maior rentabilização para os seus negócios Uma das frentes visadas foi a da produção urbana, alicerçada em uma política de mercantilização do solo citadino. Estes capitalistas, conforme a expressão da época, a fim de gerar não apenas lucratividade, investiram na ampliação de seus capitais sociais. Assim, esses empreendedores, que Atique 3 3. Atique (2004). denominou como promotores de cidade, passaram a conjugar as atividades agroindustriais típicas da economia paulista daquela época e o fazer cidade, tornando-se, assim, empresários do urbano, conforme Mônica Brito 4 4. Brito (2000). analisou.

Para além de paulistas de origem – alcunha que no período procurava designar os descendentes de antigas famílias de São Paulo –, muitos imigrantes lançaram-se na tarefa de comercializar loteamentos, “contribuindo” com a ampliação da cidade. 5 5. Ibid., p. 26. Esses grupos de imigrantes que atuaram dentro de São Paulo passaram por um processo de ressignificação identitária, se organizando a partir de características de seus grupos étnicos e de classe. Essa organização visava a restauração do prestígio social que tinham em seus países de origem e a abertura de canais de prestígio local, tensionando as relações sociais entre paulistas de quatro séculos e imigrantes enriquecidos. 6 6. Cf. Almeida (2016). Assim, como aponta Oliveira, 7 7. Oliveira (2005). essa prática de relações de proximidade entre entes imigrantes de uma mesma origem nacional se mostra comum desde o final do século XIX e se perpetua até o início do XX, avançando século afora.

A atuação desses imigrantes promotores do urbano se faz perceptível desde a região central da cidade até as regiões afastadas, como a atual Zona Norte. 8 8. Dentro desse estudo definiremos como a Zona Norte a região tramwiana (termo comum em periódicos para se referir ao espaço), ou seja: aquela que gravitou em torno do Tramway da Cantareira, que compreende os distritos de Santana, Mandaqui, Tremembé, Jaçanã, Tucuruvi e Casa Verde. Embora sua ocupação seja datada do Período Colonial, a Zona Norte paulistana não era de fácil acesso, já que, para atingi-la, era necessário transpor o Rio Tietê. Por essa razão, durante alguns séculos, a área foi vista como “celeiro da capital”, com a produção de víveres e alimentos no circuito de chácaras que possuía. A Zona Norte detinha, ainda, territórios de treinamento militar, de produção de carvão, e, nas últimas décadas dos oitocentos, os reservatórios de distribuição de água para a cidade, geridos pela Companhia Cantareira. 9 9. Cf. Marcondes (2016).

A transformação da Zona Norte paulistana, não diferentemente da região central da cidade, passa pela atuação desses promotores urbanos que, no caso, eram proprietários de diversas chácaras e passaram a ver seus terrenos como potenciais territórios de lucro por meio do parcelamento do solo em lotes. Essa transformação de abordagem sobre o solo urbano foi impulsionada a partir do elo com o Tramway da Cantareira, que a partir de 1893 já possuía estações para atender os residentes dessa localidade. 10 10. Marcondes (2016); Silva (2018).

Assim, despontam diversos loteamentos efetivados por promotores urbanos nas margens do Tramway da Cantareira a partir de suas propriedades rurais, dando origem a vilas e bairros, dentre eles o Lausanne Paulista. O bairro é localizado na gleba pelo qual o Ramal dos Menezes, um dos que derivou da linha tronco do Tramway da Cantareira, serpenteou em cota elevada a várzea do Tietê, ainda não retificado naquele período. 11 11. Cf. Knabben (2022). O bairro, batizado com o nome da cidade suíça, remete aos acidentes geográficos que caracterizam sua paisagem (escarpas da Serra da Cantareira), além de evocar a origem suíça de seus antigos proprietários e loteadores: a família Savoy. Esta família, detentora de médias posses oriundas de uma fabriqueta de vidro e outros comércios de pequeno porte, detinha capital simbólico por conta de suas ações esportivas na sociedade paulistana, como veremos adiante. De toda forma, esta conjunção de capital econômico e simbólico logrou êxito, e os Savoy passaram a lotear e a comercializar sua gleba – evocando distinção social, por serem suíços; salubridade, por venderem terrenos em cotas elevadas; e atrativos esportivos, por conta do time de futebol que fundaram.

Assim, com este artigo, que é resultado de uma pesquisa financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), 12 12. Processo 2020/01877-7, contida em uma pesquisa maior denominada “São Paulo e suas culturas técnicas”. pretende-se traçar as atuações da família Savoy, seus empreendimentos urbanos, sociais e esportivos e suas conexões com outras famílias de origem suíça. Além disso, almeja-se entender o processo de construção do espaço do bairro, tanto por meio de abertura de vias e de lotes, quanto por meio dos discursos de distinção que se difundiram em São Paulo, e como as relações com a prática esportiva na cidade resultaram em estratégia de divulgação do loteamento na região.

Com isso, pretende-se, a partir da trajetória da família Savoy e a promoção urbana do Lausanne Paulista, enunciar o percurso da criação do bairro como uma forma de compreender a produção do espaço urbano na Zona Norte paulistana – região que carece de estudos sobre seu desenvolvimento – e as articulações entre esporte, produção de sociabilidades e mercado imobiliário e de terras.

Neste artigo, iremos apontar três características que foram detectadas nas ações da família Savoy e que nos guiarão em suas estratégias urbanas: (1) a formação de seu capital econômico; (2) a construção de capital simbólico por meio das práticas esportivas, e (3) a promoção urbana de um bairro paulistano, que pode ser visto como corolário das demais práticas familiares.

SUIVRE L’ARGENT: A FAMÍLIA SAVOY, SEUS EMPREENDIMENTOS E O CICLO SOCIAL SUÍÇO NA CIDADE DE SÃO PAULO

A família Savoy se estabeleceu em São Paulo em meados dos anos de 1860, atuando em um negócio de secos e molhados e, paralelamente, no mercado imobiliário, prática comum do empresariado da cidade de São Paulo na virada do século XIX para o século XX. Posteriormente, nos anos de 1890, a partir dos ganhos de seus empreendimentos imobiliários, a família se uniu com outras famílias suíças – os Zumkeller e os Perroud – a fim de diversificar sua atuação comercial na cidade. 13 13. Knabben, op. cit.; Oliveira, op. cit.

A partir de levantamentos genealógicos, constata-se grande proximidade entre essas famílias suíças e os Savoy. A aproximação ocorre a partir do momento em que deixam seu país e fixam residência no Brasil, compondo o que Oliveira 14 14. Oliveira, op. cit. aponta como um ciclo social identitário. 15 15. Há outras famílias de origem suíça no grupo associativo por nós investigado para além dos Savoy, Perroud e Zumkeller. Por exemplo, a família Ract e a família Geisenhoff estão situadas e atuam na Zona Norte paulistana. Para essa pesquisa, nos atentaremos às três famílias listadas, especialmente a família Savoy, objeto deste estudo.

A família passou a ter notoriedade social a partir da atuação de seu patriarca, Alberto Savoy. Nascido no ano de 1878, Alberto Savoy é brasileiro e filho do casal suíço Antônio Savoy e Maria Rosalina Perroud. A família Perroud se faz presente na genealogia dos Zumkeller: Lucas Zumkeller foi casado com Amélia Perroud e foram padrinhos de Alberto Savoy, uma vez que Amélia e Maria Rosalinda Perroud eram irmãs. Os Zumkeller se instalaram na região de Limeira, e os Perroud na região de Campinas, ambas no interior paulista e coligadas pela presença da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Antes de se instalarem em São Paulo, esses suíços tiveram experiência na agricultura, mas não persistiram na atividade. A proximidade pode ser um indício para entendermos o que levou tais núcleos familiares a se unirem social e comercialmente na cidade de São Paulo.

Alberto Savoy continuou no ramo imobiliário com a sua família, locando imóveis e terrenos na região central da cidade de São Paulo, e se reuniu com os Perroud e os Zumkeller em sociedade para o estabelecimento de uma indústria de vidros e espelhos na rua Dutra Rodrigues, próxima à estação da Luz, local estratégico para escoamento de mercadorias de sua fábrica. A partir da entrada do capital da família Savoy e do conhecimento técnico dos Zumkeller, que já atuavam como produtores de vidro na Suíça, chamados de verriers, foi formada, assim, a Zumkeller & Savoy como uma forma de manutenção de um habitus de seu saber laboral. 16 16. Knabben, op. cit.; Almeida, op. cit.

Nesse período já existiam algumas firmas em São Paulo que trabalhavam com vidro de maneira artesanal, destinados a vitrais ou louças. Segundo o Almanak do Estado de São Paulo do ano de 1897ALMANAK DO ESTADO DE SÃO PAULO: Administrativo, Commercial e Profissional. Organizado por Canuto Thorman. São Paulo: Typographia Aurora, 1897. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital.
https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-d...
, as oficinas destinadas à própria produção de vidro na cidade se limitavam a apenas três, sendo uma delas a Zumkeller & Savoy. 17 17. Knabben, op. cit.

Figura 1
- Zumkeller & Savoy.

A fábrica de Alberto Savoy e Calixto Zumkeller, na rua Dutra Rodrigues, ficava nas proximidades da linha férrea do bairro da Luz e da estação de partida do Tramway da Cantareira, e possuía, ainda, um galpão de estocagem na rua São João, conforme exposto na Figura 1.

Nota-se que há uma continuidade dentro do ciclo suíço entre as famílias: Alberto Savoy foi casado com Albertina Zumkeller, 18 18. Albertina Zumkeller nasceu no ano de 1876, vindo a falecer no ano de 1900 por conta de complicações no parto de Jorge Savoy, único filho de seu casamento com Alberto Savoy. filha de Lucas Zumkeller e prima de seu sócio na Zumkeller & Savoy, Calixto Zumkeller. Posteriormente, nos anos de 1900, há a entrada de Alfredo Perroud na sociedade, primo de Alberto Savoy, quando a empresa muda de nome para Alberto Savoy & Cia. Posteriormente, ocorre a saída de Calixto Zumkeller da sociedade com Alberto Savoy no ano de 1912, 19 19. Knabben, op. cit. restando apenas Savoy e seu primo Perroud. 20 20. Segundo registro da Jucesp, após a saída de Calixto Zumkeller da associação, Alberto Savoy, no qual já constava em seu nome o maquinário responsável para a fabricação de vidros, se torna responsável por dois terços do capital social da firma, enquanto o restante fica por conta de Alfredo Perroud.

Esse ciclo relacional das famílias manifesta constante atuação no mercado de bens e de posses para além da cidade de São Paulo, proporcionando um ganho coletivo. A Figura 2 demonstra que Alberto Savoy e Calixto Zumkeller adquirem, em 1911, uma propriedade na cidade de São Roque, no interior do estado de São Paulo. A propriedade seria destinada para a extração de matéria prima para a produção de vidros pela fábrica da associação das famílias. 21 21. Posteriormente a mesma propriedade fica para Calixto Zumkeller, que a destina para a produção de vinho.

Figura 2
- Aquisição de propriedade em São Roque por Savoy e Zumkeller.

A Alberto Savoy & Cia. atuou até o ano de 1943, interrompendo suas atividades devido a baixas monetárias. Mesmo com a firma extinta, a família Savoy não se desvinculou de suas relações com as famílias Perroud e Zumkeller. Os Savoy não tiveram grandes percalços financeiros devido aos seus variados investimentos no mercado imobiliário na cidade, que ocorria paralelamente à sua atuação fabril.

A reputação social da família Savoy perante a aristocracia paulistana, centrada na figura de Alberto Savoy, permanecia grande, mesmo após a crise em sua fábrica. A manutenção desse prestígio se deu tanto por suas atuações imobiliárias na região central da cidade – que se alastrariam para a Zona Norte, dando à família o status de capitalista (e, futuramente, promotora urbana) – quanto por conta de seus bens de raiz. 22 22. Cf. Anaya (2019). Deve-se ressaltar que sua reputação social se manteve crescente, com presença constante em circuitos sociais da elite paulistana por conta das celebrações advindas dos esportistas da família, transformados em “orgulhos dos paulistanos”.

POR DENTRO DOS SPORTS: A FAMÍLIA SAVOY E SUA PRESENÇA NOS CIRCUITOS ESPORTIVOS DA CIDADE DE SÃO PAULO

Havia, dentro da mocidade pertencente ao ciclo aristocrático paulistano na virada do século XIX para o XX, o ímpeto de se vincular a uma imagem jovial, derivada da ideia de Modernidade, como mostrou Mônica Schpun. 23 23. Schpun (1999). O “ser moderno” impunha posturas novas para aquele período, como não apenas aparentar, mas ser de fato salubre, jovem e inovador nos costumes. Esses preceitos passam também a atender não somente ao campo moral e intelectual, mas também ao corpo físico do homem e da mulher modernos, que deveriam corresponder a normas de saúde e de beleza. 24 24. Sevcenko (1992); Schpun, op. cit.

Assim, por consequência da exaltação do corpo, o final do século XIX traz o fenômeno da prática de exercícios e dos esportes para a cidade, o que conduz à organização dos “ clubs” esportivos. Em um primeiro momento, esses clubs foram destinados às elites paulistanas, funcionando como instrumento de distinção social. Esses espaços eram usados para articulações de casamentos e negócios, configurando-se como espaços de sociabilidade que, agora, eram entendidos como modernos. 25 25. Atique, Sousa, Gessi (2015); Schpun, op. cit.

A prática esportiva associativa dentro dos clubs, até então amadora, se concentrava no hipismo, com o estabelecimento do Jockey Club em 1875; no remo, com a fundação do Clube de Regatas Tietê e do Clube Espéria, em 1907 e 1899, respectivamente, e no futebol, com organização das Association Football, com o São Paulo Athletic Club, Sport Club Germânia, Club Athletico Paulistano, Associação Atlética Mackenzie College 26 26. A Associação Atlética Mackenzie College era ligada à instituição de ensino presbiteriano Mackenzie College. e o Sport Club Internacional. Esses clubes, datados dos anos finais do século XIX, organizavam jogos amistosos entre si e formaram, no ano de 1901, a Liga Paulista de Foot-Ball. 27 27. Mills (2005).

É dentro dessa sociabilidade distintiva proporcionada pelos clubs e da prática esportiva que a família Savoy se insere, compondo o quadro social do Sport Club Internacional. Wilson Gambeta, em seu livro Primeiros passes, 28 28. Gambeta (2014). traz, ao tratar do Sport Club Internacional, o quadro associativo do clube:

Sport Club Internacional

O Sport Club Internacional, que tem o seu nome tão estreitamente ligado ao football, fundou-se em 19 de Agosto de 1899. À primeira reunião compareceram os srs. Antonio Campos, Julio Antonio Villa Real, Henrique Vanorden, Ernesto Ey, Carlos Brasche. René Vanorden, Ch. Holland, W. Holland, Frank Robboton, Otto Krischke, Leopoldo Villa Real, Carlos Guimarães, Nikolas Edwards, Alberto Savoy, José Alt. Claudio de Carvalho, Kurt Hartling. Franz Mikolasch, H. Nobiling. Germano e Wahnschaffe. 29 29. Ibid, p. 262 . (grifo nosso).

Alberto Savoy consta no quadro de fundadores do clube. Há de se notar que, na lista de participantes da reunião fundante do SC Internacional, constam diversos indivíduos com o mesmo sobrenome. Presume-se que eram parentes, expondo um desdobramento do ciclo familiar estrangeiro associativo apontado por Oliveira 30 30. Oliveira, op. cit. também na atuação social e esportiva desses adventícios nos clubs que participam, o que ocorre com a própria família Savoy.

Knabben 31 31. Knabben, op. cit. mostra que Alberto Savoy e Alfredo Perroud, seu parente e sócio na Alberto Savoy & Cia., foram ambos sócios do clube paulista. Também a última esposa deste, Maria Bandini Savoy, fazia parte do quadro social feminino do clube.

O Internacional encerrou suas atividades em 1933, o mesmo ano em que foi decretada a profissionalização do futebol. Os clubes formadores da Liga Paulista de Foot-Ball, que representavam a classe aristocrática da cidade, se opuseram a tal decisão, pois entendiam que a profissionalização acabaria com o “charme” do amadorismo da prática esportiva. Contudo, segundo Schpun, 32 32. Schpun, op. cit. a oposição ao profissionalismo na verdade era uma vontade de manter o esporte dentro do monopólio de seus pares, impedindo, assim, que houvesse uma mistura de classes com aqueles que seriam beneficiados pelos salários pagos pelos clubs, permitindo uma possível ascensão social.

Mesmo com o fim do Internacional, Alberto Savoy, que, além de ter sido diretor, foi atleta 33 33. Alberto Savoy foi zagueiro do clube paulistano (O ANNIVERSÁRIO…, 1928). do clube e ainda desportista aficionado, 34 34. Chamamos Alberto Savoy de desportista por sua atuação multiesportiva: além de ter sido jogador do Sport Club Internacional, o patriarca da família Savoy também foi campeão de levantamento de pesos e de corrida de resistência, segundo a Folha de S.Paulo. (O ANNIVERSÁRIO…, 1928). se lançou à tarefa de, no ano de 1935, tentar restaurar o clube, impondo uma nova feição e, paralelamente, tentando brilhar no cenário futebolístico mais uma vez. 35 35. “O veterano…” (1935).

Mas o Internacional não voltaria a existir. O clube se fundiu com outras agremiações esportivas, 36 36. Segundo Knabben, op. cit., p. 39, “devido a dificuldades financeiras, o clube se funde com o Antarctica Futebol Clube, dando origem ao Clube Atlético Paulista, em 1933. Posteriormente, o Clube Atlético Paulista funde-se com o Clube Atlético Estudantes de São Paulo, dando origem ao Clube Atlético Estudante Paulista, que sofreu incorporações de atletas São Paulo Futebol Clube, que se fundia com o Clube de Regatas Tietê. Posteriormente, o São Paulo Futebol Clube, agora refundado em 1935, incorpora o Clube Atlético Estudante Paulista”. dando origem ao atual São Paulo Futebol Clube. Alberto Savoy, então viúvo, se casou com Maria Bandini, filha de empresários do ramo de extração de pedras na região norte de São Paulo e passou seu legado desportivo aos seus três filhos: Cláudio Armando Savoy (1907-1980), Cyro Gilberto Savoy (1912-1999) e Carlos Virgílio Savoy (1911-1983). Sua única filha, Alda Mathilde Savoy, 37 37. Não foi possível precisar as datas de nascimento e de morte de Alda Mathilde Savoy. se viu longe do ciclo desportivo e se casou com Sylvio Luciano de Campos, envolvido com o Partido Republicano Paulista. 38 38. Knabben, op. cit.

Cláudio Armando e Cyro Gilberto Savoy foram estudantes da Escola Politécnica no mesmo período em que seu pai vendia vidros para a instituição. 39 39. Segundo notas fiscais obtidas no acervo digital da Escola Politécnica, foram comprados vidros triplos e parafusos com cabeça de vidro da firma de Savoy no valor de 267 mil réis no ano de 1932. Os irmãos participariam do grêmio esportivo estudantil da Politécnica no atletismo, salto com varas e arremesso de peso, dando continuidade, assim, às práticas desportivas de seu pai. Já Carlos Virgílio, por mais que não tenha cursado a Politécnica com os seus dois irmãos, e sim a Faculdade de Medicina, atuou, como os irmãos, no grêmio esportivo de sua escola. Os três irmãos, com vida desportiva bastante ativa, atuaram como secretários de seus respectivos grêmios desportivos e tiveram vida de atletas, representando suas unidades na Olimpíada Universitária. 40 40. Knabben, op. cit.

Encerradas suas vidas universitárias, os três irmãos deram continuidade às práticas desportivas, paralelamente aos seus ofícios de formação. Carlos, Cyro e Claudio foram atletas do Clube de Regatas Tietê, competindo no atletismo e no remo, como equipe.

Esse prestígio social da família Savoy conquistado através do esporte será aproveitado pela sua atuação no mercado imobiliário. Eles se utilizavam de sua influência desportista como chamariz para seus negócios já no início do século XX. A estratégia se desdobrou até a Zona Norte paulistana, fazendo com que a relação dos clubes com o desenvolvimento urbano de São Paulo caminhasse em conjunto com empreendimentos na cidade. 41 41. Almeida et al. (2013); Jorge (2017).

OS SUÍÇOS E A PROMOÇÃO URBANA NO TRAMWAY DA CANTAREIRA: UMA TRAMA DE RELAÇÕES NA ZONA NORTE PAULISTANA

Como demonstra Beatriz Piccolotto Siqueira Bueno, 42 42. Bueno (2016). a cidade passou por um crescimento na virada do século XIX para o XX a partir de operações urbanísticas que foram basicamente financiadas pelo capital privado. Com pouca participação do Estado, os setores médios e elites visavam atender à expansão demográfica que acompanhava o período.

Os Savoy foram um desses núcleos que atuava no mercado de terras da cidade de São Paulo, paralelamente a seus negócios fabris. A família possuía imóveis espalhados pelo centro, como expomos a seguir:

Figura 3
- Mapeamento de propriedades da família Savoy na cidade de São Paulo.

Knabben 43 43. Knabben, op. cit. realizou um levantamento por meio de periódicos que anunciavam pagamentos de locações a terceiros aos Savoy. A partir desse levantamento, foi possível confeccionar o mapeamento exposto na Figura 3, em que constam suas propriedades industriais (o galpão na rua São João e a fábrica de vidros na rua Dutra Rodrigues), sua propriedade residencial localizada na avenida Angélica e diversas propriedades de arrendamento, nas quais nota-se um caminhar para a pouco urbanizada Zona Norte paulistana. 44 44. Marcondes (2021) mostra que apenas Santana, no início do século XX, era considerada zona suburbana de São Paulo, sendo as regiões ao norte de Santana colocadas como “rurais”. O termo “zona suburbana” aparece a partir de 1889, pela cobrança do Imposto Predial, no qual consta que o bairro de Santana passa a ser referido como “subúrbio” (MARCONDES, 2021). Destaca-se a sequência residencial na rua Paulino Guimarães, logradouro próximo da região da Luz e da estação Tamanduateí do Tramway da Cantareira.

As plantas residenciais, conforme exposto na Figura 4, datam do ano de 1910. Havia uma cozinha, um hall de entrada e escadas que indicam um segundo pavimento. Tais características do espaço residencial indicam, segundo Knabben, 45 45. Knabben, op. cit. que serviam aos setores médios, pois não configuram uma habitação encortiçada

Esse envolvimento no mercado de terras mais uma vez descortina negócios étnicos, já que o círculo suíço e familiar da família Savoy criou uma espécie de vizinhança interessada em manter proximidade com conterrâneos. A ligação dos Savoy com a família Zumkeller e Perroud aparece, conforme Knabben, 46 46. Ibid. na formação do bairro do Mandaqui, por volta de 1863, com a aquisição do sítio Guacá por Lucas Zumkeller e Adolpho Zumkeller, aparentados dos Savoy, como vimos.

Figura 4
- Propriedades da família Savoy na rua Paulino Guimarães.

O Mandaqui 47 47. O nome Mandaqui, segundo Sant’Anna (1951), tem duas origens: a primeira remete a um antigo morador de nome desconhecido, que costumava vociferar que que quem “mandava ali” era o filho do seu pai, ou seja, ele mesmo, tornando-se o “homem do Mandaqui” e, com isso, passou-se a se referir ao terreno como Mandaqui; uma segunda expõe que na ata de 1786 consta como “Mandihi” o terreno concedido a Amador Bueno. Segundo tupinólogos, o termo “Mandihi” é corruptela de mandil, nome dado aos “peixes de pele”. Assim, uma das possíveis origens do nome pode ser entendida como “rio dos peixes-boi” ou “rio dos bagres” (MANDAQUI, 1951, p. 7). foi um loteamento realizado ao norte do Alto de Santana, entre os bairros de Chora Menino (atual Santa Terezinha), Imirim e Tremembé. Localizado a dez quilômetros da região central, foi um território de passagem de tropeiros para o sul de Minas e do oeste paulista, que utilizavam a estrada de Taipas. Segundo Nuto Sant’Anna, uma das primeiras construções da gleba data de 1616, quando o bandeirante Amador Bueno da Ribeira foi autorizado pela “Câmara da Villa de San Paulo da Capitania de Sam Vicente para construir um moinho de trigo ao lado do ‘Ribeirão Mandaqui’, localizado na margem direita do ‘Rio Grande’”, atual Tietê. 48 48. Cf. “Mandaqui” (1951, p. 10).

A região era ocupada por chácaras de produção agrícola ou destinadas a passeios, sendo os Zumkeller uma das famílias mais atuantes e influentes da região. No terreno que possuíam, denominado sítio do Guacá, constava uma residência. 49 49. Cf. “A história…” (2015).

Knabben 50 50. Knabben, op. cit. afirma que não se sabe se o terreno era utilizado de maneira residencial pela família Zumkeller ou para veraneio, uma vez que a família participava da vida religiosa da paróquia de Santa Ifigênia, assim como a família Savoy. 51 51. Segundo registros de batismo datados do final do século XIX, consultados via FamilySearch. Mas o terreno do sítio do Guacá foi utilizado pela família Zumkeller para a produção de gêneros alimentícios, destinados para o Palácio Episcopal e para a produção de uvas destinadas à produção de vinho.

Figura 5
- Princípio da propriedade da família Zumkeller constando comércio à esquerda e animais carregando garrafas de vinho na década de 1920.

Na Figura 5 podemos observar os aspectos rurais bem demarcados e característicos da Zona Norte paulistana, especialmente na região do Mandaqui e arredores, com a ausência de calçamento nas estradas, terra batida, vegetação e apenas uma construção aparente. Consta na imagem animais levando garrafas de vinho produzidas pela vinícola dos Zumkeller e, à esquerda, o comércio pertencente à família com uma porteira, que indica o início da propriedade do sítio Guacá. O caminho percorrido pelos animais aponta para o declive que culmina na estação Mandaqui do Tramway da Cantareira, onde Antônio Zumkeller Leite, filho de Lucas Zumkeller e cunhado de Alberto Savoy, foi chefe da estação, 52 52. Segundo o Dicionário de Ruas, em informações sobre a rua Isidoro de Laet, consta a informação de que de 1893 a 1919 foi administrador do sítio Mandaqui. Antes, era proprietário o Dr. Carlos José Botelho, fundador do bairro Jardim da Aclimação. e se escoavam as produções agrícolas da região.

A proximidade desse círculo suíço mais uma vez se mostra exposto: as posses da família Zumkeller eram próximas do terreno adquirido pela família Savoy, contando com uma estrada – a estrada do Guacá – que fazia a ligação entre as famílias.

Enquanto a propriedade dos Zumkeller era destinada à produção de gêneros alimentícios para serem vendidos na cidade, a propriedade dos Savoy destinava-se a veraneio e festividades, uma vez que residiam no bairro do Higienópolis, enquanto as atividades industriais se encontravam no bairro da Luz.

Knabben 53 53. Knabben, op. cit. expõe que o terreno adquirido pela família Savoy era a Fazenda da Pedreira. Seus antigos proprietários, a família Menezes, utilizavam-na para extração de pedras para construções na cidade. Os Menezes, a partir de requerimento feito à Comissão de Saneamento do Estado de São Paulo, construíram um ramal particular no Tramway da Cantareira para escoamento de suas extrações rochosas no ano de 1894. A propriedade é passada para a companhia Bandini, Lascala & Comp., empresa que contava com a família Bandini e outros imigrantes italianos para a continuação do exercício de extração de pedras. O material era destinado às obras da Várzea do Carmo, e reutilizava-se o Ramal dos Menezes como rede de escoamento, aproveitando o elo que o Tramway possuía entre a região central da cidade e regiões de produção de materiais de construção. 54 54. Cf. Silva, op. cit.

A ocupação das terras da Zona Norte paulistana para além de Santana era espaçada. Como expusemos, a região era marcada por chácaras espalhadas na paisagem que geram seu quadro rural no início do século XX. Bueno 55 55. Bueno, op. cit. afirma que essa região, entendida como zona envoltória da região central, possuía uma ocupação mais rarefeita e pulverizada. O vetor que potencializa as ocupações de maneira adensada a partir de potencial desenvolvimentista local é o Tramway da Cantareira. 56 56. Cf. Marcondes, op. cit.; Silva, op. cit.

Sendo uma pequena ferrovia a serviço da Companhia Cantareira de Águas e Esgotos que servia para o escoamento de materiais de construção destinados à construção do reservatório de águas na Cantareira, o Tramway da Cantareira saía da região da Luz e percorria, sentido norte, os bairros de Santana, Mandaqui, Jaçanã e Tucuruvi. Destinava-se, originalmente, a serviços do Estado, como a própria construção dos reservatórios. Sabemos também que ele atendeu ao Horto Botânico e serviu para o transporte de suas produções, além de garantir acesso à Invernada da Polícia Militar e ao Hospital dos Lázaros. Em um segundo momento, a linha férrea passou gradualmente a ser destinada a transporte da população que residia nos seus arredores, criando um elo da região central da cidade com a Zona Norte a partir de solicitações de proprietários de chácaras nas proximidades da linha. 57 57. Cf. Marcondes, op. cit.

Conforme apuramos em descrições diversas de jornais e memorialistas, o terreno adquirido pela família Savoy era de grandes proporções, indo do córrego do Mandaqui até a estrada da Parada Pinto, sendo cortada por um córrego e com a presença do Ramal dos Menezes que serpenteava sua propriedade adentro. Alberto Savoy teria adquirido o terreno na região do Mandaqui, em outubro de 1917, em paralelo com seu casamento com Maria Bandini Savoy.

A Figura 6, com base em cartografia do Sara Brasil (1930) e nos relatos textuais encontrados, em comparação com a mancha fornecida pelo Google Maps, nos dá uma provável extensão da área do Lausanne Paulista no final dos anos 1920. É possível observar no recorte feito no Sara da Figura 6 que a região da propriedade da família Savoy e sua área envoltória é marcada pelo distanciamento entre construções e seus lotes. Há uma maior concentração de construções na margem esquerda do córrego do Mandaqui, localizada na parte inferior da figura.

Figura 6
- Projeção da propriedade da família Savoy na Zona Norte de São Paulo, no princípio dos anos 1930.

Por contar com o Ramal dos Menezes em sua propriedade, a família Savoy a acessava por meio do Tramway da Cantareira até a estação Mandaqui. Dali, por meio de um trolley 58 58. Segundo Knabben (2022), trolley é um bonde de tração animal. próprio, tinha acesso à sua gleba.

A propriedade da família Savoy, vista na Figura 7, contava com uma residência principal, com características de bangalô, que ainda possuía uma cobertura lateral e transversal ao corpo da casa, que fazia as vezes de guard-cochère, além de uma casa para o caseiro e uma estufa. Estas construções foram preservadas até os anos 2000. 59 59. Knabben, op. cit.

Figura 7
- Características da residência de veraneio da família Savoy.

É a partir de 1924, por meio de mais uma forma de ampliação de sua acumulação de capital, que Alberto Savoy e sua família decidem parcelar parte de seu terreno e vendê-lo para dar início ao loteamento da Vila Savoy, que se tornaria o Lausanne Paulista. 60 60. A grafia atual do bairro é Lauzane Paulista. Opta-se pela utilização de Lausanne Paulista pois é a grafia que consta se referindo ao bairro nos seus primeiros anos de existência e por ser a grafia que acompanha o nome do Lausanne Paulista Futebol Clube, clube desportivo varzeano presente no bairro. Ver: Knabben, 2022. Portanto, a família Savoy realiza um processo de autopromoção por meio de seu empreendimento imobiliário, reforçado pela presença suíça em seu nome, fazendo alusão às suas origens familiares, e enfatizando a busca por prestígio perante a comunidade que se formaria ao seu redor. 61 61. Atique, op. cit.; Knabben, op. cit.

Knabben expõe que

não se trata de querer reproduzir a Suíça em São Paulo, como costumeiramente páginas de memorialistas ou curiosos pelo passado expõem: tratava-se de gerar um pronunciamento distintivo, como analisa Pierre Bourdieu (2011)BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2011.. Por se verem como descendentes de estrangeiros, os Savoys batizaram seus empreendimentos fazendo alusão à sua origem étnica, de maneira que conseguissem se destacar no mosaico da urbanização de São Paulo. As montanhas de mata atlântica em que assentaram seu loteamento, na Zona Norte da capital, nenhuma semelhança traz com o espaço dos Alpes Suíços, mas isso pouco importava. O que estava em jogo era a possibilidade de serem associados a mais um empreendimento urbano que se destacava por conta de seus empreendedores. 62 62. Knabben, op. cit., p. 54.

Deste modo, a teia comercial e familiar das famílias suíças, que compunham um círculo étnico fechado em si, fez com que a família Savoy alcançasse, por meio da acumulação de capital e a partir da capilaridade de empreendimentos que possuíam com a comunidade suíça, a posição do que Fernando Atique 63 63. Atique, op. cit. define como promotores urbanos. A atuação no ramo imobiliário se faz presente dentro da família Zumkeller, a partir do mesmo processo de desmembramento de sua gleba para loteamentos, mas o empreendimento da família Savoy destaca-se por envolver um capital simbólico distintivo em suas atividades promotoras, retomando seu envolvimento no cenário esportivo paulistano para dar origem ao loteamento do Lausanne Paulista, no Mandaqui. 64 64. Bourdieu (2011, p. 164).

AS MANIFESTAÇÕES DA FORMAÇÃO DO ESPAÇO URBANO NO MANDAQUI: O LAUSANNE PAULISTA E O SEU DESENVOLVIMENTO

O nome Lausanne Paulista faz alusão à origem da família Savoy, a cidade suíça de Lausanne. Mas não só. Faz-se referência também, logo no início do empreendimento, às características geográficas do local, marcado por topografia acidentada, em potencial referência aos Alpes Suíços. Knabben 65 65. Knabben, op. cit. nos indica que esses marcadores característicos geram um efeito mercadológico significativo para as primeiras ocupações do bairro que se formava.

Assim, como demonstramos nas Figuras 8 e 9, para obter lucros com a abertura de diversos lotes simultâneos, a família Savoy passa a vender os lotes de sua gleba com valores variados, atendendo, assim, tanto as camadas mais pobres quanto os setores médios, com o foco em um público que fugia dos altos preços de imóveis disponíveis na região central. 66 66. Borin, 2017 apud Simoni, 2003; Knabben, op. cit.

Figuras 8 e 9
- Venda de terrenos na Villa Savoy por 5:000$000 e por 1:200$. Aquisição de propriedade.

Canaverde 67 67. Canaverde (2007). mostra que as populações de renda mais elevada e com posses na Zona Norte, composta de empresários e funcionários públicos, mantinham duas residências: uma no centro da cidade e outra na região Norte, para descanso. Pode-se observar que essa foi uma prática recorrente, remontando ao final do século XVIII, e que persistiu até as primeiras décadas do século XX. Nas primeiras décadas do século XX este panorama se alterou, uma vez que, com o alastramento da precificação da terra urbana, muitas dessas chácaras se tornaram fontes de recursos e foram loteadas. A família Savoy procedeu exatamente dessa forma, loteando sua propriedade, obtendo lucro e repercussão social.

A Figura 6, produzida a partir da base cartográfica Sara Brasil, nos permite ter uma visão detalhada da região norte da cidade no início dos anos 1930. É perceptível a dimensão da gleba e do esboço do bairro, que, anteriormente, se limitavam à região de Santana. 68 68. A região de Santana aparece pela primeira vez em cartografia na Planta Geral da Capital de São Paulo de 1897, disponibilizada pelo Arquivo Histórico Municipal, pois compreendia a região suburbana da cidade de São Paulo. Com isso, foi possível elaborar as delimitações do bairro em sistema de informações geográficas (SIG), como exposto na Figura 10.

A partir da Figura 6 podemos ter um panorama do que era o Lausanne Paulista no início da década de 1930, que contava já com a presença da rua Conselheiro Moreira de Barros, que liga a região de Santana com a região do Mandaqui. Também consta a avenida Ultramarino, localizada na margem direita do córrego do Lausanne, conhecido como Ribeirão do Pilão d’Água. 69 69. Cf. Tribunal de Justiça de São Paulo, 1946. É possível observar também a presença do córrego do Mandaqui, que pode ser entendido como um marcador espacial do bairro que surgia. A ruralidade da Zona Norte paulistana para além de Santana se nota pela presença de estradas, como a estrada do Bispo, do Guacá e da Parada Pinto, que se mescla com um até então tímido processo de arruamento que as interseccionam.

É possível perceber o Ramal do Tramway da Cantareira que ondeava bairro adentro, desembocando em uma região alagadiça da várzea do Tietê que marca o ponto de extração de pedras explorado pela família Menezes e posteriormente pela família Bandini.

Figura 10
- Aspectos hidrográficos, viários e ferroviários do Lausanne Paulista a partir do Sara Brasil, em 1930.

Por meio do Sara Brasil também foi possível realizar levantamento dos lotes presentes na feição do bairro por volta de 1930, como exposto na Figura 11 a seguir.

Figura 11
- Lotes presentes no Lausanne Paulista em meados de 1930.

Na Figura 11 é possível perceber que os lotes consistiam em propriedades grandes, médias e pequenas, marcando, assim, a paisagem com um parcelamento do solo diverso e com lotes concentrados ao redor da estrada do Guacá, entre a margem direita do córrego do Mandaqui e a margem esquerda do córrego do Lausanne.

Os inventários post mortem de Maria Bandini e Alberto Savoy 70 70. Disponibilizados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Inventário de Maria Bandini Savoy possui três volumes e está registrado pelo número 46105 e de Alberto Savoy com um volume registrado pelo número 74917836-9. nos mostram que a família promove e, ao mesmo tempo, vende terrenos situados no bairro a partir do parcelamento de diversas áreas espalhadas por sua posse no Mandaqui. Isso gerou, além da produção constante de espaços e capitalização de suas posses geradas, uma proximidade com famílias que se mostrariam de notória importância para o desenvolvimento do bairro. Tal aspecto é visível na Figura 12, com cartografia presente no inventário, mostrando os lotes (e seus proprietários) localizados na estrada do Guacá até a divisa de propriedade de Lucas Zumkeller.

Percebe-se também na Figura 12, além dos lotes sinalizados e da presença do Tramway da Cantareira que, ao noroeste da cartografia, há a Vila Lausanne Paulista. Knabben mostra que

Figura 12
- Primeiros proprietários da Vila Savoy, no Lausanne Paulista.

O parcelamento de terras para venda pela família Savoy se deu em duas frentes: uma, a próprio punho para ganhos particulares e a formação de um bairro ao seu redor, e outra vendida a Francisco Amaro, que, a partir de sua firma denominada “Francisco Amaro & Co.”, inicia a venda de parte da gleba. 71 71. Knabben, op. cit., p. 59.

Francisco Amaro, coronel e chefe político do distrito do Brás, 72 72. Cf. “ Coronel…”, p. 3. foi proprietário, junto com Gottileb Zietlow e José Kistchmann, de uma oficina de funilaria no Brás na década de 1890. Já em 1894 a firma assume o nome de Francisco Amaro & Co., com a saída de Zietlow e Kistchmann da sociedade. 73 73. Cf. Lessa (1898). A firma, denominada Fundição do Braz, dentre os seus gêneros de ferro fabricados, foi responsável pelas confecções de postes de luz destinados para a iluminação púbica da cidade de Santos, junto com materiais para a Comissão de Saneamento da cidade da Baixada 74 74. Cf. “Secretaria…” (1909). e forneceu também materiais para a cidade de São Paulo. 75 75. Cf. “Prefeitura” (1907).

Segundo Carrascosa, 76 76. Cf. Carrascoza (2002). Amaro tinha grande amizade com Alberto Savoy. Uma das hipóteses dessa amizade entre os empreendedores seria uma possível parceria entre Amaro e Savoy em seus empreendimentos comerciais. Essa parceria comercial continuará com a atuação de ambos no mercado imobiliário na Zona Norte paulistana e o desmembramento das posses de Savoy com a nascente Lausanne Paulista.

Francisco Amaro compra e loteia os terrenos da margem direita do córrego do Lausanne que pertenciam à família Savoy, enquanto os Savoy atuam no intervalo de terras que compreende a margem esquerda do córrego do Lausanne e a margem direita do córrego do Mandaqui.

Amaro, ao contrário da família Savoy, desempenha forte atividade publicitária em jornais com anúncios de vendas de terrenos a partir do ano de 1925 – como exposto na Figura 13 –, anunciando terrenos a prestações e fornecendo carro para visitar o local do loteamento.

Figura 13
- Venda de terrenos pela F. Amaro & Co. LAUSANNE PAULISTA.

Figura 14
- Produção de moradias em via aberta pela família Savoy na Vila Savoy.

A família Savoy faz a sua ação promotora de loteamento do bairro de maneira velada. Na Figura 14 nota-se que a família promovia arruamentos junto com a produção de residências destinadas à locação na Vila Savoy. Consta, como podemos observar, que eram casas geminadas de um pavimento contendo sala, dormitório, cozinha e banheiro, com a residência localizada ao centro do lote produzindo jardim e quintal. Há ao final da documentação a assinatura do cessionário e de Alberto Savoy como cedente. Posteriormente, na década de 1960 e 1970, diversos lotes da família espalhados pelo bairro sofreriam pedidos de usucapião em terrenos de propriedade, demonstrando o interesse da família em ganhos por meio de locações realizadas a partir de residências construídas pelos próprios Savoy. Acreditamos que tal motivo se deve a uma terceirização dessa publicidade dos Savoy para Francisco Amaro.

Figura 15
- Terrenos a prestações em Sant’ Anna por F. Amaro & Co. Lausanne Paulista.

Também no ano de 1925 Amaro faz um grande anúncio na Tribuna, trazendo informações sobre os terrenos, preços e localização.

Na Figura 15 podemos observar que o anúncio divulga a localização de seu empreendimento: da rua Conselheiro Moreira de Barros com a avenida Santa Ignês, 77 77. Acreditamos que a via a qual o anúncio se refere é a estrada da Parada Pinto, não a avenida Santa Inês (grafada no anúncio com “Ignês”). com clima serrano, com 850 metros de altitude, sendo possível observar-se a cidade e com abundância de água mineral. Chama atenção que o anúncio informa sobre a possibilidade de construção de “prédios de reclame”, uma vez que os terrenos dotam de pedras, areia, tijolos e telhas. Essa informação nos traz mais um elo entre Francisco Amaro e a família Savoy, pois a família possuía uma olaria em sua gleba, denominada Olaria Savoy. Segundo a reportagem do Estado de S. Paulo, 78 78. “Seu…” (1996). a olaria fornecia tijolos e telhas para a construção de quase todas as casas do nascente bairro, incluindo as casas produzidas pela própria família Savoy.

Outra informação que nos chama atenção é que o anúncio faz referência a uma agência disponível na cidade de Santos, cidade em que Amaro tinha atuação comercial. A presença desta agência na Baixada Santista pode explicar os motivos pelo qual o bairro contará com moradores estrangeiros em suas intermediações. 79 79. Cf. Knabben, op. cit.

Figura 16
- Inauguração do Lausanne Paulista. Lausanne Paulista.

Na Figura 14, em que consta página de edição do Estado de S. Paulo também de 1925, temos a publicidade que marca a inauguração da “interessante [exploração] do relevo dos terrenos de ‘Lausanne Paulista’”, com o “atraente material de [propaganda]” que dispunha a F. Amaro & Co. No anúncio consta que os engenheiros industriais respeitaram a situação topográfica do terreno, o que explica por que os arruamentos da margem direita do córrego do Lausanne possuíam um traçado parcialmente racional.

Amaro faleceu em 1929. 80 80. Segundo consta no Dicionário de Ruas. Os seus terrenos anunciados pela F. Amaro & Co. não floresceram e passaram, na década de 1930, para a Sociedade Civil “Lausanne Paulista”, formada por Piero Roversi, sua esposa Honorina Zusnabar Roversi, seu sócio José Gonçalves Carneiro e sua esposa Judith Py da Cunha Carneiros. Assim, a divisão da atuação se dava, na década de 1930, da seguinte maneira, de acordo com a Figura 17:

Figura 17
- Divisão da atuação urbanizadora no Lausanne Paulista.

Assim, o bairro estaria dividido ao meio a partir do córrego do Lausanne: de um lado, a atuação da família Savoy como promotora urbana, do outro, Piero Roversi e seus sócios, herdando da F. Amaro & Co. os terrenos já com o seu traçado urbano.

Se havia três atuações de promoção urbana no terreno, por quais motivos seus empresários, em diferentes tempos, decidem manter, então, o nome de Lausanne Paulista? Pode ter havido interação entre os três empresários, mas a permanência do nome Lausanne Paulista provavelmente se deve ao fato de a família Savoy ter batizado o bairro e, a partir de uma consolidação perante a população que iniciava o processo de ocupação dos terrenos loteados pela família, o empresariado atuante em conjunto optou pela permanência do nome como forma de dar continuidade à expansão da comunidade.

A forma de ocupação dentro dos loteamentos abertos pela família Savoy fica nítida, como já exposto, a partir da Figura 11: há uma concentração de terrenos ocupados ao redor da estrada do Guacá, rua Conselheiro Moreira de Barros e nos arredores do Tramway da Cantareira, ao contrário do que ocorre na margem direita do córrego do Lausanne, nos terrenos da F. Amaro & Co. e, posteriormente, da Sociedade Civil “Lausanne Paulista”.

Além dessa configuração espacial que o bairro possuía em seus anos iniciais, a Figura 11 também ilumina um elemento de suma importância para os anos posteriores do bairro, empreendido pela família Savoy como continuação de suas atividades esportivas na região central da cidade. Trata-se da presença do Lausanne Paulista Futebol Clube, clube de futebol varzeano que se projetava como representante da comunidade e seus moradores.

O PERTENCIMENTO E URBANIZAÇÃO ATRAVÉS DO ESPORTE: A FORMAÇÃO DO LAUSANNE PAULISTA FUTEBOL CLUBE PELA FAMÍLIA SAVOY

Na virada do século XIX para o XX o futebol tornou-se um fenômeno nacional, especialmente nos anos 1920, década em que a seleção brasileira conquistou o seu segundo título sul-americano de futebol. 81 81. O primeiro título foi conquistado em 1919. Nicolau Sevcenko diz 82 82. Sevcenko, op. cit. que a prática esportiva exercia um poderoso atrativo sobre as comunidades e possuía forte caráter transformador cultural, que implicou numa reformulação profunda da experiência da vida, independentemente das classes sociais. A influência dos esportes e dos clubs tem, conforme afirmam Almeida e colaboradores, 83 83. Almeida et al., op. cit. relações com o desenvolvimento da cidade de São Paulo em aspectos culturais, políticos, econômicos e sociais. Por isso, os estudos sobre futebol como um fenômeno social no Brasil e suas múltiplas apropriações assumiram um protagonismo, com um objeto de análise rico para as mais diversas áreas do universo social brasileiro. 84 84. Ribeiro (2021).

O espaço da várzea dos rios da cidade de São Paulo era a localização da prática do esporte bretão. Gradualmente, a população menos abastada, impulsionada pela popularização do futebol, passa a exercer as atividades esportivas anteriormente destinadas às classes mais abastadas. E passam a fazê-lo nos mesmos territórios que as elites paulistanas, que abandonam progressivamente os espaços varzeanos como uma maneira de se diferenciarem da população que se envolvia com os esportes de maneira massificada. 85 85. Sousa (2014).

A retificação dos rios e a produção de uma estrutura urbana associada à valorização da terra como mercadoria na cidade de São Paulo fez com que alguns campos de várzea deixassem de existir. Assim, houve um deslocamento das regiões centrais para regiões afastadas, produzido a partir das extinções de campos de futebol naquelas áreas. Isso fez com que o termo “futebol de várzea” ganhasse conotação própria, passando a designar tanto uma particular forma de prática esportiva caracterizada pelo amadorismo, quanto a um modo de apropriação do espaço urbano. 86 86. Favero (2018).

O fenômeno esportivo extrapolava a região central e os seus conflitos socioespaciais, se estendendo até a Zona Norte paulistana e instituindo-se na região tramwiana, especialmente no Mandaqui. Knabben 87 87. Knabben, op. cit. afirma que o futebol era praticado na região que compreendia a propriedade dos Savoy antes mesmo de a família adquiri-la. Tratava-se de um vestígio da presença da pedreira localizada na gleba, explorada pela família Menezes e, posteriormente pelos Bandini, com a presença do Pedreira Futebol Clube. 88 88. Não foi possível localizar mais informações sobre o clube. O time contava no seu quadro associativo e esportivo membros da família Bandini e empresários atuantes no mercado imobiliário dos arredores.

A região, antes de ser adquirida pela família Savoy e loteada, era conhecida como Fazenda da Pedreira, o que fez, assim, com que o clube tivesse um vínculo com sua localidade mesmo com a extinção das companhias de extração de pedras. Com a aquisição da propriedade pela família Savoy e com a promoção do Lausanne Paulista, Alberto Savoy, como vimos, de personalidade reconhecida no circuito esportivo e do futebol paulistano, a partir de sua proximidade com os Bandini por meio de seu casamento com Maria Bandini Savoy, se reúne com o quadro associativo do Pedreira F.C. e, em conjunto, fundam o Lausanne Paulista Futebol Clube, em 1927.

A atuação da família Savoy na promoção dos esportes da região do Mandaqui já se fazia presente antes da fundação do clube que levava o nome do seu loteamento. Knabben 89 89. Knabben, op. cit. nos mostra que os Savoy parcelam uma área de sua gleba para a equipe do Chora Menino e para a realização de torneios disputados nos festivais esportivos da Zona da Cantareira, termo recorrente para se referir à região em periódicos entre os anos 1927 e 1929.

Essa mesma parcela destinada ao Chora Menino e aos torneios se torna a sede social do clube que a família Savoy formava com os associados, como uma demonstração de um engajamento familiar com a comunidade envoltória.

Assim, o Lausanne Paulista se mostra mais um empreendimento da família Savoy em busca de capitais simbólicos e de controle dos usos do local, cedido como uma reafirmação de sua identidade no espaço e de sua hierarquia social diante da comunidade envoltória. Diana Mendes Machado da Silva 90 90. Silva (2016). nos aponta que, assim como a Associação Atlética Anhanguera, o Lausanne Paulista F. C. contou com a participação direta da família Savoy, junto com a promoção do espaço urbano envoltório e festividades também proporcionadas pela família. 91 91. Cf. Faveiro, op. cit.

Para criar um clube de futebol ou uma associação atlética, segundo Almeida e colaboradores, o sujeito necessitava ser:

um amante do esporte; (b) Mesmo sendo amante ele busca racionalmente um espaço para ser reconhecido e ter sua imagem associada à agremiação; (c) No limite, o sucesso da agremiação refletirá seu sucesso; (d) Possibilitando novas inserções nos espaços sociais que o sujeito tinha sua origem primeira, como político, industrial ou comerciante; (e) Ser dirigente refletia um papel de liderança de algo novo que estava surgindo, como as industriais, os comércios, as entidades sociais; (f) Ser alguém de destaque na agremiação e levá-la para vitórias lhe conferia prestígio social, político e administrativo. 92 92. Almeida et al., op. cit.

O rápido desenvolvimento do clube, impulsionado por Alberto Savoy, que além de promotor era um dos diretores da agremiação, fez com que na década de 1930 o clube ganhasse o apelido de “Tigre da Cantareira”, pela força de seus esquadrões. Esse crescimento vertiginoso do clube, propulsionado pela família Savoy, rendeu ao clube a confecção também de sua praça de esportes, a fim de suprir as exigências dos órgãos de lazer da cidade para ter seu funcionamento validado. Assim, o clube conta, a partir de 1939, com arquibancadas em seu campo de futebol, além de quadras poliesportivas e de bocha. 93 93. Silva, op. cit.; Knabben, op. cit.

Com isso, o clube, a partir de sua infraestrutura e de suas fortes equipes, adquiridas em pouco tempo, fez os olhos dos entusiastas do esporte voltarem-se tanto para a agremiação quanto para o seu espaço, uma vez que o clube varzeano possuía o mesmo nome do recente povoado formado. O clube passou a ser um instrumento de enraizamento e pertencimento para os que se inseriam naquele contexto de sociabilidade promovido pela família Savoy. Como bem apontam Almeida e colaboradores,

Retomando a uma análise weberiana, toma-se como tipo ideal de dirigente esportivo dos clubes que progrediram e existem até hoje como potências esportivas, os sujeitos que possuíam poder político e econômico na sociedade paulista da época. As influências e associações políticas fizeram-se determinantes na história de crescimento destas entidades. Quanto aos tipos de dominação, pode-se perceber as influências políticas como ações norteadas por um agir racional com respeito a fins, em função de interesses pessoais ou coletivos, representativo de cada agremiação. 94 94. Almeida et al. (2013, p. 36).

Essa promoção do esporte, como artifício para angariar moradores ao bairro que confeccionavam, surte efeito imediato.

Figura 18
- Ocupações do Lausanne Paulista na década de 1950.

Ao observar o mapa da Figura 18, percebemos que há tanto a produção de novos arruamentos quanto uma concentração de lotes ao redor do Lausanne Paulista Futebol Clube. Percebe-se, também, que o traçado do Tramway da Cantareira não se faz mais presente no bairro; em seu lugar, nos deparamos com o surgimento de uma rua.

Figura 19
- Ocupações de 1930 versus 1950.

Com a Figura 19, temos um comparativo entre as ocupações da década de 1930 e da década de 1950. Percebe-se, de fato, que o clube funcionou como aglutinador e atrativo para os novos residentes do bairro em um recorte de aproximadamente vinte anos, com novas ruas e novas ocupações. O clube, como já exposto, funcionava como uma entidade de autopromoção da família e de seus negócios. Essa autopromoção se fazia de maneira indireta, com a confecção dos espaços sociais do clube, mas também de maneira direta: a praça de esportes do Lausanne Paulista Futebol Clube era chamada de “Praça de Esportes Alberto Savoy”, e dentre os torneios promovidos pela agremiação, estavam taças que levavam os nomes de Alberto Savoy e sua esposa, Maria Bandini Savoy.

Figura 20
- Maria Bandini Savoy recebendo homenagens do Lausanne Paulista Futebol Clube.

Essa autopromoção refletia-se na requisição, da parte dos residentes, de que a família comparecesse aos eventos esportivos promovidos pelo clube para receberem homenagens – como exposto na Figura 20. Houve também demanda para que se criasse, ao redor dos Savoy, uma rede de sociabilidade com famílias mais abastadas residentes no Lausanne Paulista, o que dá ao espaço do clube não somente função de lazer, mas o torna um espaço de organização civil e política de grupos de destaque. 95 95. Favero, op. cit. Observa-se na imagem, além das homenagens prestadas a Maria Bandini Savoy, a comunidade postada ao redor do campo, com construções residenciais à direita, e a chegada de energia eletrificada no bairro, pela presença dos postes na travessa Lausanne Paulista, 96 96. Atualmente a travessa Lausanne recebe o nome de Rua Francisco Bruno. que dava acesso ao clube.

O futebol amador proporcionava modos e meios de se circular e estabelecer relações na cidade por meio de partidas, torneios e festivais promovidos por clubes em diferentes áreas. No caso do Lausanne Paulista F.C., essa circulação na cidade se dava, além de por meio do contato com outros clubes de outras regiões da cidade e do Estado, em festivais realizados na zona tramwiana da Zona Norte paulistana. Assim, o clube era um espaço de criação de redes de sociabilidade, que se materializavam no campo e nos seus arredores. Ribeiro 97 97. Ribeiro, op. cit. nos mostra que, em um esforço para consolidar o pertencimento de seus residentes e frequentadores, os clubes amadores se fortaleceram a partir de um apoio social e material para a manutenção de seu desenvolvimento.

Esse ciclo relacional formado com a comunidade por meio dos loteamentos e do próprio clube progride ao redor da família Savoy para a produção de outras sociabilidades a partir das demandas dos residentes, como a confecção de uma escola para a comunidade, feita pela família Savoy, com a paróquia Santo Antonio do Lausanne – que se organiza originalmente como uma pequena capela na década de 1930, e nos anos de 1950, com a participação de famílias residentes e dos Savoy em sua expansão, é elevada à categoria de paróquia. A presença da igreja em povoados simboliza uma formalização da existência do bairro perante os olhos do Estado no meio urbano. Luciana Gennari 98 98. Gennari (2019). nos demonstra que essa relação igreja e Estado é uma herança da relação ibérica e das definições de povoamento, se mostrando como um ponto de reuniões, batismos e casamentos. Assim,

a igreja conjuntamente com o ‘campo de futebol e armazém eram o núcleo de diversão dos jovens da época, quando quermesses, procissões, jogos e piqueniques alegravam a vida de crianças, jovens e adultos, naquele bairro provinciano de então’. 99 99. Knabben, op. cit., p. 72.

Essa proximidade do Lausanne Paulista Futebol Clube com a Paróquia Santo Antonio do Lausanne, expressa na Figura 21, marca a paisagem urbana do bairro, funcionando como uma extensão das relações criadas no clube dentro do espaço religioso, que era ponto de encontro das famílias “ilustres” que planejavam as atividades do bairro e do clube, cativando proximidades. 100 100. Knabben, op. cit.

Figura 21
- Paróquia, Clube e a sua proximidade.

Nos anos 1960 o bairro sofreu uma grande transformação espacial: por conta de exigências do governo estadual, o terreno da Praça de Esportes Alberto Savoy foi desapropriado, a fim de se instalar no local uma escola estadual, o Grupo Escolar Castro Alves. Com isso, o clube recebe uma indenização pelo governo estadual, mas se via sem sua sede social e sem o seu campo de futebol. Os seus membros recorrem, então, à família Savoy para adquirir um terreno para sua nova sede, localizada bairro adentro.

As tensões e disputas entre o poder público e os clubes pela utilização dos campos se mostram recorrentes na Zona Norte. É o caso do time de futebol varzeano do Grêmio Recreativo da Sade (Sul-Americana de Energias – Eletrificação), estudado por Favero, 101 101. Favero, op. cit. localizado na Casa Verde, e o Lausanne Paulista F. C., no Mandaqui. Ribeiro 102 102. Ribeiro, op. cit. nos expõe que “a atuação do poder público, em especial o municipal, na condução de grandes projetos de infraestrutura, mas também na regulamentação do uso e da ocupação do solo na cidade”. 103 103. Ribeiro, op. cit., p. 36. No caso do Lausanne Paulista, há tanto a atuação municipal quanto estadual 104 104. Knabben (2022) explora as tensões entre o poder municipal e estadual sobre a desapropriação do terreno do Lausanne Paulista F. C. em seu terceiro capítulo. em projetos de infraestrutura pública.

Na Figura 22 temos sua nova localização, junto com as aberturas de vias que o bairro recebeu entre as décadas de 1960 e 1980 com participação direta da família Savoy e seus descendentes. Destaca-se a canalização do córrego do Mandaqui, dando origem à avenida Engenheiro Caetano Alvares, ligando a região do Mandaqui até a Marginal Tietê pelo poder público, e a rua da nova sede do clube, a rua Maria Bandini Savoy, aberta pela família Savoy, que se mostra, mais uma vez, envolvida com as atividades desportivas do clube que formaram com a comunidade local.

Figura 22
- Nova localização do Lausanne Paulista Futebol Clube e novos arruamentos.

Em sua nova sede, exibida na Figura 23, o clube contava com infraestrutura mais moderna: arquibancadas de concreto rodeando o estádio, que também recebeu o nome de “Praça de Esportes Aberto Savoy”, além de um ginásio poliesportivo, que levava o nome de “Ginásio Poliesportivo Cyro Gilberto Savoy”, homenageando um dos filhos do casal Alberto e Maria Bandini Savoy.

Figura 23
- Nova sede do Lausanne Paulista Futebol Clube.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A atuação da família Savoy no Lausanne Paulista se manifesta não somente na promoção urbana do bairro, por meio de abertura de loteamentos e arruamentos até meados dos anos 1980, mas também na permanência de suas organizações, criadas como atrativo para o bairro que implantaram.

Os levantamentos feitos por Canaverde 105 105. Canaverde, op. cit. por meio de dados dos embarques do Tramway da Cantareira apontam que a região suburbana residencial (termo que ela utiliza para se referir à região envoltória de Santana) na década de 1940 possui função quase exclusivamente residencial. No caso do Lausanne Paulista, podemos apontar que o local, para além de uma região suburbana residencial, era um espaço de recreação e sociabilidade – por conta do clube, de sua igreja e a ideia de pertencimento vinculada a essas entidades, que originam características associativas no bairro.

O pertencimento urbano designa um processo de estar inserido em uma unidade que se distingue das demais, e está presente na trajetória da Zona Norte paulistana, como uma das heranças do mundo rural. Por outro lado, o Lausanne Paulista carrega em si a noção moderna de bairro, que consiste numa gestão territorial no campo político e social. Esse aspecto é fomentado a partir da atuação direta da família Savoy, que, com a modernidade, carrega valores do seu tempo. O futebol, por sua vez, é aparato aglutinador e modificador da cidade e dos comportamentos, carregando consigo uma pluralidade de sentidos, modalidades e hábitos. 106 106. Gennari, op. cit.; Sousa, op. cit., Santos (2021).

A produção do Lausanne Paulista junto de seu clube como forma de preenchimento de vazios urbanos não implica no surgimento autoconstruído de seu bairro. Ele foi pensado para ser bairro e ter o clube como ponto de sociabilidade e atrativo para os negócios da família que o produziu, ao contrário do que aponta Santos. 107 107. Santos, op. cit. O bairro se constitui, portanto, em um espaço de valorização de terras antes mesmo da explosão urbana e demográfica de São Paulo da metade do século XX que resultou em uma ocupação de maior proeminência da Zona Norte de São Paulo.

Como expõe Santos, 108 108. Ibid. a desapropriação no Lausanne Paulista e a destinação de seu antigo terreno à construção da Escola Estadual Castro Alves não implica no desaparecimento do clube. O terreno é adquirido posteriormente pela família que o promoveu o bairro, mas não de maneira a apropriar-se de terrenos municipais ou privados, como Santos 109 109. Ibid. defende. A centralidade do clube se demonstra a partir da produção de arruamentos ao seu redor pela família e pelos residentes do bairro, o que implica numa expansão da mancha urbana bairro adentro, antes concentrada na região próxima ao córrego do Mandaqui e na estrada do Guacá.

Assim, o Lausanne Paulista ainda chama atenção pelo seu nome, romantizado por memorialistas e curiosos em desvendar a sua misteriosa origem semântica suíça. Entretanto, a produção de seu espaço urbano, como pretendemos demonstrar nesse artigo, é composta por um mosaico de artífices e de percursos que se mostram além de uma referência à cidade do cantão de Vaud, na Suíça: ela está envolvida pela identidade de seus promotores, e, principalmente, pela importância do clube esportivo que carrega o nome de seu povoado.

O bairro transformou-se celeremente, atraindo os olhos do mercado imobiliário e dissolvendo a atuação da família Savoy em seu território com a venda de sua última porção de posse para um empreendimento imobiliário. Mas ainda é possível testemunhar alguns dos fragmentos presentes em seu território, como parte da Pedreira, que compõe o estacionamento do Supermercado Trimais, a paróquia Santo Antonio do Lausanne, o clube e algumas residências de época que marcam a paisagem da antiga zona dos Vagalumes. 110 110. Região do Mandaqui que compreende o bairro de Santa Terezinha, Chora Menino e Lausanne Paulista.

REFERÊNCIAS FONTES MANUSCRITAS

  • TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. Inventário de Alberto Savoy. Número do processo: 74917836-9. 1946.
  • TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. Inventário de Maria Bandini Savoy. Número do processo: 46105. (3 volumes). 1968.

FONTES IMPRESSAS

  • A TRIBUNA. Santos: Grupo Tribuna, 11 mar. 1925. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital Acesso em: 19 nov. 2023.
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  • ALMANAK DO ESTADO DE SÃO PAULO: Administrativo, Commercial e Profissional. Organizado por Canuto Thorman. São Paulo: Typographia Aurora, 1897. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital
    » https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital
  • CORONEL Francisco Amaro. Correio Paulistano, São Paulo: Typographia Imparcial, 9 jun.1914, p. 3.
  • CORREIO PAULISTANO. São Paulo: Typographia Imparcial, 05 set. 1911. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/ Acesso em: 19 nov. 2023.
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  • LESSA, P. Aggravo entre partes: Francisco Amaro & cia., aggravantes, e Jose Kisthmann, aggravado: memorial dos agravantes (sic). Brasília, DF: Supremo Tribunal Federal, 1898. Disponível em: https://bit.ly/3R1muA8 Acesso em: 28 nov. 2023.
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  • MANDAQUI. Correio Paulistano, São Paulo, 28 jan. 1951. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/ Acesso em: 19 nov. 2023.
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  • O ANNIVERSÁRIO DO E. C. INTERNACIONAL. Folha de S.Paulo, São Paulo, p. 9, 18 ago. 1928.
  • O ESTADO DE S. PAULO. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 30 ago. 1925a. Disponível em: https://www.estadao.com.br/acervo/ Acesso em: 19 nov. 2023.
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  • O ESTADO DE S. PAULO. São Paulo: O Estado de S. Paulo, 30 jul. 1925b. Disponível em: https://www.estadao.com.br/acervo/ Acesso em: 19 nov. 2023.
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  • O VETERANO Internacional apparecerá novamente. Correio de S. Paulo, São Paulo, 19 mar. 1935. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/ Acesso em: 19 nov. 2023.
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  • PREFEITURA. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. 4, 23 maio 1907. Disponível em: https://www.estadao.com.br/acervo/ Acesso em: 19 nov. 2023.
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  • SECRETARIA da Fazenda. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. 6, 15 set. 1909. Disponível em: https://www.estadao.com.br/acervo/ Acesso em: 19 nov. 2023.
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  • SEU bairro. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. Z8, 7 out. 1996. Disponível em: https://www.estadao.com.br/acervo/ Acesso em: 19 nov. 2023.
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LIVROS, ARTIGOS E TESES

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  • ANAYA, Clara Cristina. Cenas de uma capital em expansão: aspectos da urbanização da Vila Mariana em São Paulo (1890-1914). São Paulo: Editora Unifesp, 2019.
  • ATIQUE, Fernando. Memória moderna: a trajetória do Edifício Esther. São Carlos: Rima, 2004.
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    » https://bit.ly/3N32QCM
  • SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA; ARQUIVO HISTÓRICO MUNICIPAL. Dicionário de Ruas. Arquivo Histórico Municipal de São Paulo, São Paulo, 2003. Disponível em: https://dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br/ Acesso em: 20 nov. 2023.
    » https://dicionarioderuas.prefeitura.sp.gov.br/
  • 3.
    Atique (2004)ATIQUE, Fernando. Memória moderna: a trajetória do Edifício Esther. São Carlos: Rima, 2004..
  • 4.
    Brito (2000)BRITO, Mônica Silveira. A participação da iniciativa privada na produção do espaço urbano: São Paulo, 1890-1911. 2000. 213f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000..
  • 5.
    IbidBRITO, Mônica Silveira. A participação da iniciativa privada na produção do espaço urbano: São Paulo, 1890-1911. 2000. 213f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.., p. 26.
  • 6.
    Cf. Almeida (2016)ALMEIDA, Renata Geraissati Castro. Um artífice na urbanização paulistana: Rizkallah Jorge Tahn (1895-1945). 2016. 204 f. Dissertação (Mestrado em História) –, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2016..
  • 7.
    Oliveira (2005)OLIVEIRA, Maria Luiza Ferreira de. Entre a casa e o armazém: relações sociais e experiência da urbanização: São Paulo, 1850-1900. São Paulo: Alameda, 2005..
  • 8.
    Dentro desse estudo definiremos como a Zona Norte a região tramwiana (termo comum em periódicos para se referir ao espaço), ou seja: aquela que gravitou em torno do Tramway da Cantareira, que compreende os distritos de Santana, Mandaqui, Tremembé, Jaçanã, Tucuruvi e Casa Verde.
  • 9.
    Cf. Marcondes (2016)MARCONDES, Raissa Campos. Uma Holanda entre colinas: a trajetória do Jardim Ana Rosa no alto de Santana. 2016. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2016..
  • 10.
    Marcondes (2016)MARCONDES, Raissa Campos. Uma Holanda entre colinas: a trajetória do Jardim Ana Rosa no alto de Santana. 2016. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2016.; Silva (2018)SILVA, Stanley Plácido da Rosa. O Tramway da Cantareira e sua relação com o desenvolvimento local: infraestrutura urbana e transportes de passageiros (1893-1965). Tese (Doutorado em História Econômica) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018..
  • 11.
    Cf. Knabben (2022)KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022..
  • 12.
    Processo 2020/01877-7, contida em uma pesquisa maior denominada “São Paulo e suas culturas técnicas”.
  • 13.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.; Oliveira, op. cit.OLIVEIRA, Maria Luiza Ferreira de. Entre a casa e o armazém: relações sociais e experiência da urbanização: São Paulo, 1850-1900. São Paulo: Alameda, 2005.
  • 14.
    Oliveira, op. cit.OLIVEIRA, Maria Luiza Ferreira de. Entre a casa e o armazém: relações sociais e experiência da urbanização: São Paulo, 1850-1900. São Paulo: Alameda, 2005.
  • 15.
    Há outras famílias de origem suíça no grupo associativo por nós investigado para além dos Savoy, Perroud e Zumkeller. Por exemplo, a família Ract e a família Geisenhoff estão situadas e atuam na Zona Norte paulistana. Para essa pesquisa, nos atentaremos às três famílias listadas, especialmente a família Savoy, objeto deste estudo.
  • 16.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.; Almeida, op. cit.ALMEIDA, Renata Geraissati Castro. Um artífice na urbanização paulistana: Rizkallah Jorge Tahn (1895-1945). 2016. 204 f. Dissertação (Mestrado em História) –, Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2016.
  • 17.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 18.
    Albertina Zumkeller nasceu no ano de 1876, vindo a falecer no ano de 1900 por conta de complicações no parto de Jorge Savoy, único filho de seu casamento com Alberto Savoy.
  • 19.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 20.
    Segundo registro da Jucesp, após a saída de Calixto Zumkeller da associação, Alberto Savoy, no qual já constava em seu nome o maquinário responsável para a fabricação de vidros, se torna responsável por dois terços do capital social da firma, enquanto o restante fica por conta de Alfredo Perroud.
  • 21.
    Posteriormente a mesma propriedade fica para Calixto Zumkeller, que a destina para a produção de vinho.
  • 22.
    Cf. Anaya (2019)ANAYA, Clara Cristina. Cenas de uma capital em expansão: aspectos da urbanização da Vila Mariana em São Paulo (1890-1914). São Paulo: Editora Unifesp, 2019..
  • 23.
    Schpun (1999)SCHPUN, Monica Raisa. Beleza em jogo: cultura física e comportamento em São Paulo nos anos 20. São Paulo: Senac São Paulo, 1999..
  • 24.
    Sevcenko (1992)SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.; Schpun, op. cit.SCHPUN, Monica Raisa. Beleza em jogo: cultura física e comportamento em São Paulo nos anos 20. São Paulo: Senac São Paulo, 1999.
  • 25.
    Atique, Sousa, Gessi (2015)ATIQUE, Fernando; SOUSA, Diógenes; GESSI, Hennan. Uma relação concreta: A prática do futebol em São Paulo e os Estádios do Parque Antarctica e do Pacaembu. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, v. 23, n. 1, p. 91-109, 2015.; Schpun, op. cit.SCHPUN, Monica Raisa. Beleza em jogo: cultura física e comportamento em São Paulo nos anos 20. São Paulo: Senac São Paulo, 1999.
  • 26.
    A Associação Atlética Mackenzie College era ligada à instituição de ensino presbiteriano Mackenzie College.
  • 27.
    Mills (2005)MILLS, John. Charles Miller: o pai do futebol brasileiro. São Paulo: Panda Books, 2005.
  • 28.
    Gambeta (2014)GAMBETA, Wilson (org.). Primeiros passes: documentos para a história do futebol em São Paulo. 1897-1918. São Paulo: Biblioteca Mário de Andrade Edições, 2014..
  • 29.
    Ibid, p. 262 GAMBETA, Wilson (org.). Primeiros passes: documentos para a história do futebol em São Paulo. 1897-1918. São Paulo: Biblioteca Mário de Andrade Edições, 2014.. (grifo nosso).
  • 30.
    Oliveira, op. cit.OLIVEIRA, Maria Luiza Ferreira de. Entre a casa e o armazém: relações sociais e experiência da urbanização: São Paulo, 1850-1900. São Paulo: Alameda, 2005.
  • 31.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 32.
    Schpun, op. cit.SCHPUN, Monica Raisa. Beleza em jogo: cultura física e comportamento em São Paulo nos anos 20. São Paulo: Senac São Paulo, 1999.
  • 33.
    Alberto Savoy foi zagueiro do clube paulistano (O ANNIVERSÁRIO…, 1928)O ANNIVERSÁRIO DO E. C. INTERNACIONAL. Folha de S.Paulo, São Paulo, p. 9, 18 ago. 1928..
  • 34.
    Chamamos Alberto Savoy de desportista por sua atuação multiesportiva: além de ter sido jogador do Sport Club Internacional, o patriarca da família Savoy também foi campeão de levantamento de pesos e de corrida de resistência, segundo a Folha de S.Paulo. (O ANNIVERSÁRIO…, 1928)O ANNIVERSÁRIO DO E. C. INTERNACIONAL. Folha de S.Paulo, São Paulo, p. 9, 18 ago. 1928..
  • 35.
    “O veterano…” (1935)O VETERANO Internacional apparecerá novamente. Correio de S. Paulo, São Paulo, 19 mar. 1935. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: 19 nov. 2023.
    https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-d...
    .
  • 36.
    Segundo Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022., p. 39, “devido a dificuldades financeiras, o clube se funde com o Antarctica Futebol Clube, dando origem ao Clube Atlético Paulista, em 1933. Posteriormente, o Clube Atlético Paulista funde-se com o Clube Atlético Estudantes de São Paulo, dando origem ao Clube Atlético Estudante Paulista, que sofreu incorporações de atletas São Paulo Futebol Clube, que se fundia com o Clube de Regatas Tietê. Posteriormente, o São Paulo Futebol Clube, agora refundado em 1935, incorpora o Clube Atlético Estudante Paulista”.
  • 37.
    Não foi possível precisar as datas de nascimento e de morte de Alda Mathilde Savoy.
  • 38.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 39.
    Segundo notas fiscais obtidas no acervo digital da Escola Politécnica, foram comprados vidros triplos e parafusos com cabeça de vidro da firma de Savoy no valor de 267 mil réis no ano de 1932.
  • 40.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 41.
    Almeida et al. (2013)ALMEIDA, Marco Antonio Bettine de et al. Os clubes de futebol e o processo de urbanização na região do Rio Tietê: 1889-1945. Recorde: Revista de História do Esporte, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 1-38, jun. 2013.; Jorge (2017)JORGE, Janes. Tietê: o rio que a cidade perdeu. São Paulo: Pmsp, 2017..
  • 42.
    Bueno (2016)BUENO, Beatriz Piccolotto Siqueira. Aspectos do mercado imobiliário em perspectiva histórica: São Paulo (1809-1850). São Paulo: Edusp, 2016..
  • 43.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 44.
    Marcondes (2021)MARCONDES, Raissa Campos. A urbanização da Zona Norte de São Paulo: agentes, paisagens e tensões em torno do Tramway da Cantareira (1893-1924). 2021. 246 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2021. mostra que apenas Santana, no início do século XX, era considerada zona suburbana de São Paulo, sendo as regiões ao norte de Santana colocadas como “rurais”. O termo “zona suburbana” aparece a partir de 1889, pela cobrança do Imposto Predial, no qual consta que o bairro de Santana passa a ser referido como “subúrbio” (MARCONDES, 2021)MARCONDES, Raissa Campos. A urbanização da Zona Norte de São Paulo: agentes, paisagens e tensões em torno do Tramway da Cantareira (1893-1924). 2021. 246 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2021..
  • 45.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 46.
    IbidKNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022..
  • 47.
    O nome Mandaqui, segundo Sant’Anna (1951)MANDAQUI. Correio Paulistano, São Paulo, 28 jan. 1951. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: 19 nov. 2023.
    https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-d...
    , tem duas origens: a primeira remete a um antigo morador de nome desconhecido, que costumava vociferar que que quem “mandava ali” era o filho do seu pai, ou seja, ele mesmo, tornando-se o “homem do Mandaqui” e, com isso, passou-se a se referir ao terreno como Mandaqui; uma segunda expõe que na ata de 1786 consta como “Mandihi” o terreno concedido a Amador Bueno. Segundo tupinólogos, o termo “Mandihi” é corruptela de mandil, nome dado aos “peixes de pele”. Assim, uma das possíveis origens do nome pode ser entendida como “rio dos peixes-boi” ou “rio dos bagres” (MANDAQUI, 1951, p. 7)MANDAQUI. Correio Paulistano, São Paulo, 28 jan. 1951. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: 19 nov. 2023.
    https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-d...
    .
  • 48.
    Cf. “Mandaqui” (1951, p. 10)MANDAQUI. Correio Paulistano, São Paulo, 28 jan. 1951. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: 19 nov. 2023.
    https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-d...
    .
  • 49.
    Cf. “A história…” (2015)A HISTÓRIA do Mandaqui. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 15 dez. 2015. Disponível em: https://bit.ly/3N32QCM. Acesso em: 22 nov. 2023.
    https://bit.ly/3N32QCM...
    .
  • 50.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 51.
    Segundo registros de batismo datados do final do século XIX, consultados via FamilySearch.
  • 52.
    Segundo o Dicionário de Ruas, em informações sobre a rua Isidoro de Laet, consta a informação de que de 1893 a 1919 foi administrador do sítio Mandaqui. Antes, era proprietário o Dr. Carlos José Botelho, fundador do bairro Jardim da Aclimação.
  • 53.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 54.
    Cf. Silva, op. cit.SILVA, Stanley Plácido da Rosa. O Tramway da Cantareira e sua relação com o desenvolvimento local: infraestrutura urbana e transportes de passageiros (1893-1965). Tese (Doutorado em História Econômica) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
  • 55.
    Bueno, op. cit.BUENO, Beatriz Piccolotto Siqueira. Aspectos do mercado imobiliário em perspectiva histórica: São Paulo (1809-1850). São Paulo: Edusp, 2016.
  • 56.
    Cf. Marcondes, op. cit.MARCONDES, Raissa Campos. A urbanização da Zona Norte de São Paulo: agentes, paisagens e tensões em torno do Tramway da Cantareira (1893-1924). 2021. 246 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2021.; Silva, op. cit.SILVA, Stanley Plácido da Rosa. O Tramway da Cantareira e sua relação com o desenvolvimento local: infraestrutura urbana e transportes de passageiros (1893-1965). Tese (Doutorado em História Econômica) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
  • 57.
    Cf. Marcondes, op. cit.MARCONDES, Raissa Campos. A urbanização da Zona Norte de São Paulo: agentes, paisagens e tensões em torno do Tramway da Cantareira (1893-1924). 2021. 246 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2021.
  • 58.
    Segundo Knabben (2022)KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022., trolley é um bonde de tração animal.
  • 59.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 60.
    A grafia atual do bairro é Lauzane Paulista. Opta-se pela utilização de Lausanne Paulista pois é a grafia que consta se referindo ao bairro nos seus primeiros anos de existência e por ser a grafia que acompanha o nome do Lausanne Paulista Futebol Clube, clube desportivo varzeano presente no bairro. Ver: Knabben, 2022KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022..
  • 61.
    Atique, op. cit.ATIQUE, Fernando. Memória moderna: a trajetória do Edifício Esther. São Carlos: Rima, 2004.; Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 62.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022., p. 54.
  • 63.
    Atique, op. cit.ATIQUE, Fernando. Memória moderna: a trajetória do Edifício Esther. São Carlos: Rima, 2004.
  • 64.
    Bourdieu (2011, p. 164)BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 2011..
  • 65.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 66.
    Borin, 2017BORIN, Monique Félix. A Barra Funda e o fazer da cidade: experiências da urbanização em São Paulo (1890-1920). 2014. Dissertação (Mestrado em História Social) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2014. apud Simoni, 2003; Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 67.
    Canaverde (2007)CANAVERDE, Andrea Aparecida. Do Além-Tietê às novas áreas de centralidade: estudo da produção de centralidade na zona norte de São Paulo. 2007. 184 f. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007..
  • 68.
    A região de Santana aparece pela primeira vez em cartografia na Planta Geral da Capital de São Paulo de 1897, disponibilizada pelo Arquivo Histórico Municipal, pois compreendia a região suburbana da cidade de São Paulo.
  • 69.
    Cf. Tribunal de Justiça de São Paulo, 1946TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. Inventário de Alberto Savoy. Número do processo: 74917836-9. 1946..
  • 70.
    Disponibilizados pelo Tribunal de Justiça de São PauloTRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SÃO PAULO. Inventário de Maria Bandini Savoy. Número do processo: 46105. (3 volumes). 1968.. Inventário de Maria Bandini Savoy possui três volumes e está registrado pelo número 46105 e de Alberto Savoy com um volume registrado pelo número 74917836-9.
  • 71.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022., p. 59.
  • 72.
    Cf. “ Coronel…CORONEL Francisco Amaro. Correio Paulistano, São Paulo: Typographia Imparcial, 9 jun.1914, p. 3.”, p. 3.
  • 73.
    Cf. Lessa (1898)LESSA, P. Aggravo entre partes: Francisco Amaro & cia., aggravantes, e Jose Kisthmann, aggravado: memorial dos agravantes (sic). Brasília, DF: Supremo Tribunal Federal, 1898. Disponível em: https://bit.ly/3R1muA8. Acesso em: 28 nov. 2023.
    https://bit.ly/3R1muA8...
    .
  • 74.
    Cf. “Secretaria…” (1909)SECRETARIA da Fazenda. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. 6, 15 set. 1909. Disponível em: https://www.estadao.com.br/acervo/. Acesso em: 19 nov. 2023.
    https://www.estadao.com.br/acervo/...
    .
  • 75.
    Cf. “Prefeitura” (1907)PREFEITURA. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. 4, 23 maio 1907. Disponível em: https://www.estadao.com.br/acervo/. Acesso em: 19 nov. 2023.
    https://www.estadao.com.br/acervo/...
    .
  • 76.
    Cf. Carrascoza (2002)CARRASCOZA, João Anzanello. A história do tigre da Cantareira: edição histórica ilustrada dos 75 anos do Lauzane Paulista F.C.. São Paulo: Ferrari, 2002..
  • 77.
    Acreditamos que a via a qual o anúncio se refere é a estrada da Parada Pinto, não a avenida Santa Inês (grafada no anúncio com “Ignês”).
  • 78.
    “Seu…” (1996)SEU bairro. O Estado de S. Paulo, São Paulo, p. Z8, 7 out. 1996. Disponível em: https://www.estadao.com.br/acervo/. Acesso em: 19 nov. 2023.
    https://www.estadao.com.br/acervo/...
    .
  • 79.
    Cf. Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 80.
    Segundo consta no Dicionário de Ruas.
  • 81.
    O primeiro título foi conquistado em 1919.
  • 82.
    Sevcenko, op. cit.SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na metrópole: São Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.
  • 83.
    Almeida et al., op. cit.ALMEIDA, Marco Antonio Bettine de et al. Os clubes de futebol e o processo de urbanização na região do Rio Tietê: 1889-1945. Recorde: Revista de História do Esporte, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 1-38, jun. 2013.
  • 84.
    Ribeiro (2021)RIBEIRO, Raphael Rajão. A várzea e a metrópole: futebol amador, transformação urbana e política local em Belo Horizonte (1947-1989). 492f. Tese (Doutorado em História, Políticas e Bens Sociais) – Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2021..
  • 85.
    Sousa (2014)SOUSA, Diógenes Rodrigues de. Parque Antarctica: um patrimônio do lazer na cidade de São Paulo no início do século XX. 2014. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2014..
  • 86.
    Favero (2018)FAVERO, Raphael Piva Favalli. “A várzea é imortal”: abnegação, memória, disputas e sentidos em uma prática esportiva urbana. 2018. 128f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018..
  • 87.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 88.
    Não foi possível localizar mais informações sobre o clube.
  • 89.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 90.
    Silva (2016)SILVA, Diana Mendes Machado da. Futebol de várzea em São Paulo: a associação atlética anhanguera e o futebol de várzea na cidade de São Paulo (1928-1950). São Paulo: Alameda, 2016..
  • 91.
    Cf. Faveiro, op. cit.FAVERO, Raphael Piva Favalli. “A várzea é imortal”: abnegação, memória, disputas e sentidos em uma prática esportiva urbana. 2018. 128f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
  • 92.
    Almeida et al., op. cit.ALMEIDA, Marco Antonio Bettine de et al. Os clubes de futebol e o processo de urbanização na região do Rio Tietê: 1889-1945. Recorde: Revista de História do Esporte, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 1-38, jun. 2013.
  • 93.
    Silva, op. cit.SILVA, Diana Mendes Machado da. Futebol de várzea em São Paulo: a associação atlética anhanguera e o futebol de várzea na cidade de São Paulo (1928-1950). São Paulo: Alameda, 2016.; Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 94.
    Almeida et al. (2013, p. 36)ALMEIDA, Marco Antonio Bettine de et al. Os clubes de futebol e o processo de urbanização na região do Rio Tietê: 1889-1945. Recorde: Revista de História do Esporte, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 1-38, jun. 2013..
  • 95.
    Favero, op. cit.FAVERO, Raphael Piva Favalli. “A várzea é imortal”: abnegação, memória, disputas e sentidos em uma prática esportiva urbana. 2018. 128f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
  • 96.
    Atualmente a travessa Lausanne recebe o nome de Rua Francisco Bruno.
  • 97.
    Ribeiro, op. cit.RIBEIRO, Raphael Rajão. A várzea e a metrópole: futebol amador, transformação urbana e política local em Belo Horizonte (1947-1989). 492f. Tese (Doutorado em História, Políticas e Bens Sociais) – Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2021.
  • 98.
    Gennari (2019)GENNARI, Luciana Alem. Bairro, um conceito em construção. In: FRIDMAN, Fania; GENNARI, Luciana Alem; KRAUSE, Cleando (org.). De cidades e territórios. Rio de Janeiro: PoD Editora, 2019. p. 85-108..
  • 99.
    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022., p. 72.
  • 100.

    Knabben, op. cit.KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022.
  • 101.

    Favero, op. cit.FAVERO, Raphael Piva Favalli. “A várzea é imortal”: abnegação, memória, disputas e sentidos em uma prática esportiva urbana. 2018. 128f. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2018.
  • 102.

    Ribeiro, op. cit.RIBEIRO, Raphael Rajão. A várzea e a metrópole: futebol amador, transformação urbana e política local em Belo Horizonte (1947-1989). 492f. Tese (Doutorado em História, Políticas e Bens Sociais) – Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2021.
  • 103.

    Ribeiro, op. cit.RIBEIRO, Raphael Rajão. A várzea e a metrópole: futebol amador, transformação urbana e política local em Belo Horizonte (1947-1989). 492f. Tese (Doutorado em História, Políticas e Bens Sociais) – Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2021., p. 36.
  • 104.

    Knabben (2022)KNABBEN, Lucas Martinez. Usos, sociabilidade e distinção na Zona Norte paulistana: o Lausanne Paulista e a família Savoy. 2022. 111f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2022. explora as tensões entre o poder municipal e estadual sobre a desapropriação do terreno do Lausanne Paulista F. C. em seu terceiro capítulo.
  • 105.

    Canaverde, op. cit.CANAVERDE, Andrea Aparecida. Do Além-Tietê às novas áreas de centralidade: estudo da produção de centralidade na zona norte de São Paulo. 2007. 184 f. Dissertação (Mestrado em Planejamento Urbano e Regional) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.
  • 106.

    Gennari, op. cit.GENNARI, Luciana Alem. Bairro, um conceito em construção. In: FRIDMAN, Fania; GENNARI, Luciana Alem; KRAUSE, Cleando (org.). De cidades e territórios. Rio de Janeiro: PoD Editora, 2019. p. 85-108.; Sousa, op. cit.SOUSA, Diógenes Rodrigues de. Parque Antarctica: um patrimônio do lazer na cidade de São Paulo no início do século XX. 2014. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em História) – Universidade Federal de São Paulo, Guarulhos, 2014., Santos (2021)SANTOS, Alberto Luiz dos. O samba como patrimônio cultural em São Paulo (SP): as batucadas de beira de campo e o futebol de varzea. 325f. Tese (Doutorado em Geografia) –Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021..
  • 107.

    Santos, op. cit.SANTOS, Alberto Luiz dos. O samba como patrimônio cultural em São Paulo (SP): as batucadas de beira de campo e o futebol de varzea. 325f. Tese (Doutorado em Geografia) –Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021.
  • 108.

    IbidSANTOS, Alberto Luiz dos. O samba como patrimônio cultural em São Paulo (SP): as batucadas de beira de campo e o futebol de varzea. 325f. Tese (Doutorado em Geografia) –Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021..
  • 109.

    IbidSANTOS, Alberto Luiz dos. O samba como patrimônio cultural em São Paulo (SP): as batucadas de beira de campo e o futebol de varzea. 325f. Tese (Doutorado em Geografia) –Universidade de São Paulo, São Paulo, 2021..
  • 110.

    Região do Mandaqui que compreende o bairro de Santa Terezinha, Chora Menino e Lausanne Paulista.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    23 Fev 2024
  • Data do Fascículo
    2023

Histórico

  • Recebido
    14 Ago 2023
  • Aceito
    27 Out 2023
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