Museu Paulista: espaço de evocação do passado e reflexão sobre a história

Oliveira, Cecilia Helena de Salles

doi:10.1590/S0101-47142003000100007

Resumos

O artigo discute as relações que historicamente se estabeleceram entre o Museu Paulista da USP e seus freqüentadores, referenciando-se em depoimentos de visitantes, produzidos no período entre 1992 e 1995. O argumento central é o de que a interação secular entre a instituição e segmentos diferenciados de público fundamenta-se em tradições celebrativas criadas em torno da Independência e, também, em amplo e complexo cenário de interpretações e expectativas sobre os sentidos dos museus de História.

Museu Paulista; Museu de história; Memória; Conhecimento histórico; Fontes orais

This article focuses the relationships historically established between the Museu Paulista of USP and its visitors, based on personal testimonies, made in the period from 1992 to 1995. The central argument is that the secular interaction between the institution and the different classes of the audience bases itself on celebrative traditions created in regard of the Independence and, also, on a large and complex scenario of interpretations and expectations about the meanings of History museums.

Paulista Museum; History museum; Memory; Historical knowledge; Oral sources

110 ANOS DO MUSEU PAULISTA 1893 - 2003

Museu Paulista: espaço de evocação do passado e reflexão sobre a história^* * Este ensaio foi originalmente um dos capítulos da tese de Livre-Docência, "O espetáculo do Ypiranga: mediações entre história e memória", que defendi no Museu Paulista/ USP, em 2000. Com alterações e acréscimos foi apresentado durante a IV SEMANA DE MUSEUS DA USP, em agosto de 2003.

Museu Paulista: place of evocation of the past and reflection about History

Cecilia Helena de Salles Oliveira

Museu Paulista da USP

RESUMO

O artigo discute as relações que historicamente se estabeleceram entre o Museu Paulista da USP e seus freqüentadores, referenciando-se em depoimentos de visitantes, produzidos no período entre 1992 e 1995. O argumento central é o de que a interação secular entre a instituição e segmentos diferenciados de público fundamenta-se em tradições celebrativas criadas em torno da Independência e, também, em amplo e complexo cenário de interpretações e expectativas sobre os sentidos dos museus de História.

Palavras-chave: Museu Paulista. Museu de história. Memória. Conhecimento histórico. Fontes orais.

ABSTRACT

This article focuses the relationships historically established between the Museu Paulista of USP and its visitors, based on personal testimonies, made in the period from 1992 to 1995. The central argument is that the secular interaction between the institution and the different classes of the audience bases itself on celebrative traditions created in regard of the Independence and, also, on a large and complex scenario of interpretations and expectations about the meanings of History museums.

Keywords: Paulista Museum. History museum. Memory. Historical knowledge. Oral sources.

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FONTES

REFERÊNCIAS

Artigo apresentado em 8/2003.

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*

Este ensaio foi originalmente um dos capítulos da tese de Livre-Docência, "O espetáculo do Ypiranga: mediações entre história e memória", que defendi no Museu Paulista/ USP, em 2000. Com alterações e acréscimos foi apresentado durante a IV SEMANA DE MUSEUS DA USP, em agosto de 2003.

Datas de Publicação

Publicação nesta coleção
18 Ago 2009
Data do Fascículo
2003

Histórico

Aceito
Ago 2003
Recebido
Ago 2003

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[1] DÉNIS, Pierre. Le Brésil ao XXe. Sičcle (1906) Paris: Armand Colin, 1910.

[2] DEPOIMENTOS de 40 visitantes do Museu Paulista/USP, produzidos entre julho de 1992 e setembro de 1995.

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[5] IHERING, Hermann von. O Museu Paulista nos anos de 1910, 1911 e 1912. Revista do Museu Paulista, Săo Paulo, Tomo IX, 1914.

[6] RELATÓRIOS apresentados por Afonso de Escragnolle Taunay ao governo do Estado de São Paulo, referentes ao Museu Paulista durante os anos de 1917-1922. Serviço de Documentação Textual e Iconografia do MP/USP.

[7] WRIGHT, Marie Robinson. The New Brazil (1902). In: BRUNO, Ernani da Silva. Memória da Cidade de Săo Paulo Depoimentos de moradores e visitantes, 1553/1958. Săo Paulo: Prefeitura Municipal/DPH, 1981.

[8] ALVES, Ana Maria de Alencar. O Ipiranga apropriado. Cięncia, política e poder. O Museu Paulista, 1893/1922. Săo Paulo: Humanitas/PPGHS/USP, 2001.

[9] ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas. Reflexőes sobre el origem y la difusión del nacionalismo. México: Fondo de Cultura Econômica, 1993.

[10] BACZKO, Bronislaw. Les imaginaires sociaux. Mémoires et espoirs collectifs. Paris: Payot, 1984.

[11] BANN, Stephen. As invençőes da história Traduçăo de F. Villa-Lobos. Săo Paulo: UNESP, 1994.

[12] BITTENCOURT, Circe Maria F. Pátria, civilizaçăo e trabalho. O ensino de História nas escolas paulistas, 1917/1939. Săo Paulo: Loyola, 1990.

[13] BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade. Lembranças de velhos. Săo Paulo: TA Queiróz, 1983, p. 251.

[14] BOSI, Ecléa. O tempo vivo da memória. Ensaios de psicologia social. Săo Paulo: Atelię Editorial, 2003.

[15] BREFE, Ana Claúdia. Museus históricos na França: entre a reflexăo histórica e a identidade nacional. Anais do Museu Paulista, Săo Paulo, n. 5, p. 175-204, 1997.

[16] BREFE, Ana Cláudia Fonseca. Um lugar de memória para a naçăo. O Museu Paulista reinventado por Affonso d'Escragnolle Taunay. 1999. 304 f. Tese (Doutorado) Universidade de Campinas, Campinas, 1999.

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[18] CADERNOS de História de São Paulo, São Paulo, v. 1-5, 1992/1996.

[19] CHOAY, Françoise. A alegoria do patrimônio. Traduçăo de L. V. Machado. Săo Paulo: UNESP/Estaçăo Liberdade, 2001.

[20] DAGOGNET, François. Le musée sans fin. Paris: Champ Vallo, 1993.

[21] ELIAS, Maria José. Museu Paulista: memória e história. 1996. 473 f. Tese (Doutorado) Universidade de Săo Paulo, Săo Paulo, 1996.

[22] FERREIRA, Antonio Celso. A epopéia bandeirante: letrados, instituiçőes, invençăo histórica, 1870/ 1940. Săo Paulo: UNESP, 2002.

[23] HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. Traduçăo de L. L. Schaffter. Săo Paulo: Vértice, 1990.

[24] HARTOG, François. Tempo e História: como escrever a história da França hoje? História Social, Campinas, n. 3, p.127-154, 1996.

[25] HOBSBAWM, Eric; RANGER, Terence (Org.). A invençăo das tradiçőes. Traduçăo de C. Cavalcanti. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984.

[26] HORNE, Donald. The great museum. The re-presentation of history. London/Sidney: Pluto Press, 1984.

[27] JANOTTI, Maria de Lourdes; ROSA, Zita de Paula. História oral: uma utopia? Revista Brasileira de História, Săo Paulo, n. 25/26, p. 3-20, 1992/1993.

[28] JEUDY, Henri-Pierre. Memórias do Social Traduçăo de M. Cavalcanti. Rio de Janeiro: Forense, 1990.

[29] JULIA, Dominique; BOUTIER, Jean. (Org.). Passados recompostos: campos e canteiros da história. Rio de Janeiro: UFRJ/FGV, 1998.

[30] KAPLAN, Flora (Ed.). Museums and the making of "ourselves". London/ New York: Leicester Universy Press, 1994.

[31] LEFORT, Claude. As formas da história. Traduçăo de M. Chauí e L.R.Salinas Fortes. Săo Paulo: Brasiliense, 1979.

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[33] LUCA, Tania Regina de. A Revista do Brasil: um diagnóstico para a (n)açăo. Săo Paulo: UNESP, 1999.

[34] MENEGUELLO, Cristina. Da ruína ao edifício. Neogótico, reinterpretaçăo e preservaçăo do passado na Inglaterra vitoriana. 2000. Tese (Doutorado) Universidade de Campinas, Campinas, 2000.

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[36] MENESES, Ulpiano Toledo Bezerra de. Do teatro da memória ao laboratório da história: a exposiçăo museológica e o conhecimento histórico. Anais do Museu Paulista, Săo Paulo, n. 2, p. 9-84 e n. 3, p. 83-121, 1994/1995.

[37] MORSE, Richard. Formaçăo histórica de Săo Paulo Săo Paulo: Difel, 1970.

[38] NAGLE, Jorge. A educaçăo na primeira república. In: FAUSTO, Boris (Org.). História geral da civilizaçăo brasileira. Săo Paulo: Difel, 1970. tomo III, v. 2, p. 259-292.

[39] NORA, Pierre (Org.). Les Lieux des Mémoires Paris: Gallimard, 1984. p. VIII-XLII.

[40] OLIVEIRA, Cecilia Helena de Salles. O espetáculo do Ypiranga: mediaçőes entre história e memória. 2000. 288 f. Tese (Livre-Docęncia) Museu Paulista, Săo Paulo, 2000.

[41] OLIVEIRA, Cecilia Helena de Salles. O Museu Paulista da USP e a memória da Independęncia. Cadernos do CEDES, Săo Paulo, v. 22, n. 58, p.65-80, dez. 2002.

[42] OLIVEIRA FILHO, José Costa. O edifício do Museu Paulista: um pouco da história do edifício monumento de Bezzi. Săo Paulo: USP, 2000.

[43] POULOT, Dominique. Museu, naçăo, acervo. In: BITTENCOURT, J. N.; BENCHETRIT, S.; TOSTES, V. (Org.). História representada: o dilema dos museus. Rio de Janeiro: Museu Histórico Nacional, 2003. p. 26-62.

[44] POULOT, Dominique (Ed.). Patrimoine et modernité. Paris: L'Harmattan, 1998.

[45] PRADO, Maria Ligia Prado. América Latina no século XIX. Tramas, telas e textos. Săo Paulo: EDUSC/EDUSP, 1999.

[46] QUEIROZ, Suely Robles. Săo Paulo Madrid: Editorial MAPFRE, 1992.

[47] SCHWARZTEIN, Dora. História oral, memória e histórias traumáticas. História Oral Săo Paulo, n. 4, p. 73-93, 2001.

[48] SEVCENKO, Nicolau. Orfeu extático na metrópole. Săo Paulo, sociedade e cultura nos frementes anos 20. Săo Paulo: Companhia das Letras, 1992.

[49] SUANO, Marlene. O que é museu? Săo Paulo: Brasiliense, 1990.

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Brasil

Brasil

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Resumos

Datas de Publicação

Histórico